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Recontextualizando a corrida presidencial.

Analisando a corrida presidencial como um modelo de concorrência linear, ou seja, candidatos que trazem plataformas que se posicionam no velho diagrama Jacobinos e Girondinos, Dilma x Aécio são plataformas diametralmente opostas. Fato este que torna as intenções de votos entre ambos uma disputa bastante interessante do ponto de vista de plataformas políticas, uma vez que uma não pode querer se aproximar da outra.

Contudo, um candidato como Eduardo Campos trouxe uma vantagem entre ambos, poderia se situar bem no centro dessa disputa, atraindo votos do eleitor mediano. Em uma disputa do tipo ordinal, Campos seria o candidato com menos rejeição de ambos os eleitores. Além do mais, puxaria votos de eleitores que votariam ou Dilma ou Aécio. Portanto, era uma peça chave para levar as eleições para o segundo turno.

Com sua repentina morte, algo extremamente triste e inesperado, abriu-se uma grande janela de incerteza às vésperas da madrugada democrática. Não se tem a real noção como se dissiparão os votos que Campos angariou durante sua campanha, e tão pouco se Marina Silva fortalecerá ou não esses votos.

Uma questão é simples, nessas eleições há um embate entre programas de governo entre PT e PSDB. Ambos se julgam soluções superiores. E o PSB de Campos aparecia como uma solução intermediária. Ao mesmo tempo em que Marina Silva defende pontos até mais radicais do que o próprio PT de Dilma.

Com relação a propostas de Políticas de Estado, que não visam fortalecer Governos e sim o país, não foram apresentados projetos consistentes de mudanças, apenas intenções e promessas, com baixo aprofundamento nas ideias. A equipe econômica de Aécio é consubstancialmente mais gabaritada do que a equipe de Dilma, com um adendo, não procuraram Henrique Meirelles para formar um time imbatível, indivíduo que na presidência do BaCen conseguiu efetuar um verdadeiro milagre durante o período de 2002 até 2010.

Não há como prever o que irá acontecer, mas o cenário mais provável é que as propostas irão arrefecer suas ideias extremas, mas em se tratando de propostas o Governo Dilma mostrou na prática que as suas são pouco críveis.

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