Me lembro em 2002 um discurso do ex presidente Lula criticando a política externa do ex presidente Fernando Henrique. Segundo Lula, a petrobrás gerava empregos fora do país ao mandar produzir suas plataformas de petróleo em países como Cingapura e Corea do Sul. Ueh?! Só porque lá é muito mais barato e eficiente? Temos que salvar nossa indústria nacional e nossos estaleiros.
Foi feito, grande parte da política industrial do governo PT foi pautada pela internalização da produção de muitos bens que eram importados, inclusive bens de alta tecnologia. Mas, pergunto eu, se essa tecnologia continua não sendo gerada aqui, qual foram os ganhos reais para o Brasil? Bom para o Brasil eu não sei, mas para a turma das empreiteiras, estaleiros e subsidiárias das empresas multinacionais, foi um ótimo negócio.
Com isso o país passou paulatinamente a mudar artificialmente investimentos em setores produtivos para setores que receberam incentivos do governo. Um exemplo disso é o setor de informática e tecnologia, que no país anda se arrastando. Enquanto que nos outros BRICS como China, Índia, e países de fora como Israel, esses setores estão reformulando a forma como se faz capitalismo. Na era dos serviços estamos na era industrial. Ou seja, quase 30 anos defasados.
Sendo assim, grande parte desse excedente gerado nos setores privilegiados pela política industrial foi, contrariando as expectativas dos economistas do governo, apropriado novamente pelas economias externas. Contudo, ao invés de comprarmos plataformas e projetos de infraestrutura, compramos iphones, camisas de marca, computadores e tablets que custam pelo menos 50% a menos do que no mercado interno.
Enquanto se discute como salvar a indústria de automóveis, se desenvolve fora pesquisas sobre como produzir em massa carros autônomos, sem a necessidade de motorista. Esse perigoso hiato tecnológico está nos colocando em uma perigosa posição. Como solucionar esse problema, de preferência sem criar muitos outros como foi feito lá trás.
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