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Mostrando postagens de 2014

Esse tal de Juiz

Segundo o último edital para Juiz federal, para se tornar um Juiz o cidadão precisa ter as seguintes qualificações: Ser bacharel em Direito, há três anos no mínimo, e apresentar o diploma registrado pelo Ministério da Educação até a data da inscrição definitiva. Ser bacharel em Direito, há três anos no mínimo, e apresentar o diploma registrado pelo Ministério da Educação até a data da inscrição definitiva. Ou seja, o candidato pode prestar concurso para juiz a partir de 25 anos, dado que tenha ingressado na faculdade aos 17/18 anos. Repare que sequer o juiz precisa ter passado na OAB para se candidatar, e além disso, precisa entregar sua carteira e dar baixa na ordem no momento da sua posse. As provas compõem as seguintes etapas:  Primeira etapa - uma prova objetiva seletiva, de caráter eliminatório e classificatório.  Segunda etapa- duas provas escritas, de caráter eliminatório e classificatório.  Terceira etapa- exame da vida pregressa (basta o candidato não ser considerad

Black Friday e a Lei do Preço Único

Os EUA possuem um PIB per capita cerca de 5 vezes maior que o nosso. Movimentaram na Black Friday pouco acima de USS 50 bilhões. Uma previsão baseada em padrão de consumo iria indicar que o Brasil movimentaria, então, cerca de 1 bilhão de dólares. Contudo, nessa edição a economia brasileira movimentou cerca de metade desse valor, 1,3 bilhões de reais.  A pergunta seria, então, iremos convergir para um valor aos padrões americanos, e se não, por quê? Bom primeiramente, acredito que a resposta a pergunta principal é não. E mais, acredito que a coqueluche gerada pela Black Friday só fez consumidores antecipar as compras de natal. Existe ainda uma outra questão, dependendo do tamanho de sua cestas de compra, com impostos, e custo de passagem, ainda é vantagem fazer suas compras na B.F. americana, em Miami por exemplo. Os brasileiros ainda pagam muito caro para ter acesso a bens de consumo, o que gera um sentimento de histeria ao observar preços no mercado americano, o que faz com

A falácia do bom governo: efeito halo

Na psicologia efeito halo pode ser entendido como o viés causado pelas primeiras impressões. Ou seja, quando se tem uma primeira impressão nosso sistema cognitivo acaba fazendo com que todas as outras impressões justifiquem seu primeiro julgamento, de forma a que haja coerência na sua opinião. Nada mais justo não é? Pois bem, sendo assim, analise o seguinte e famoso caso. Alan: inteligente-esforçado-impulsivo-crítico-obstinado-invejoso Robert: invejoso-obstinado-crítico-impulsivo-esforçado-inteligente Qual dos dois indivíduos você teve mais simpatia? Provavelmente Alan. Mas perceba que cada um deles obteve exatamente a mesma qualificação, contudo em ordens diferentes, logo, esse experimento demonstra a efetividade do efeito halo, ou a velha máxima, a primeira impressão é a que fica. Na verdade, as primeiras impressões são as que mais pesam. Portanto, esse efeito possui uma clara aplicação em vários âmbitos da vida cotidiana, inclusive no julgo de um Govern

O "dream time" do PT já se foi.

Aos que votam no PT uma pergunta deve ser feita, o que essa gestão tem em comum com aquela que fez com que o Brasil desse uma melhora vertiginosa em seus indicadores. Primeiramente os nomes, Presidente: Lula, Ministro da Fazenda: Palocci e Presidente do Bacen: Meirelles. Hoje em dia contamos com Dilma, Mantega e Tombini. Vejamos, não há como comparar. A pergunta é, o que fez o PT rebaixar tanto sua qualidade em termos de gestão? A resposta é difícil de ser encontrada se pensarmos em um projeto de poder.  Crises internas e tropeços Palocci saiu de cena, dando lugar ao Mantega, e a política fiscal foi da austeridade a histeria. Uma guinada de 180 graus em direção a um passado não muito distante, do desenvolvimentismo e II PND e PAC's. O lado monetário segurou a economia.  Meirelles, o presidente mais exitoso do BACEN, que trouxe o prêmio de risco brasileiro para o menor patamar da história. Ou seja, na prática a diferença entre os juros cobrados aqui e lá fora, foram os

