Desde o afastamento provisório da ex presidente Dilma, o mercado valorizou as ações das empresas brasileiras em 30% valorados em reais. Se formos mudar o indicador para dólar, essa valorização se deu em 58%. A moeda do país se valorizou e seus ativos também. Porém, os sinais são de reversão desde que o Trump foi eleito, e mais, o país pouco avançou nas reformas prometidas.
Melhoramos radicalmente a gestão das empresas públicas. E isso per se resolve grande parte do problema em termos de tornar o país atrativo para os investidores estrangeiros. Ao mesmo tempo, também demos um salto de qualidade na política monetária, passamos a finalmente começar a reduzir a trajetória dos juros, mesmo com o mercado internacional sinalizando o oposto. E isso é perigoso.
O perigo advém do seguinte fato. Sozinho o Banco Central não controla inflação. Quem decide o quanto oferta de moeda é a política fiscal do Governo, que ao introduzir mais déficits, ou expande a base monetária hoje, ou se endivida, e a expandirá (exponencialmente) no futuro. Fato este que já foi precificado há tempos, haja vista nosso enorme prêmio de risco pago em comparação ao mercado internacional.
Nossa taxa de juros que é de 13,75% ao ano perde para a maioria das economias civilizadas, mas estamos na frente dos argentinos e sua assustadora taxa de 130,51% ao ano. Uma questão importante é que a pela equação da paridade descoberta da taxa de juros apresentada abaixo:
Não apenas a taxa de juros real (descontada da inflação) é levada em consideração, mas como também a (des)valorização do real é levada em consideração. Uma vez que investidores estrangeiros querem manter seus ativos precificados em moeda forte. Portanto, qualquer decisão que desvalorize o real, pressiona os juros brasileiros, além disso, qualquer decisão que leve a descontrole inflacionário, também pressiona.
Dessarte, uma política, além de boa intenção, necessita para ser exitosa de uma coordenação hercúlea dos diferentes fatores que podem afetar sua eficiência/eficácia. E o Brasil começa a enfrentar fatores adversos, e que, somados aos fatores internos já conhecidos podem alongar o período da atual crise.
É como se a janela de soluções estivesse se fechando, e é preciso dar um norte claro sobre para onde vai a trajetória dos gastos públicos, que de forma última definirá a trajetória da inflação, e ajudará a reduzir os juros, permitindo que a economia, via investimento privado, seja estrangeiro, seja nacional, comece a crescer e se desenvolver.
Por hora oremos e cobremos.
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