Como um cachorro perseguindo o próprio rabo, prefeitura, governos federal e estadual, estão trabalhando para deixar um legado do seu governo. Ótimo legado, caso trabalhassem para se enriquecer e não para a sociedade. As obras de infraestrutura atraem uma mão de obra pouco qualificada e com uma alta rotatividade. Soma-se esse fato com o boom imobiliário, e temos dois resultados, alto custo e uma população de desempregados após esses investimentos.
Sem a concatenação das obras de infraestrutura, e uma continuidade o e uma visão de longo prazo, podemos ver o dinheiro gasto com as obras, e propinas, ir para o ralo. O primeiro motivo é que as obras concentram grande parte do dinheiro injetado nas mãos de poucos, o segundo motivo é que os trabalhadores que são atraídos para esse mercado carecem de outras oportunidades de trabalho, dificilmente serão aproveitados para outros setores, o que pode gerar uma multidão de desempregados em uma cidade cuja estrutura de transporte de massa está mais do que sobrecarregada.
O encarecimento da cidade, a sua falta de estrutura e o represamento de comunidades carentes no meio da cidade, como é o caso do alemão, maré, rocinha, e mais recentemente a desapropriação que aconteceu no prédio da Telemar no bairro do Engenho Novo, pode levar a eclosão de uma violência exatamente pelo desespero que acomete pessoas que possuem condições socieconômicas muito próximas àquelas que são atraídas para a construção civil. Ou seja, ao se atrair muitas pessoas para trabalharem nesse setor, é preciso pensar de antemão como realocá-las no mercado de trabalho, para não gerar um problema maior do que o benefício da intervenção urbana.
O pensamento de curto prazo que acomete nossos políticos podem gerar um legado pernicioso e quase mortal para a economia da cidade. Muitos investimentos tem sido atraídos para o Rio de Janeiro no mercado imobiliário, e o encarecimento dos imóveis e alugueis, expulsa pessoas e principalmente empresas. Além disso, a difícil locomoção, que afeta a todos, tem feito com que empresas fujam do centro da cidade. Em um segundo momento, pode levar a uma fuga da própria cidade, e o fechamento de parte do comércio que depende de seus transeuntes. No limite esse raciocínio pode levar ao Rio ser uma cidade de funcionários públicos, resquício da época do Estado da Guanabara, e de donos de imóveis.
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