Iconoclastia do Bolsa Família

Existe no momento uma relação perigosa entre voto e Bolsa Família que está sendo fortalecida pelos dois lados do pleito eleitoral. Grupos de apoio mostram a relação entre percentual de votos e contemplados pelo BF. Essa perseguição ao BF feita pela direita pouco esclarecida está favorecendo em muito a campanha do PT. Uma vez instaurada essa perseguição, se incute nas pessoas que, assumindo o PSDB, o BF irá se extinguir, o que é uma absoluta mentira. E também, parece que o BF serve apenas como compra de votos, o que é uma grande bobagem. Programas parecidos com o BF como o Progressa no México revelaram efeitos positivos não só para a redução da desigualdade e da pobreza, como também no aumento da escolaridade e índices de saúde das crianças das famílias assistidas pelo programa. Ou seja, com seus três eixos principais focados na transferência direta de renda, no acesso à saúde, educação e programas complementares. O BF pode sim levar a uma melhora de longo prazo nas vidas das

Três Porquinhos, o final?!

Após a saída da raposa Meirelinha, Dilminha se tornou a líder do grupo, passou a controlar as ações de Tombinho, e Manteiguinha cada vez mais se tornava mais preguiçoso e desleixado com seus afazeres. Manteiguinha era o porquinho que cuidava das contas da casa, e insistia para gastar o menos possível no material de construção da casa, e cada vez mais em festas para os amiguinhos ilustres, em doações para os coleguinhas mais pobres, que ele via cada vez menos e com enfeites para a linda casa. Acontece que os coleguinhas pobres que estavam recebendo ajuda iam percebendo que esse dinheirinho cada vez rendia menos. Como manteiguinha dava muitas festas, os outros membros da fazenda foram engordando e ficando preguiçosos, e passaram a cobrar mais caro por tarefas e coisas que eles sabiam fazer, e os pobrinhos, que só tinham direito à trabalhar em ocupações que exigiam muito esforço. O porquinho Tombinho, dessa vez, foi ficando cada vez mais obediente à lider Dilminha, e fechava os

Porque os juros irão subir...

Junto com os preços represados da economia, como: gasolina, eletricidade, água, dólar e etc, teremos uma subida consubstancial dos juros na virada de 2014 para 2015. A despeito dos preceitos econômicos que regem a cuca petista e desenvolvimentista, o preço da leniência fiscal vai chegar não apenas para o governo mas também para quem não tem nada a ver com essa história, e sofrerá na pele escolhas que estão muito além da sua alçada. De acordo com a equação da paridade de juros, que mostra a relação direta entre juros nacionais, com juros internacionais e expectativa de desvalorização cambial; tem-se o seguinte cenário futuro. O câmbio real é nada mais do que a taxa de câmbio nominal descontada pela inflação; ou seja, 1 real vale o que X dólares compram nos EUA em comparação com o Brasil. Quem viaja sabe a relação dessa equação. Enquanto um celular (Iphone 6) fabricado na China custa 749 dólares, esse mesmo celular no Brasil custa 4400 reais. Logo, a taxa de câmbio real no Brasil e

Erros de Medida, IBGE, Estatísticas e Especulações

Uma vez estava por dentro da fórmula do cômputo do PIB de um Estado. Obviamente havia uma grande expectativa sobre sua divulgação e se de fato as políticas públicas foram contundentes em termos de crescimento. Bom, acontece que ocorreram alguns problemas na divulgação, e na sua véspera vários resultados emergiam dos dados coletados. E acada nova atualização o PIB estadual crescia! As piadas começaram. Uns diziam para adiar a divulgação por pelo menos 2 meses para podemos saltar a notícia de que o PIB cresceu 50%, outros diziam que bastava ir anunciando políticas e divulgado os resultados do PIB em sequencia, e acada nova política ou gol do artilheiro do time mais popular o PIB iria crescendo. Piadas a parte, o fenômeno estatístico por de trás desse aparente caos se chama erros de medida. Esses erros, caso sejam aleatórios, devem se comportar como uma distribuição normal, e portanto, podem em 60% dos casos fazer com que os resultados distem um desvio padrão para cima ou para

Inflação é preocupação de rico?

A austeridade fiscal determina a estabilidade nos preços. Sem esse pré-requisito todo e qualquer economia estará fadada há uma inflação descontrolada. Mas e eu com isso? Acontece que o índice de Gini (que mede a desigualdade de renda, quanto mais perto de 1, pior) da renda do trabalho subiu de 0,496, em 2012, para 0,498, em 2013. Mesmo durante a crise financeira internacional, a redução da desigualdade tinha se sustentado. Culpados?! Inflação no teto da meta, onde, dado os possíveis e prováveis erros de medida que acontecem em qualquer pesquisa, já estourou esse teto mesmo com os preços represados. Os pobres, e a classe média são os principais alvos do chamado imposto inflacionário. E a decorrência será o aumento da desigualdade. Mas o governo do PT não é pró-pobre? Não existe trade-off na austeridade fiscal, é um ganho de pareto ter as contas controladas, desde que você não seja a pessoa que assina o cheque com o dinheiro do povo.

