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(Re)Pensar é preciso



O Estado do Rio de Janeiro não possui um centro unificado que pense suas políticas econômicas. O que temos são alguns poucos dentro da Secretaria da Fazenda do Estado, que no momento é ocupada por quadros políticos de carreira. Ou seja, sem nenhuma experimentação no mercado, tão pouco na academia. Para se ter uma ideia nosso atual secretário de fazenda, Gustavo Barbosa, possui o seguinte currículo divulgado no site da SEFAZ:

O novo Secretário de Fazenda é graduado em Ciências Contábeis, na UNICEUB e pós-graduado em Gestão Executiva de Fundos de Pensão, na ICAT/UDF. Gustavo Barbosa é Conselheiro do Conselho Deliberativo da Fundação de Previdência Complementar do Estado do Rio de Janeiro – RJPREV e Conselheiro do Conselho Nacional dos Dirigentes dos Regimes Próprios de Previdência Social – CONAPREV.


Sua parca experiência profissional não conta com nenhuma passagem em empresas privadas, apenas indicações políticas para exercer cargos de confiança em fundos de gestão pública. Sequer é formado em economia, formado em contabilidade em uma universidade particular de Brasília. Qualquer professor ingressante em uma instituição pública de ensino universitário com seus 30 anos de idade tem um currículo pelo menos 3x superior. Mas mesmo assim é a política que comanda as nomeações. O mérito é deixado de lado. Os resultados, no entanto, quando aparecem, são creditados às intempéries. Lógico, que sempre quando negativos.

Temos uma Universidade Estadual que não consegue se inserir nesse locus de pensar as políticas econômicas do seu próprio estado, estas que atingem a própria instituição, seja com falta de recursos para pesquisas e projetos nevrálgicos, seja com o simples pagamento dos professores e funcionários da instituição. De quem é a culpa desse quadro? Não sei dizer. Mas diria que a inépcia de um uns, e a inércia de outros leva-nos a essa pintura aos moldes de Guernica. 

É preciso mudar esse modus operandis que de tijolo em tijolo construiu esse cenário de devastação das contas públicas, decorrência de armas de destruição em massa. Fruto da massa cinzenta de uns poucos políticos que insistem em manter a política como sendo algo privado, e uma população ainda atônita aos impactos eminentes e inevitáveis dessa antiga política. Defendo a ocupação de fato. De um espaço desocupado, que é a política econômica do Estado do RJ, afinal alguém acha que o pacote (inconstitucional) de medidas defendidas pelo Pezão foi formulado durante suas sessões de quimioterapia, e que o próprio Dornelles se recusou, sabiamente, em divulgar.

Pensar e repensar as política públicas se faz mister. Não se pode depositar o comando da economia do estado nas mãos de pessoas que por afinidade política/ideológica ascendem sem mérito comprovado. O Estado irá apenas se afundar. As medidas econômicas propostas por Pezão, e provavelmente referendadas pela sua equipe de assessoramento econômico foram um tiro no pé (difícil de errar). Sequer pensaram no mais simples, antecipar as medidas de austeridade pensadas em âmbito federal por equipe muito mais competente, e com capacidade econômica e política para ajudar o estado. Ou seja, o simples parece ser difícil.


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