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A impaciência te deixa mais pobre.

Pouco se aborda esse tema, que deveria ser levado em consideração na discussão dos juros no país. O brasileiro de forma cultural tende valorizar muito o consumo presente mesmo pagando altos juros para antecipar seus recebimentos futuros. E sim, isso tem nada a ver com a SELIC alta. O Governo, também como todo bom brasileiro, gosta de antecipar renda futura, emitindo títulos da dívida uma vez que gasta mais do que arrecada. Parece algo que está no nosso DNA, a cultura do Presente.

Sendo assim, quanto mais impaciente uma pessoa for, maior será a taxa de desconto que ela impõe a fluxos de caixa no futuro. A impaciência possui um efeito de reduzir seu valor presente de forma quadrática. A conta não é tão simples, porém segue abaixo:

 Pense em um fluxo de caixa constante:




Logo, o efeito da impaciência é reduzir em muito seu montante. Ou seja, quanto mais impaciente você for, mais pobre será, por definição. A impaciência pode ter um efeito de segunda ordem positivo, de fazer com que o indivíduo tente aumentar seus fluxos de caixa. Porém, reduz consubstancialmente os pesos dos fluxos de caixa futuros. O que torna o somatório necessariamente menor. 

Populações menos pacientes, então, serão fadadas a conviver com taxas de juros muito altas, e com baixo investimento em detrimento do consumo. Logo, se faz mister incutir na cabeça das pessoas que a paciência é uma virtude e que tem impacto direto no nosso bolso.

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