A despeito do que muitos pensam, a questão do Calote da Argentina é uma situação prevista e precificada. O país de fato passa por uma crise econômica movida e solidificada pelas políticas da dinastia Kirchner, que há mais de 1 década vem perpetrando uma política econômica de dilapidação da dívida pública argentina, aliando leniência fiscal à políticas comerciais protecionistas.
Um calote é uma boa política, desde que não uma série temporal seja algo inócuo. Ou seja, se o passado de um agente pouco importa para prever seu futuro, o melhor a ser feito é quebrar contratos que lhe prendem e trazem um certo desconforto. Ainda mais em período eleitoral, as viúvas do nacionalismo sulamericano vibram ainda com a ideia e o ideal de um Estado 100% autônomo, que pode mandar para as cucuias contratos internacionais, em prol de uma dita melhora para o seu país.
Acontece que do ponto de vista prático a história não é bem assim. Nenhum país hoje é uma ilha isolada. Depende de parceiros comerciais para manter o bom desenvolvimento da sua economia. E fazer acordos comerciais depende, sobretudo, de mútua confiança. E essa confiança não é depositada em um contrato mas sim solidificada com o respeito aos contratos antigos.
Sendo assim, me parece temerária a postura do Governo e dos seus defensores. Entretanto, do ponto de vista estratégico, no que tange tanto a política quanto a economia, parece uma decisão ótima. Uma vez que conseguiram rotular os credores de "abutres". Abutres ao que parecem, fazendo apenas o seu papel, ao exigir que se cumpra os contratos assinados.
Um dos males do nacionalismo é a quebra de contratos como forma de reforçar a soberania. A quebra de contratos apenas reforça a irresponsabilidade dos gestores públicos.
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