Você já se pegou numa posição em que investiu em algo e não deu certo? Lembre-se o quão doloroso foi perceber que seu viés de confirmação indicava que cada evidência de falha era apenas algo passageiro, e que cada pequeno fato positivo, mas irrisório, era uma mensagem divina que você deveria continuar esse caminho. O exemplo mais típico desses, é esperar um determinado ônibus. Pegar dois daria mais trabalho. Então, passam-se 4 ônibus da dupla viagem, mas você segue esperando aquele ônibus. E quando percebe, perdeu um tempo precioso, e teve que se render ao tal do ônibus da baldeação, que agora veio cheio.
É basicamente isso que acontece com quase todo mundo. Penso até no comandante do Titanic que acreditava que acelerando seu portentoso transatlântico, iria chegar mais cedo. E vendo as evidências de que teria que desacelerar por perigos de iceberg's, preferiu ignorá-los, afinal, o viés de confirmação nas nossas cabeças fazem com quem achemos que temos mais bom senso do que estatisticamente é possível.
A votação realizada para efetuar a renegociação das dívidas com os estados, provou mais uma vez que o viés de confirmação é uma arma poderosa - pena que é de destruição. Os estados quebrados resolveram, via seus parlamentares, não aceitar as exigências de congelamento de gastos e venda de ativos, bem como vetar os reajustes salariais. Afinal o dinheiro público cresce em árvore. E os seus salários são pagos pela União, e em dia!
Os servidores do estado do RJ que não receberam nada no mês de Dezembro, mês este marcados por festividades e confraternizações, inclusive agraciado como 13º salário, para exatamente, promover um consumo/conforto acima da média para os trabalhadores, ficaram mais uma vez às mínguas. Sem a renegociação, o dinheiro que estava na conta do estado foi arrestado, e agora, nem ao menos os 640 reais, prometidos para o mês de Dezembro, chegarão. E provavelmente esse penúrio irá se arrastar até que o estado decida levar a crise a sério.
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