Pular para o conteúdo principal

Assustadora Realidade

O Brasil adotou um padrão completamente esquizofrênico no combate a COVID19. O primeiro passo foi a negação. Enquanto todos os países já sofriam os efeitos severos da pandemia, o governo resolveu adotar o mesmo discurso, mas dirigido para outro tipo de situação, do ex presidente Lula, em sua famosa frase "Marolinha", referindo-se a crise da Sub-Prime. 

Acontece que durante a crise da sub-prime, os EUA caíram 8 %  em termos de produção e o Brasil apenas 2%. Ou seja, a fala se provou verdadeira quando no ano subsequente o Brasil enfrentou a maior taxa de crescimento da sua história recente, com 8%. Indicando que na média o Brasil cresceu entre 3 e 4%, mesmo durante a dura crise.

No entanto, Bolsonaro repetiu a dose. Falou em "Gripezinha" ao se referir a COVID19. E o pior aconteceu. Primeiro de tudo é preciso deixar claro que por mais severa que seja a crise econômica, ela não é capaz de matar literalmente. Ela pode levar a fatores como violência e baixo investimento em saúde fazerem o trabalho sujo. Mas nenhuma crise econômica mata per se. Há fatores envolvidos. Já uma crise sanitária sim. Mata e ponto final.

Nessa linha de atuação, o presidente fez o primeiro movimento. Se colocando como negacionista, em um processo que se assemelha muito à psique do luto.

Fase 1) Negação. ...
Fase 2) Raiva. ...
Fase 3) Barganha. ...
Fase 4) Depressão. ...
Fase 5) Aceitação.

Ainda na negação misturada com raiva, Bolsonaro partiu para o ataque. E ao não encontrar uma única e ressonante voz que desse coro aos seus despautérios, vociferou para cima de seus próprios aliados. Justamente aqueles que estavam na linha de frente do combate ao vírus. Os ministros da saúde e da segurança. Ambos peças chave para o controle endêmicos pois apenas com investimentos maciços na abertura de novos leitos e testes rápidos e garantias legais para as medidas de isolamento social, seria possível ter algum alento.

No entanto, o presidente não aceitou ser contrariado e cavou seu próprio velório. Em suma, as fases de luto pela qual ela passa se referem ao próprio mandato. No entanto, sua perturbada mente coloca em cheque a segurança nacional, as funções da federação e a soberania. Enfraquecendo uma nação inteira apenas e unicamente motivada pela sua falta de autocrítica. 


Se eu for procurar países com o mesmo padrão brasileiro irei encontrar os EUA. Não à toa acredito que ambos comungam de chefes de estado com a psiquê problemática e megalomaníaca. 


A Espanha, por exemplo, terá um pico de contágio entre hoje e amanhã, dado sua boa capacidade reativa a doença. Sendo o país que liderou as estatísticas de mortes durante quase 30 dias.

As consequências para a população serão gravíssimas, e aqui cabe uma análise de estado para estado no BR, de forma a mostrar as nuances da doença dentro do solo brasileiro.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores