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Mostrando postagens de dezembro, 2016

O RJ é o Brasil amanhã (sem reformas)

Colapso fiscal. Foi o que aconteceu no E.RJ. Como pensar em responsabilidade e responsabilização de um sistema em que o administrador não possui nenhuma responsabilidade direta pelos seus atos. Uma vez homem público, qualquer decisão sua, boa ou má, não tem nenhum reflexo sobre o seu patrimônio. De certa maneira, pensarão alguns, isso faz com que a política não atraia o tipo que quer ficar rico fazendo gestão do patrimônio público. Bom alguns donos de companhias multi-bilionárias e transnacionais contratam gestores altamente capacitados para fazer a gestão de suas próprias empresas, pagando-lhes uma boa quantia que representa uma parcela dos lucros auferidos durante sua gestão. Mas a coisa pública não funciona assim. Na verdade o lucro, ou contabilmente dinheiro em caixa, é nada mais nada menos do que uma dotação orçamentária a esperar pelo próximo comandante da coisa pública.  Esse comandante novo pode inclusive ser da oposição do antigo. Logo, em se tratando de política

Titanic

Você já se pegou numa posição em que investiu em algo e não deu certo? Lembre-se o quão doloroso foi perceber que seu viés de confirmação indicava que cada evidência de falha era apenas algo passageiro, e que cada pequeno fato positivo, mas irrisório, era uma mensagem divina que você deveria continuar esse caminho. O exemplo mais típico desses, é esperar um determinado ônibus. Pegar dois daria mais trabalho. Então, passam-se 4 ônibus da dupla viagem, mas você segue esperando aquele ônibus. E quando percebe, perdeu um tempo precioso, e teve que se render ao tal do ônibus da baldeação, que agora veio cheio. É basicamente isso que acontece com quase todo mundo. Penso até no comandante do Titanic que acreditava que acelerando seu portentoso transatlântico, iria chegar mais cedo. E vendo as evidências de que teria que desacelerar por perigos de iceberg's, preferiu ignorá-los, afinal, o viés de confirmação nas nossas cabeças fazem com quem achemos que temos mais bom senso do

Não existe liberalismo sem Estado

Prezados, um grupo proeminente de ditos liberais, vem tentando incutir a ideia de que o Estado é um estorvo ao verdadeiro liberalismo. Dirijo esse pensamento a esse grupo. Obviamente, ideias contrárias serão bem vindas. No princípio não havia escassez de terra. Logo não havia a necessidade de racionalizar o seu uso, nem definir propriedade. Afinal sem escassez não há a palavra propriedade. Dialeticamente só possuo algo, como meu, se existe disputa. A palavra meu, deriva da pergunta: "de quem é?" que deriva ultimamente da escassez. Logo, houve um processo de formaçao entre grupos que definiram os direitos de propriedades, garantidos pelo Estado, monopolista da força garantidora da harmonia entre os pares. Uma vez que a força é distribuida de maneira desigual entre os pares. Nao haveria propriedade alguma, se nao houvesse uma força coletiva que impedisse assimetrias. Logo, não há propriedade privada sem Estado. Posto isso, a própria nocao de propriedade privada é ampla m

Doações definem quem manda? O cafezinho.

O cidadão comum hoje é refém. Caso disponha de algo que alguém quer, ou será chantageado ou simplesmente roubado. Esse ato não é cometido por outrem que não os próprios agentes do Estado brasileiro. Cada agente que se empodera se torna um criminoso em potencial, na simples função de exercer o que lhe foi outorgado pelo gestor público, este geralmente líder da quadrilha.  Os exemplos são claros, lembra-se de alguma blitz que te pediram um café? Lembra-se de algum ex-policial que vai a sua casa lhe pedir dinheiro para proteção (dele mesmo?). Lembra-se de algum documento ou serviço do Detran que demorou uma eternidade, e que só saiu pelo pagamento de um despachante, ou daquela sua prova prática do Detran -essa é inesquecível não é mesmo - os pedidos de 50 reais a cada troca de avaliador, não há preço que pague observar os criminosos operando em loco? Eleve isso à quinta potência na hora de abrir seu negócio. Cada alvará representa uma nova oportunidade para os fiscais do Estado

