Pular para o conteúdo principal

O Modelo Patrimonialista da Gestão Pública

Não existe concurso público para presidente e diretores das empresas estatais. Conclusão: elas se tornam privadas nas mãos dos partidos políticos que controlam o poder executivo. Solução: privatização ou controle burocrático da indicação.

A privatização é um processo que deve acontecer de forma natural, afinal de contas, todos nós dependemos de empresas privadas para atender grande parte de nossa demanda, e nem por isso execramo-as como demônios, sejam vocês de direita ou esquerda. Ninguém quer que sua padaria favorita se torne pública, ou que nosso hotel favorito se torne público, ou até mesmo, que nossas casas, camas, famílias e etc se tornem públicas.

Contudo, o Brasil conseguiu institucionalizar o ideal nacionalista de que o que é público é bom. Na realidade a alocação ótima de bens públicos requer uma alta engenharia de mecanismos econômicos para que possa acontecer, tal como o sistema de preços funciona. É claro que existem falhas em um mercado privado, temos situações de equilíbrio que distam da eficiência, porém, tais situações não foram concertadas pela estatização da coisa privada, e sim pela criação de mecanismos que permitam a regulação eficiente, mas deixando indivíduos perseguirem seus próprios interesses, ao invés de anjos altruístas, como são vendidos os políticos no ideal esquerdista.

Logo, o que ocorreu no caso da Petrobrás vem ocorrendo em todas as empresas públicas desde a sua criação, em maior ou menor grau. Não devemos enterrar essa lição dolorosa, que custou bilhões às famílias brasileiras, que são as maiores investidoras da estatal. Devemos lançar mão agora de um processo de burocratização da gestão superior dessas empresas, elegendo cargos técnicos e não políticos, que devem administrar visando objetivos e metas, e não agradando políticos A ou B. Ninguém sabe quando, mas se nada for feito, BNDES, BB, CAIXA ECONÔMICA, ELETROBRÁS (essa já está quase indo), etc, seguirão o mesmo caminho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a...

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co...

Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão...

Marcadores