Ontem me vi em uma situação corriqueira no Brasil. Fui vítima de roubo de carro. Simplesmente três marginais armados levaram meu veículo, bem como pertences de baixo valor mas de altíssima importância, como livros e provas de alunos e notas de aulas.
A questão que melhor explica a violência é o desemprego e a desigualdade social. Mas se pararmos para pensar, esses fatores não levam por si só um indivíduo entrar para o crime. Há mais por trás. Além de um desvio moral e um desapego a vida humana, tanto sua quanto de outrem. Acredito que uma vez nessa atividade, o indivíduo seja irrecuperável.
Posto isso, a falta de segurança aliada há uma péssima gestão pública de segurança exercem fundamental importância. Soma-se, também, um baixo rigor penal para esses indivíduos, bem como o total descaso público com o sistema prisional, que não só não recupera mas como também alija e mata muitos.
Não há solução fácil. Contudo a impunidade contra esses delitos deve acabar. Maioridade penal serve apenas para facilitar que mais jovens sejam recrutados e, uma vez irrecuperáveis, sejam imputáveis criminalmente a despeito da barbárie dos seus crimes. Política de valorização do serviço do policial. Alguém que arrisque sua vida em prol da segurança de outra pessoa não pode ser tratada como um mero funcionário. É uma profissão de alto risco e desgaste. Caso se dê baixa remuneração irá atrair apenas os piores tipos de candidatos para o cargo. E mais, o risco de um bom policial se corromper aumenta dado uma baixa remuneração. Isso acontece com todas as profissões.
A sociedade brasileira vive sequestrada pela violência e pela intolerância. Uns com medo dos outros. A segurança pública é um bem público. A constituição é um bem público. Não acredito que haja como privatizar a segurança pública, como se fazia no velho oeste americano. A vida nas cidades exige uma coordenação que o Brasil até hoje não se preparou para demonstrar. As próximas gerações que serão marcadas pelo Bolsa Família, que vem fomentando a natalidade nos grupos sociais mais pobres, sem com isso, exigir um seio familiar adequado para esse crescimento, podem ser marcadas por uma eclosão da violência sem precedentes. Uma vez que, a doutrina econômica atual (nacional desenvolvimentismo) não ajuda a reduzir a desigualdade, apenas torna os mais pobres mais dependentes de um Estado cuja vocação é concentrar renda na mão dos seus atores e parceiros.
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