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A tal da taxa de juros negativa.

Bom, não é tão complicado em uma segunda vista. Países desenvolvidos com moeda forte (Dólar e Euro) tem uma boa capacidade de exportar inflação (referencias no final do texto). Todos os países exportam a aceitam a sua moeda, o que gera um surto em moeda local. Mais ou menos como acontece se descobrirem uma jazida gigante de ouro. Mas infelizmente, a jazida neste caso é traduzida como um comportamento oportunista da autoridade monetária.

Assim sendo, se você acredita que haverá uma crise, você se protegerá. Se você é investidor de país subdesenvolvido, compra títulos em dólar/euro. Se você é investidor de país desenvolvido, também comprará, pois seus recursos são tão vultuosos que seria custoso (mais do que os juros negativos) converter em moeda corrente.

Assim temos uma situação que parece um equilíbrio de Nash, mas sustentado em ameaça vazia. De que a crise se avizinha, e por isso eu prefiro segurar recursos em títulos do que investir. 

E isso me deixa mais puto. Pois as crises em países subdesenvolvidos sempre foram por fuga de capitais, provocados por aumento de juros internacionais. Agora, temos juros negativos e o Brasil não conseguiu se catapultar como um bom recebedor de recursos.

Fato este proveniente da quebra institucional, quebra na credibilidade e risco político. Mas isso é tema para um longuíssimo debate.

Kravis, Irving B., and Robert E. Lipsey. “Export Prices and the Transmission of Inflation.” The American Economic Review, vol. 67, no. 1, 1977, pp. 155–163. JSTOR, www.jstor.org/stable/1815899.

Rudiger Dornbusch, Stanley Fischer, Moderate Inflation, The World Bank Economic Review, Volume 7, Issue 1, January 1993, Pages 1–44, https://doi.org/10.1093/wber/7.1.1

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