Planos de Saúde, uma pirâmide perigosa

O setor de seguro saúde é vital em um país como o Brasil, com índices de saúde pública que beiram ao caos em termos de taxa de esperas para atendimento, exames, internações, cirurgias, e etc. Sem um plano de saúde, um indivíduo se vê em um mundo cuja a incerteza sobre sua própria condição de vida pode tornar suas decisões econômicas bastante complicadas. Vejamos um exemplo: todos estamos sujeitos a contingências médicas, como quebrar uma perna, um infarto, câncer e etc. Todos deveriam, então, fazer uma provisão para despesas médicas, na medida que sua propensão a esses eventos seja maior ou menor. Contudo, você conhece alguém que junta dinheiro para o consumo futuro de saúde? Não né. A questão é que as pessoas quando pensam no futuro, pensam sempre em consumir coisas que lhe tragam algum prazer, e gastos com saúde são apenas gastos com situações muito indesejadas. Logo, ninguém reflete sobre a real necessidade, até que ela aconteça, e lá se vai todo o patrimônio que o indiv

Manter a inflação dentro da meta, por quê?

Além das críticas percebidas pelo Governo no que tange ao pífio crescimento econômico desde ano, e da média dos 4 anos do atual mandado presidencial, grande parte do discurso econômico que visa alertar sobre os fracos alicerces da atual gestão mira no controle da inflação.  Alguns irão dizer que o controle inflacionário é responsabilidade do Banco Central, e a Pres. Dilma escolheu um funcionário de carreira, com ampla experiência no setor, assim como fez na Petrobrás. Não sei se um currículo que exprime uma vasta carreira no setor público se traduz em grandes virtudes, os resultados mostram o oposto. Mas, os eleitores que estão protegidos da inflação, mesmo aqueles que possuem contratos indexados, ou que acreditam que inflação é algo que, em certa medida, deve existir na economia, para haver coexistência de crescimento econômico e aumento no nível de emprego. Pois bem, existe um custo de se controlar a inflação sobre a égide da tríade Metas de Inflação, Câmbio Flutuante e

Democracia: Moral Harzard e Seleção Adversa

Democracia significa poder do povo. Seu sufixo do grego kratia deveria ser posto no diminutivo quando se trata da democracia institucionalizada na Constituição do Brasil. Esse diminutivo deveria conotar um poder que se assemelha ao papel da mulher na nossa sociedade há pouco tempo atrás. Onde a mulher traída não tinha o direito de pedir o divórcio, e deveria continuar com o casamento. Ou seja, ela poderia escolher, mas não poderia "demitir" um marido adúltero. As mulheres evoluíram nos seus direitos, mas o povo não. Infelizmente, não podemos demitir aqueles que nos traem, e mesmo sem ser casados, nos fodem  o tempo todo. Em um modelo de perigo moral, a falta de mecanismos e controles internos que façam com que o agente execute exatamente o que está no contrato, lhe compele a perseguir o caminho de menor esforço e de máxima utilidade para si, e não para seu contratante. E, tais mecanismos faltam na democracia brasileira. Além do mais, o mercado de políticos no Bras

Política: a arte do second best.

Muitos se deparam com falas de políticos que são diametralmente opostas. Políticos que ontem eram antagônicos hoje em dia se apoiam. Ideias e ideologias que se conflituam e se harmonizam no jogo político de uma forma que parece desafiar a física, aonde duas ideias ocupam o mesmo espaço. No jogo político poucos, ou quase nenhum, são aqueles que conseguem ser sinceros com seus pensamentos. Muitos se escondem em um grupo que fundamenta e legitima suas ações e ideias. Logo, como uma massa, as ideias se confundem e o indivíduo se confunde com o coletivo. A sinceridade dita acima é a procura pelo seus objetivos primários, ditos first best. Tais objetivos raramente são factíveis no mundo prático. Exemplo deste fato está presente na vida de todos, reveja suas escolhas, seja profissão, casamento e família e moradia. Sempre foram seus sonhos, ou foram acontecendo, de acordo com a disponibilidade? Geralmente prevalece esta última. A questão da disponibilidade faz com que escolhamos

Recontextualizando a corrida presidencial.

