Do ponto de vista econômico, Collor foi o melhor presidente em termos de implementar políticas que eram necessárias há 50 anos para o país. A abertura comercial e financeira do país é a causa pela qual hoje se pode andar em carros com direção elétrica, se tem computadores modernos e a população passando a conviver com avanços tecnológicos como internet, celulares e etc.
O país, antes de 1990 era profundamente atrasado em termos de tecnologia e gestão. Grande parte do legado dos mais de 20 anos de governo militar foi o emparelhamento estatal, e uma profunda crise nas empresas estatais. Bom, em termos de gestão o ganho foi a imposição da privatização dessas empresas mesmo com todo o histórico de ufanismo e nacionalismo impetrado pelos militares e seus antagônicos socialistas e comunistas.
Ao instituir o PND – Programa Nacional de Desestatização pela Lei nº 8.031, de 1990. No entanto, das 68 empresas incluídas no programa, apenas 18 foram efetivamente privatizadas, pois Collor teve sua ação obstaculizada com os problemas surgidos na privatização da Viação Aérea São Paulo – VASP.
Além disso, Collor teve coragem em mexer com os rentistas e funcionários públicos. A ideia de que o corralito à poupança, foi uma afronta aos mais pobres é algo absurdo. Por definição pobre não tem poupança, e 50 mil cruzeiros hoje em dia valem mais ou menos 9.282,43 reais. Que pobre possui isso hoje em dia na poupança? Imagina há mais de 20 anos atrás.
Collor foi vítima da sua própria megalomania pessoal e de sua falta de preparo político. Deixou um legado de avanço e abertura econômica, mas sem uma política de continuidade desse pensamento. Fernando Henrique Cardoso, mesmo com a estabilização pouco fez no sentido de maior abertura econômica do país, seu sucessor Lula tão pouco, e agora vivemos um período de retrocesso gritante.
Hoje Collor foi inocentado pelas acusações pelo STF. O movimento que o retirou do poder foi um movimento das elites que pouco concordaram com as mudanças promovidas pelo seu governo que poderiam alterar drasticamente o status quo dessas elites industriais e de empresários no país. Quem compraria mais Piraquê, Brasília, Fusca, Combi, etc e etc? As empresas teriam que aumentar seu nível de competitividade a fim de permanecerem no mercado. Não haveria outra escolha. O jeito criado foi a mudança da doutrina econômica. O fortalecimento do protecionismo. E agora todos pagam a conta...
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