As discussões sobre as políticas públicas têm gerado muitas polêmicas exatamente pela falta de transparência. No âmbito federal o maior exemplo é o Bolsa Família. Ninguém, tirando alguns setores do governo, tem acesso aos microdados do programa. Isso é uma afronta à democracia e à sociedade aberta. A sociedade precisa ser informada sobre como seu dinheiro é gasto, está na lei da transparência, e no próprio principio constitucional da eficiência que rege à administração pública e seus atos.
Além disso, como não há dados, não há como avaliar de forma científica. E tudo entra na boa e velha guerra da propaganda e dos achismos destemperados, que seria tolido pelo rigor científico. A aproximação da academia e as políticas públicas é de extrema importância para evitar que a ideologia ponha em cheque o caminho ótimo para o desenvolvimento de um país e uma sociedade.
No âmbito do governo do estado, uma das políticas mais polêmicas é a da UPP. Não se tem ainda ideia sobre os ganhos e custos da mesma. Se de fato, os benefícios superam os prejuízos causados. Uma coisa é certa, é possível ser mensurada. Inclusive quantificar esses efeitos se faz mister dado a necessidade de informações precisas.
O governo municipal e sua política de reurbanização tem gerado um enorme caos e problemas na mobilidade urbana. O centro do Rio de Janeiro está praticamente inacessível durante boa parte do dia. A cidade vive hoje um triste recorde. Somos a pior colocada em termos de desperdício de tempo no deslocamento. As alternativas de transporte público são pífias e não atendem grande parte da população. Posto isso, seria mais do que necessário estudos que mostrem os benefícios para essas pessoas, que estão sendo prejudicadas de forma direta por essa política, que em um olhar superficial parece mais do que desmedida e atendendo a grupos de interesses que fogem em muito do pensamento democrático.
Precisamos tornar mais científica a discussão dessas políticas, menos ideologias e mais verdades. Políticas de governo precisam ser abolidas. A visão de longo prazo e os princípios alocativos, redistributivos e estabilizadores se fazem necessários. Do contrário, a propaganda é que determinará quem é vitorioso e não a verdade.
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