Analisando a corrida presidencial como um modelo de concorrência linear, ou seja, candidatos que trazem plataformas que se posicionam no velho diagrama Jacobinos e Girondinos, Dilma x Aécio são plataformas diametralmente opostas. Fato este que torna as intenções de votos entre ambos uma disputa bastante interessante do ponto de vista de plataformas políticas, uma vez que uma não pode querer se aproximar da outra. Contudo, um candidato como Eduardo Campos trouxe uma vantagem entre ambos, poderia se situar bem no centro dessa disputa, atraindo votos do eleitor mediano. Em uma disputa do tipo ordinal, Campos seria o candidato com menos rejeição de ambos os eleitores. Além do mais, puxaria votos de eleitores que votariam ou Dilma ou Aécio. Portanto, era uma peça chave para levar as eleições para o segundo turno. Com sua repentina morte, algo extremamente triste e inesperado, abriu-se uma grande janela de incerteza às vésperas da madrugada democrática. Não se tem a real noção como

Não há nada de novo debaixo do sol: Calote da Argentina

A despeito do que muitos pensam, a questão do Calote da Argentina é uma situação prevista e precificada. O país de fato passa por uma crise econômica movida e solidificada pelas políticas da dinastia Kirchner, que há mais de 1 década vem perpetrando uma política econômica de dilapidação da dívida pública argentina, aliando leniência fiscal à políticas comerciais protecionistas. Um calote é uma boa política, desde que não uma série temporal seja algo inócuo. Ou seja, se o passado de um agente pouco importa para prever seu futuro, o melhor a ser feito é quebrar contratos que lhe prendem e trazem um certo desconforto. Ainda mais em período eleitoral, as viúvas do nacionalismo sulamericano vibram ainda com a ideia e o ideal de um Estado 100% autônomo, que pode mandar para as cucuias contratos internacionais, em prol de uma dita melhora para o seu país. Acontece que do ponto de vista prático a história não é bem assim. Nenhum país hoje é uma ilha isolada. Depende de parceiros come

Clubes Brasileitos, CBF e Socialismo: pontos incomum para o fracasso.

Há uma célebre máxima a qual eu concordo: "não existe dinheiro mais mal gasto do que um dinheiro que não é seu, cujo resultado vai para outra pessoa". Assim trabalha o Governo com suas políticas. Retira dinheiro de um grupo de pessoas, no caso real, via impostos, e gasta esse dinheiro em prol de outras pessoas, em forma de políticas públicas. Acontece que uma economia que funciona apenas com um sistema de coisas em comum, ou seja, livre da propriedade privada, tende ser muito ineficiente. O principal ponto dessa ineficiência é a falta de incentivos para que um agente escolha agir otimamente, pois ele sabe que seu esforço não será apropriado em benefício próprio. E quando o resultado do sucesso é dividido, o resultado é um fracasso compartilhado. Assim funcionam os clubes de futebol no Brasil. Grande parte do esforço de uma boa gestão é compartilhado entre os sócios do clube e seus torcedores, via externalidade. Logo, os gestores não se apropriam de forma integral

Ganância: Do proletariado ao empresário

Gananciosos esses empresários. Se apropriam da mais valia gerada única e exclusivamente pela exploração da mão de obra, e com isso tem seus lucros exorbitantes. Essa ganância maldita. Que arrasta milhões para a pobreza e miséria, enquanto poucos sortudos se esbaldam na riqueza e luxo. Legal...mas e o que dizer das greves acontecidas durantes esse período de copa do mundo? Será que os trabalhadores são gananciosos também? Será? Não creio! Eles são companheiros na luta, e pela causa vale tudo, até mesmo ter um parente doente que não poderá ir ao hospital por falta de transporte público. Mas a causa vale. E daí que eles pararam a cidade. E daí que eu precisei de 4 horas para chegar no meu trabalho. Precisamos combater a ganância desses empresários. Mas combater com o quê? Mais ganância?! O oportunismo dos sindicatos revela a sua verdadeira face, ou seja, que todos são iguais, gananciosos, corruptos e ambiciosos. Todos querem uma vida melhor. Contudo a ética precisa existir. Se não

