Entenda o seguinte. Todo gasto público deve possuir alguma finalidade. As funções do Estado consagradas na literatura são: alocativas, distributivas e estabilizadoras. Irei aqui construir um argumento do porquê o investimento em universidades públicas pode ser uma aplicação do princípio da alocação/eficiência. Mas, pode não ser tbm!
Quando o Estado paga a universidade de um indivíduo, ele tem como custo exatamente o valor que ele desembolsou para o indivíduo se graduar, mas qual é o retorno. Bom o nome de qualquer retorno social é só um, impostos! Isso mesmo, enquanto você possuir renda poderá ser tributado. No Brasil essa carga tributária gira em torno de 34% da renda. Logo, um indivíduo representativo que recebe 1000 reais por mês, paga ao erário, 340 reais mensais.
E aí está a chave do porquê é eficiente para o Estado financiar um curso superior. Como um indivíduo formado possui renda maior, ele pagará mais tributos. Logo, a diferença entre a massa salarial que ele possui com ensino superior, com a que ele possuiria sem o ensino superior, gera um ganho de massa de impostos. Se o valor presente desses impostos for maior que o custo de bancar o ensino superior, o investimento em capital humano do setor público possuirá uma TIR positiva. Ou seja, é ótimo para o Estado investir na formação universitária, desde que a diferença salarial do indivíduo formado, permitir que ele com os impostos gerados pela sua renda, banque os custos iniciais da sua formação.
Sabe o lado ruim desse argumento? Os cursos que geram salários menores, em média, também, gerarão impostos menores. Logo, o custo desses cursos devem ser menores, para que a conta feche. Ou seja, o Estado deve buscar investir em cursos que de fato aumentam a massa salarial do indivíduo formado. Tendo com isso retorno positivo.
Ps. Não se espantem, é exatamente essa conta que um vestibulando deveria fazer ao escolher uma universidade particular. Se o retorno do seu aumento salarial, for maior que o custo da universidade, tudo trazido a valor presente.
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