O método VaR e o caso da Vale é bastante emblemático. Quando se analisa um investimento, sempre se deve ter em mente o que pode acontecer em 5% (ou algum nível de significância pré-definido) dos casos. Caso nos 5% algo muito ruim aconteça, provavelmente o investimento deverá ser rejeitado. Além disso, é possível promover ações ou investimentos para exatamente estes 5%, como compra de seguros, manutenções que tendem a ser preventivas e programadas, assim como fazem as companhias de aviação.
Obviamente o nível de significância exigido em um vôo não pode ser de 5%. Empiricamente essa relação é de 1 para 6,3 milhões. Portanto, as empresas trabalham com um uma estimativa teórica de zero para o risco de acidentes.
O mesmo deve ser feito para qualquer empreendimento que promova riscos fatais. Assim sendo, dificilmente se verá dois aviões de uma mesma companhia, caindo um após o outro. Mesmo esta, tendo em seu portfólio, milhares de voos todos os anos.
Assim sendo, como é possível entender o que ocorreu com a VALE. Não se pode taxar de acidente, quando se negligencia as normas de segurança. E estas, devem ser reformuladas todas às vezes que acidentes (fatais ou não) ocorrerem. E mais uma vez esse é um mérito tremendo das companhias de aviação. Uma mineradora deveria ter um setor de prevenção de acidentes muito mais eficaz, dado que suas variáveis aleatórias são mais endógenas do que de uma companhia aérea.
Logo, há algo de muito estranho. Obviamente a companhia surfa e surfou em um mercado monopolizado doado pelo governo federal, que em nada mudou a característica mais importante para que uma economia de mercado funcione. A competitividade do setor. Assim sendo, a lógica fisiológica e patrimonialista do setor público, não foi desmontada com a privatização. Obviamente, como os dados são privados, possíveis e plausíveis escândalos de corrupção nunca foram divulgados.
Não quero execrar a empresa. Mas é momento de fazer o que o governo americano fez com a At&T durante os anos 1990, com o Breakup of the Bell System act. É necessário ter coragem, e tornar eficiente um setor que sem a devida concorrência ninguém sabe se de fato, gera valor como o nome VALE sugere.
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