A política protecionista incentivou o déficit em transações correntes

Me lembro em 2002 um discurso do ex presidente Lula criticando a política externa do ex presidente Fernando Henrique. Segundo Lula, a petrobrás gerava empregos fora do país ao mandar produzir suas plataformas de petróleo em países como Cingapura e Corea do Sul. Ueh?! Só porque lá é muito mais barato e eficiente? Temos que salvar nossa indústria nacional e nossos estaleiros. Foi feito, grande parte da política industrial do governo PT foi pautada pela internalização da produção de muitos bens que eram importados, inclusive bens de alta tecnologia. Mas, pergunto eu, se essa tecnologia continua não sendo gerada aqui, qual foram os ganhos reais para o Brasil? Bom para o Brasil eu não sei, mas para a turma das empreiteiras, estaleiros e subsidiárias das empresas multinacionais, foi um ótimo negócio. Com isso o país passou paulatinamente a mudar artificialmente investimentos em setores produtivos para setores que receberam incentivos do governo. Um exemplo disso é o setor de info

Mamonas Assassinas: gênios impublicáveis no mundo atual

Do forró ao heavy metal os caras simplesmente não deixaram ninguém em paz. Contudo, a turma do politicamente correto, caso surgissem hoje, não deixaria em paz a genialidade do que foi, para mim, o melhor grupo musical que o Brasil revelou nos últimos 20 anos. Com simplicidade e falando o óbvio atacaram com seu humor ácido, a classe média, as vadias, os cornos, os gays, pagodeiros, pobres, nordestinos... O discurso da censura faz com que um assunto vire tabu. O que provoca uma falta de reflexão sobre o tema, sob pena das pesadas críticas daqueles que pensam que já conhecem a verdade. Sou totalmente contra à qualquer censura. Mesmo aquela que de fato cala a estupidez. Na minha opinião a estupidez é bem vinda, ela gera reflexão no interlocutor. O locutor se rotula, não se esconde. Está cheio de pessoas ignorantes que evitam expressar suas opiniões e por tanto não conseguem ser identificadas. Ouvindo o seu único CD, chego a conclusão de que seu sucesso não foi algo do acaso. Não s

Pela Melhoria do Ensino Superior

Nas minhas turmas de cálculo percebo o despreparo, e sobretudo o descaso dos alunos do ensino público pela oportunidade que lhes é concedida pela sociedade. Não a culpa não é do ENEM e nem das Cotas. Apesar do ENEM ter reduzido consubstancialmente os conhecimentos requeridos na minha área, exatas e afins, para que alguém consiga ser aprovado com êxito em uma universidade federal. A falta de conhecimento não é desculpa. Aliás é uma das propostas acadêmicas, uma prova que ao invés de cobrar conhecimentos prévios instiga o aluno a demonstrar sua capacidade cognitiva em aprender e desenvolver novos aprendizados. Logo, como gera distribuição, e caso essa distribuição seja correlacionada com a habilidade do aluno, o ENEM serve como seleção. Contudo, a maioria dos alunos de fato não conseguem acompanhar o currículo normal de uma cadeira de cálculo e eu penso como será nas outras disciplinas. Observando os argumentos do colunista da Folha Helio Schwartsman, que argumenta em relação à

Defendendo o indefensável

A ideologia aproxima e nos faz irmãos.... irmãos na ignorância e na falta de reflexão. Aceita-se tudo calado, e ao mesmo tempo histericamente defendemos o que não tem defesa...aquilo que por si só tolhe qualquer forma de racionalidade. Os exemplos são enormes, desde o mais médicos com sua propaganda disfarçada para financiar o regime comunista de Cuba, contrariando a própria constituição que defende o livre exercício e a remuneração igualitária. O mais recente exemplo foi a defesa da orgia promovida pelos estudantes da UFF, graças à bandeira do feminismo. Não tenho nada contra às orgias, desde que essas sejam financiadas por dinheiro privado, e ocorram em locais privados. Cada um exerce sua liberdade sexual do jeito que for. Mas se as mulheres forem no nível das fotos, por favor não me convidem. Mas, financiar aquilo como se fosse um evento cultural, patrociná-la com dinheiro do CNPQ e criticar com violência quem acha um absurdo, é uma paródia digna de Cervantes, seu Dom Quixote e

Jeitinho Brasileiro: copa inacabada

A menos de dez dias para a Copa do Mundo e tanta coisa a ser feita. Que Estado e Governo incompetentes. Contudo, durante a minha vida presenciei pessoas e eu mesmo já tive que fazer, tarefas que durante o prazo normal não me planejei para que terminassem de forma correta e eficiente. Hoje enquanto professor observado vários alunos que desde trabalhos, provas até monografias e dissertações esperam para o último minuto para tentarem terminar, seja de qualquer forma for. Pelo brasileiro, essa Copa aconteceria em 2015, e seria perfeita. Único ano em que ela não aconteceu em ano par, por que essa rotina já estava ficando chata. Mais uma vez, a leniência cultural do brasileiro, com sua aversão a prazos e planejamento mostra o resultado, e nessa aversão eu mesmo me incluo. Afinal de contas, dar um jeitinho é muito melhor. Tudo isso tem a ver, novamente, com a impaciência. Um planejamento bem feito faz com que a pessoa negue distrações no curto prazo. Na hora de fazer um planejamen

A impaciência te deixa mais pobre.

