Quando compara-se a administração dos recursos humanos na esfera pública, buscar inovação, dinamismo, pro-atividade, empreendedorismo, esforço, ética e moral, na minha opinião, é algo ligado à atividade extrativa. Como nas economias primárias do homem pré-histórico, tudo que lhe era provido, não era fruto do seu esforço ou investimento. Não havia uma preocupação hoje com a oferta futura de bens/serviços. O mesmo acontece hoje no funcionalismo público. A preocupação é em se ter uma voz política uníssona, do que ter funcionários comprometidos e bem engajados nos seus respectivos trabalhos - evitando-se com isso a politicagem dos meios públicos, simbiose esta perigosíssima.
O exemplo de tal questão se reflete na recente discussão dos salários do funcionalismo do executivo, acachapados pelo recrudescimento inflacionários - ou seja, os salários perderam seu poder de compra, graças a uma inflação promovida pelo gasto público desmedido. A iniciativa privada tem formas de trabalhar a gestão de recursos humanos a partir de uma perspectiva de produtividade, remunerando de forma diferenciada os seus colaboradores. A esfera pública não. Com isso, toda discussão de remuneração baixa e com isso, baixos incentivos, fica na esfera do salário ao invés da premiação por produtividade.
A última proposta veiculada é de aumento dos salários de 21% escalonados em 4 anos, ou seja, a lá carnê das Casas Bahia, o que, irá promover desdobramentos para a próxima gestão do executivo. A despeito do escalonamento desse aumento, que gera um aumento médio de menos de 5% ao ano, o que é abaixo da inflação hoje, que está em 8,5% ano. Uma forma mais inteligente de promover esse aumento da remuneração, e reduzir o impacto nos gastos públicos (dinheiro dos contribuintes), seria melhorar a estrutura de benefícios como auxílio alimentação, refeição e plano de saúde. Coisas que são de praxe em qualquer trabalho privado, e que nos cargos de executivo ficam a mercê dos gestores públicos, ligados a grupos de interesse que diferem dos interesses dos próprios colaboradores e dos pagadores de impostos.
Ao se elevar em uma unidade o salário, se têm um impacto menor na remuneração do trabalhador, uma vez que existe a incidência de imposto de renda. Além disso, os inativos que por lei percebem a mesma remuneração dos ativos, também irão receber o aumento. Ou seja, além de não se ter um aumento integral para o trabalhador, se tem um gasto adicional com os inativos.
Em contra partida, se fossem instaurados benefícios como alimentação, saúde e, até mesmo, educação, tais auxílios são isentos de impostos, são exclusivos dos trabalhadores ativos, e por tanto, impactam de forma mais preeminente a remuneração dos colaboradores e, possuem um gasto menor para cada um real de aumento. Mas como, a discussão é antes política do que técnica, coisas como meritocracia e produtividade estão riscadas do dicionário da gestão pública. Fica, então, essa reflexão.
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