O título remete a uma letra de música, que ensina o métodos mais simples para acabar com a malandragem. Ao que parece o juiz Sérgio Moro implementou essa ideia na prática. Fico pensando em quão politicamente são engajados os nossos empresários. Muito mais do que a população. Divago, ainda, pelos motivos que levam nossos empresários a serem fomentadores de campanhas políticas, inclusive para ambos os antagonistas. Será que o seu pensamento é tão amplo assim, que comporta apoiar os partidos políticos que defendem ideias tão díspares?
Além do mais, os gastos em financiamento de campanha somados, são muito mais vultuosos do que a soma das remunerações dos políticos durante seu mandato. Mas, mesmo nos países dito mais desenvolvidos como os EUA, os gastos de uma campanha presidencial também obedecem essa mesma regra. Então, qual é a grande questão que leva nossos empresários a se tornarem alvos fáceis de qualquer investigação sobre lavagem de dinheiro e tráfico de interesses.
A primeira, e principal, é que grande parte do dinheiro utilizado em campanha deriva de sonegação fiscal, dinheiro este fruto de operações ilícitas que enriquecem os bolsos dos empresários e dos gestores, mas fogem da contabilidade e da visão dos acionistas.
A segunda, é que diferentemente dos EUA, grande parte dos empresários brasileiros que tanto doam para as campanhas políticas, são de setores que dependem do próprio ou foram criados pelo governo. Setores como a indústria naval, automobilístico, empreiteiras e etc. Não se vê grandes grupos varejistas "molhando" a mão do governo. Nem, tão pouco, empresários do ramo do agronegócio, que não dependam do aval do governo para exportar suas commodities e etc.
O Brasil cria, com seu governo, um grupo de interesse perigoso. Que são empresários que dependem do próprio governo para a sua existência. Sem as obras de infra-estrutura sem sentido, como grandes estádios de futebol no meio do Pantanal, Amazônia ou Brasília, quem iria garantir o bônus natalino dessas empresas? Sem as altas taxas de importação para carros, quem iria continuar comprando carros defasados tecnologicamente, e que apostam maciçamente em tecnologia de combustíveis fósseis, sendo que internacionalmente a nova onda é apostar em modelos híbridos, elétricos ou de hidrogênio?
O Governo brasileiro com sua ideologia pró-desenvolvimento industrial, gerou industriais preguiçosos e dependentes. Filhos eternos de uma mãe corrupta. E, como todos os otários, demoraram muito a perceber que essa dependência tem implicações legais. E agora, a conta chegou. Resta saber se a responsabilidade dessa mãe também será apurada. Ou acreditamos que empresas como a Odebrecht doam para campanhas políticas de forma ilícita porque adoram os políticos? Ou simplesmente são chantageadas para tal, em troca de favores futuros?
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