Pouco se aborda esse tema, que deveria ser levado em consideração na discussão dos juros no país. O brasileiro de forma cultural tende valorizar muito o consumo presente mesmo pagando altos juros para antecipar seus recebimentos futuros. E sim, isso tem nada a ver com a SELIC alta. O Governo, também como todo bom brasileiro, gosta de antecipar renda futura, emitindo títulos da dívida uma vez que gasta mais do que arrecada. Parece algo que está no nosso DNA, a cultura do Presente . Sendo assim, quanto mais impaciente uma pessoa for, maior será a taxa de desconto que ela impõe a fluxos de caixa no futuro. A impaciência possui um efeito de reduzir seu valor presente de forma quadrática. A conta não é tão simples, porém segue abaixo:  Pense em um fluxo de caixa constante: Logo, o efeito da impaciência é reduzir em muito seu montante. Ou seja, quanto mais impaciente você for, mais pobre será, por definição. A impaciência pode ter um efeito de segunda ordem positivo,

Rio de Janeiro fomenta o casamento

O aumento do custo de vida tem alguns desdobramentos. Talvez o mais positivo deles seja a manutenção do casamento e o incentivo a uniões estáveis. A conta é simples, sustentar uma casa é mais barato do que sustentar duas separadamente. O casamento historicamente é fomentado pela religião e também pela economia. Uma família produz ganhos de escala. Além disso, taxa de fecundidade e de uniões estáveis é maior entre a população de renda mais baixa. Não é o acaso que gera esse resultado, e sim a própria necessidade. Pessoas mais pobres precisam dividir despesas, e por isso emerge a necessidade do casamento ou de uma união estável. Além do mais, com o aumento do custo de vida, casais mesmo que infelizes terão que manter o casamento caso queiram manter o mesmo padrão de vida. Os custos processuais com um divórcio e de sustentar duas casas impede que muitos tomem essa decisão. Além disso, quanto mais baixa a renda, maior é o ganho em termos de padrão de vida ao se casar. A conta é simp

Militarização da Administração do Ensino Público

Existe uma verdade insólita. Não gastamos pouco com educação básica. Gastamos mal, muito mal. Uma política pública incontestável é a da educação básica de qualidade e gratuita, que atenda universalmente toda a população. Algo factível se analisarmos países que atingiram esse patamar já na virada do séc XIX para o séc XX. Está no censo comum que o ensino público é uma porcaria porque o professor ganha mal e porque não há estrutura física adequada. Mentira. Um professor no ensino público ganha igual ou maior do que a sua contrapartida no ensino privado. Os concursos para professores são concorridos e geralmente atraem os melhores candidatos. Então porque dessa qualidade pífia? Não precisamos nem compararmos a média das nossas escolas públicas com os padrões internacionais. Basta compararmos o desempenho com as escolares particulares vizinhas as escolas públicas. É provável que o custo por aluno seja maior nas escolas públicas que nas escolas particulares. (Algo fácil de ser estima

Serviços e o aumento da assimetria informacional

Hoje estamos na era dos serviços. Foi-se o tempo em que a indústria era garantia de uma economia forte. Infelizmente, muitos ainda pensam dessa forma, muitos dos quais tomam as decisões políticas. O recrudescimento do setor de serviços que, na minha opinião, se deve principalmente a a revolução digital, gerou novas fontes de desenvolvimento econômico, as quais o Brasil, diferentemente dos outros Brics como Índia, e outros países como Israel, passa longe de sequer tangenciar essa onda. Israel é um polo desenvolvedor de aplicativos e serviços de informática,e a Índia, que fornece mão de obra especializada, Estados Unidos cediam as maiores empresas do ramo. Enquanto Brasil quer alavancar o crescimento reduzindo IPI. Sendo assim, exportamos cérebros para as gigantes americanas como Google, Oracle, Microsoft e etc. Uma economia intensificada em serviços promove uma redução do impacto ambiental. Não necessita de recursos naturais para se produzir uma boa ideia, basta capital humano

