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Mamonas Assassinas: gênios impublicáveis no mundo atual

Do forró ao heavy metal os caras simplesmente não deixaram ninguém em paz. Contudo, a turma do politicamente correto, caso surgissem hoje, não deixaria em paz a genialidade do que foi, para mim, o melhor grupo musical que o Brasil revelou nos últimos 20 anos.

Com simplicidade e falando o óbvio atacaram com seu humor ácido, a classe média, as vadias, os cornos, os gays, pagodeiros, pobres, nordestinos... O discurso da censura faz com que um assunto vire tabu. O que provoca uma falta de reflexão sobre o tema, sob pena das pesadas críticas daqueles que pensam que já conhecem a verdade.

Sou totalmente contra à qualquer censura. Mesmo aquela que de fato cala a estupidez. Na minha opinião a estupidez é bem vinda, ela gera reflexão no interlocutor. O locutor se rotula, não se esconde. Está cheio de pessoas ignorantes que evitam expressar suas opiniões e por tanto não conseguem ser identificadas.

Ouvindo o seu único CD, chego a conclusão de que seu sucesso não foi algo do acaso. Não se consegue açambarcar praticamente todos os estilos musicais em um álbum, nem fazer músicas inteligentes sem esforço e disciplina. É obvio que quando se gosta do que faz, o trabalho vira diversão. Não é se preocupando com dinheiro que se conquista grandes feitos. É fazendo o que se faz bem. Sua morte precoce foi uma pena para o Brasil, tolhendo sua criatividade. Dinho e cia conseguiram com essa mistura de rítmos e humor fazer algo totalmente inovador,  mostraram que não precisa imitar nada de fora para fazer sucesso. Sua receita quase infalível para o estrelato, entretanto, não conseguiu ser seguida... ou seja, nem todas as ideias são bens públicos.

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