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Democracia: Moral Harzard e Seleção Adversa

Democracia significa poder do povo. Seu sufixo do grego kratia deveria ser posto no diminutivo quando se trata da democracia institucionalizada na Constituição do Brasil. Esse diminutivo deveria conotar um poder que se assemelha ao papel da mulher na nossa sociedade há pouco tempo atrás. Onde a mulher traída não tinha o direito de pedir o divórcio, e deveria continuar com o casamento. Ou seja, ela poderia escolher, mas não poderia "demitir" um marido adúltero.

As mulheres evoluíram nos seus direitos, mas o povo não. Infelizmente, não podemos demitir aqueles que nos traem, e mesmo sem ser casados, nos fodem  o tempo todo. Em um modelo de perigo moral, a falta de mecanismos e controles internos que façam com que o agente execute exatamente o que está no contrato, lhe compele a perseguir o caminho de menor esforço e de máxima utilidade para si, e não para seu contratante. E, tais mecanismos faltam na democracia brasileira.

Além do mais, o mercado de políticos no Brasil se assemelha ao mercado de carros usados, pois, assim como os carros, uma vez comprado, o eleitor deverá aguentá-lo por no mínimo 4 anos. Em um mercado aonde existe uma maior assimetria informacional, um bom carro será valorado de acordo com a qualidade média, e portanto, ninguém irá querer vender um carro com qualidade superior. Na política, pelo que tenho observado, sem esses mecanismos, o mesmo acontece. Aquelas pessoas que possuem uma qualidade superior, pela dificuldade da mensuração, se perdem no meio dos inúmeros candidatos que não passariam no crivo de uma avaliação ano a ano.

Proponho, então, que assim como se faz com os funcionários nas empresas, todos os políticos sejam avaliados, em uma espécie de administração por objetivos, sendo estes pré-estabelecidos e públicos. Não seria difícil, pois eles assumem inúmeros compromissos antes da eleição. Uma vez eleitos, se tais compromissos não fossem cumpridos, não só perderia o cargo, mas todos os vencimentos e verbas deveriam ser restituídos com juros e correção.

Dificilmente alguém que não possua uma qualidade correta, ou pelo menos assuma apenas o que poderia cumprir, iria se candidatar. E, aqueles que só visam o autoenriquecimento poderiam até ser eleitos, mas deveriam fazê-lo assumindo suas ambições de forma clara, ao invés de mascará-las com o mesmo discurso de tantos outros que o fazem para agradar a média dos eleitores.

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