Greve Geral: Inflação

Podem sentar, haverá greves e mais greves até as eleições. Culpados?!? Gestão fiscal leniente. Pera aí, sempre ouvi falar que política fiscal expansionista gera crescimento econômico. Ainda mais em momentos de crise. Mais empregos, mais produção, felicidade estampada no rosto de todos.... cornucópia estatal! Bom sem entrar no mérito, mas se tem alguém levando chifre com certeza é o trabalhador, que não entende o que está acontecendo, mas sente na pele e reclama.  A política de salário mínimo vem achatando os salários de baixo para cima. Como sua regra permite ganhos acima da inflação, grande parte dos trabalhadores que vem perdendo poder de compra salarial, está olhando para baixo e percebe que seus vencimentos nem de longe acompanham o ganho do salário mínimo. Que ótimo!! Estamos reduzindo a desigualdade! (Sabe de nada...) Ao fazer isso, além de retirar pessoas da formalidade, pois a lei de salário mínimo garante que se você estiver empregado formalmente receberá X

Desabafo: Criminalidade

Ontem me vi em uma situação corriqueira no Brasil. Fui vítima de roubo de carro. Simplesmente três marginais armados levaram meu veículo, bem como pertences de baixo valor mas de altíssima importância, como livros e provas de alunos e notas de aulas. A questão que melhor explica a violência é o desemprego e a desigualdade social. Mas se pararmos para pensar, esses fatores não levam por si só um indivíduo entrar para o crime. Há mais por trás. Além de um desvio moral e um desapego a vida humana, tanto sua quanto de outrem. Acredito que uma vez nessa atividade, o indivíduo seja irrecuperável. Posto isso, a falta de segurança aliada há uma péssima gestão pública de segurança exercem fundamental importância. Soma-se, também, um baixo rigor penal para esses indivíduos, bem como o total descaso público com o sistema prisional, que não só não recupera mas como também alija e mata muitos. Não há solução fácil. Contudo a impunidade contra esses delitos deve acabar. Maioridade pe

Pró-Pobre?!

O país vive hoje em um contrassenso. A média histórica da variação do índice de gini, desde 1995 - após a estabilização monetária -  é de 0.04 ou 4%. Contudo, em 2012 o recuo foi de apenas 0.01 ou 1%. Ou seja, estamos reduzindo menos a desigualdade. Isso parece um absurdo se levarmos em conta a agenda da presidenta Dilma, que é referendada pelo novo Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, que foi o grande nome do IPEA durante a gestão atual. Uma das funções do IPEA é fazer uma crítica interna e avaliar de forma isenta as políticas que vem sendo adotadas. Não me parece que a presidenta Dilma tenha a intenção declarada de piorar a vida dos mais pobres, contudo, é o que vem fazendo. Sem a austeridade fiscal tão importante para garantir a estabilidade monetária, o país vive um surto inflacionário, que tem um impacto regressivo na renda. Além disso, a política de juros que antes era de diminuição e agora passou a ser de aumento da taxa, onera aqueles que pr

Incesto: Aumento de Preços e Aumento Salarial

Li um artigo que remete a perigosa relação entre aumento salarial e recrudescimento inflacionário. Como se uma coisa necessariamente implicasse na outra. A ideia apesar de conter lógica casualista, de fato não necessariamente precisa acontecer. A inflação nada tem a ver com aumento de preços. Os preços sobem por causa dela. O mesmo acontecem com os salários, que sobem por causa da inflação. Mesmo a regra do ajuste salarial, que reajusta o salário mínimo segundo uma média do crescimento dos últimos dois anos mais inflação, onera um país que cresce pouco, exatamente porque sua inflação é elevada.  Os salários sem regulamentação crescem na mesma proporção do aumento da produtividade. Logo, políticas que visem aumento ou ganho salarial necessitam debruçar em como aumentar a produtividade dos trabalhadores. Não se pode esperar que alguém aumente sua produtividade dando-lhe aumento salarial. Uma vez que trabalho pode se tornar um bem inferior, um aumento de salário pode vir até red

Collor e seu legado antagônico para o país.

