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O Modelo Patrimonialista da Gestão Pública

Não existe concurso público para presidente e diretores das empresas estatais. Conclusão: elas se tornam privadas nas mãos dos partidos políticos que controlam o poder executivo. Solução: privatização ou controle burocrático da indicação.

A privatização é um processo que deve acontecer de forma natural, afinal de contas, todos nós dependemos de empresas privadas para atender grande parte de nossa demanda, e nem por isso execramo-as como demônios, sejam vocês de direita ou esquerda. Ninguém quer que sua padaria favorita se torne pública, ou que nosso hotel favorito se torne público, ou até mesmo, que nossas casas, camas, famílias e etc se tornem públicas.

Contudo, o Brasil conseguiu institucionalizar o ideal nacionalista de que o que é público é bom. Na realidade a alocação ótima de bens públicos requer uma alta engenharia de mecanismos econômicos para que possa acontecer, tal como o sistema de preços funciona. É claro que existem falhas em um mercado privado, temos situações de equilíbrio que distam da eficiência, porém, tais situações não foram concertadas pela estatização da coisa privada, e sim pela criação de mecanismos que permitam a regulação eficiente, mas deixando indivíduos perseguirem seus próprios interesses, ao invés de anjos altruístas, como são vendidos os políticos no ideal esquerdista.

Logo, o que ocorreu no caso da Petrobrás vem ocorrendo em todas as empresas públicas desde a sua criação, em maior ou menor grau. Não devemos enterrar essa lição dolorosa, que custou bilhões às famílias brasileiras, que são as maiores investidoras da estatal. Devemos lançar mão agora de um processo de burocratização da gestão superior dessas empresas, elegendo cargos técnicos e não políticos, que devem administrar visando objetivos e metas, e não agradando políticos A ou B. Ninguém sabe quando, mas se nada for feito, BNDES, BB, CAIXA ECONÔMICA, ELETROBRÁS (essa já está quase indo), etc, seguirão o mesmo caminho.

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