O Aborto

Sou economista, e por esse lado, obviamente serei a favor do aborto por um simples motivo. O custo de um aborto supera em muito o custo de um investimento inicial para que um indivíduo tenha uma trajetória com um VPL positivo. Ou seja, não seja apenas um ônus para a sociedade. Consiga contribuir positivamente com a mesma. Dado o avanço tecnológico, os custos de se formar um indivíduo que de fato se insira na sociedade produtiva paradoxalmente aumentou. O processo de formação de capital humano passa a ser cada vez mais importante e mais custoso. Logo, não é simples dizer que iremos tomar conta de todas as crianças. Os fatos mostram que não é verdade. Uma gravidez indesejada também é um marco na vida dos jovens (principalmente) pois atrasam seus investimentos com educação, e geralmente, tem um impacto significativo na sua trajetória profissional. As mulheres são as maiores afetadas e isso se reflete na distribuição de renda, onde homens acabam ganhando significativamente ma

A Previdência Social

Nenhum indivíduo age de forma espontânea contrário aos seus próprios interesses. Todos somos escravos de nossa vontade humana ilimitada. Confiar sua velhice nas mãos de alguém que não tem nenhum interesse particular nisso é algo pouco inteligente de se fazer. Obviamente, existem pessoas que ficaram ricas administrando o patrimônio de terceiros. Mas ganham incentivos para isso. Jamais seriam remuneradas casos suas ações exibissem prejuízos aos terceiros que confiaram em sua gestão.  A difícil arte de gerir ativos de terceiros, pressupõe que o gestor tenha mais conhecimento financeiro do que o próprio. Além disso, pressupõe também que este terceiro está poupando (gastando menos do que arrecada) de forma a garantir que essa poupança, feita de forma contínua, e por um longo período, lhe garanta uma velhice tranquila. Obviamente, quando me refiro a velhice, digo um período em que nada tem a ver com a idade. Mas sim com um momento na vida do indivíduo em que ele perde sua capacid

O mercado está cansando

Desde o afastamento provisório da ex presidente Dilma, o mercado valorizou as ações das empresas brasileiras em 30% valorados em reais. Se formos mudar o indicador para dólar, essa valorização se deu em 58%. A moeda do país se valorizou e seus ativos também. Porém, os sinais são de reversão desde que o Trump foi eleito, e mais, o país pouco avançou nas reformas prometidas. Melhoramos radicalmente a gestão das empresas públicas. E isso per se resolve grande parte do problema em termos de tornar o país atrativo para os investidores estrangeiros. Ao mesmo tempo, também demos um salto de qualidade na política monetária, passamos a finalmente começar a reduzir a trajetória dos juros, mesmo com o mercado internacional sinalizando o oposto. E isso é perigoso. O perigo advém do seguinte fato. Sozinho o Banco Central não controla inflação. Quem decide o quanto oferta de moeda é a política fiscal do Governo, que ao introduzir mais déficits, ou expande a base monetária hoje, ou se

(Re)Pensar é preciso

O Estado do Rio de Janeiro não possui um centro unificado que pense suas políticas econômicas. O que temos são alguns poucos dentro da Secretaria da Fazenda do Estado, que no momento é ocupada por quadros políticos de carreira. Ou seja, sem nenhuma experimentação no mercado, tão pouco na academia. Para se ter uma ideia nosso atual secretário de fazenda, Gustavo Barbosa, possui o seguinte currículo divulgado no site da SEFAZ: O novo Secretário de Fazenda é graduado em Ciências Contábeis, na UNICEUB e pós-graduado em Gestão Executiva de Fundos de Pensão, na ICAT/UDF. Gustavo Barbosa é Conselheiro do Conselho Deliberativo da Fundação de Previdência Complementar do Estado do Rio de Janeiro – RJPREV e Conselheiro do Conselho Nacional dos Dirigentes dos Regimes Próprios de Previdência Social – CONAPREV. Sua parca experiência profissional não conta com nenhuma passagem em empresas privadas, apenas indicações políticas para exercer cargos de confiança em fundos de gestão pública.

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