Do ponto de vista econômico, Collor foi o melhor presidente em termos de implementar políticas que eram necessárias há 50 anos para o país. A abertura comercial e financeira do país é a causa pela qual hoje se pode andar em carros com direção elétrica, se tem computadores modernos e a população passando a conviver com avanços tecnológicos como internet, celulares e etc. O país, antes de 1990 era profundamente atrasado em termos de tecnologia e gestão. Grande parte do legado dos mais de 20 anos de governo militar foi o emparelhamento estatal, e uma profunda crise nas empresas estatais. Bom, em termos de gestão o ganho foi a imposição da privatização dessas empresas mesmo com todo o histórico de ufanismo e nacionalismo impetrado pelos militares e seus antagônicos socialistas e comunistas. Ao instituir o PND – Programa Nacional de Desestatização pela Lei nº 8.031, de 1990 . No entanto, das 68 empresas incluídas no programa, apenas 18 foram efetivamente privatizadas, pois Collor

Ações Afirmativas: Cotas por Cor

O debate americano sobre a permanência ou não de critérios de admissão para universidades e empregos baseados na cor do candidato reacendeu um debate importante para o Brasil que são as cotas de cor no acesso às universidades públicas e, mais recentemente, aos cargos públicos. A despeito de todos os argumentos que apelam para uma discriminação às avessas contra o branco, e principalmente ao branco pobre no Brasil, que tende a sofrer o mesmo tipo de dificuldade encontrada pela sua contrapartida negra, penso eu que esse argumento é refutado por uma visita a um presídio brasileiro, ou a uma favela ou a centros de menores infratores. A discriminação com o negro no Brasil está enraizada na cultura escravocrata pela qual o país dependeu economicamente durante um longo período da sua história. A mão de obra escrava foi a grande pedra angular de uma agricultura com baixa produtividade e altamente concentradora de terras e direitos nas mãos de poucos. Resquícios das Capitanias Hered

Intervenção Urbana, gera intervenção urbana

Como um cachorro perseguindo o próprio rabo, prefeitura, governos federal e estadual, estão trabalhando para deixar um legado do seu governo. Ótimo legado, caso trabalhassem para se enriquecer e não para a sociedade. As obras de infraestrutura atraem uma mão de obra pouco qualificada e com uma alta rotatividade. Soma-se esse fato com o boom imobiliário, e temos dois resultados, alto custo e uma população de desempregados após esses investimentos. Sem a concatenação das obras de infraestrutura, e uma continuidade o e uma visão de longo prazo, podemos ver o dinheiro gasto com as obras, e propinas, ir para o ralo. O primeiro motivo é que as obras concentram grande parte do dinheiro injetado nas mãos de poucos, o segundo motivo é que os trabalhadores que são atraídos para esse mercado carecem de outras oportunidades de trabalho, dificilmente serão aproveitados para outros setores, o que pode gerar uma multidão de desempregados em uma cidade cuja estrutura de transporte de massa está

Brasil: Sociedade Aberta ou Fechada?!

Uma sociedade aberta possui algumas características essenciais, a primeira dela é a democracia, a segunda é o respeito a individualidade e a visão de que o Estado e o Governo são representantes de uma sociedade e não ao contrário. O Governo é que trabalha para você. A relação não pode ser de amor ou ódio, é uma relação no limite técnica, e hierarquicamente muito diferente do que vem sendo posto em prática há 500 anos no Brasil. Os governantes trabalham para a sociedade, então como pode haver privilégios para essa classe. Uma vez que em uma relação de trabalho Agente-Principal, não se pode pensar em agentes delegando e estabelecendo padrões para suas tarefas. Contraditoriamente, na política é assim, o empregado é quem manda. Além disso, para uma boa relação, seja em qualquer âmbito, inclusive amorosa, a assimetria informacional não pode existir. Caso exista deve ser reduzida a um nível mínimo de tolerância e eficiência. Esse é mais um dos pressupostos de uma sociedade aberta, a tra

A tecnicidade na política

As discussões sobre as políticas públicas têm gerado muitas polêmicas exatamente pela falta de transparência. No âmbito federal o maior exemplo é o Bolsa Família. Ninguém, tirando alguns setores do governo, tem acesso aos microdados do programa. Isso é uma afronta à democracia e à sociedade aberta. A sociedade precisa ser informada sobre como seu dinheiro é gasto, está na lei da transparência, e no próprio principio constitucional da eficiência que rege à administração pública e seus atos. Além disso, como não há dados, não há como avaliar de forma científica. E tudo entra na boa e velha guerra da propaganda e dos achismos destemperados, que seria tolido pelo rigor científico. A aproximação da academia e as políticas públicas é de extrema importância para evitar que a ideologia ponha em cheque o caminho ótimo para o desenvolvimento de um país e uma sociedade. No âmbito do governo do estado, uma das políticas mais polêmicas é a da UPP. Não se tem ainda ideia sobre os ganhos e

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