Em 2015 o Estado do Rio de Janeiro na véspera de sediar os jogos olímpicos de 2016 anunciava seus problemas financeiros de forma pública. Começava a não pagar fornecedores, e honrar contratos com prestadores de serviços. Alguns anunciavam que tais medidas mostravam que a terceirização dos serviços estatais era a grande responsável pela questão financeira, pois o Estado não conseguia mais pagar os seus fornecedores. Solução - apontada por alguns - delegar tudo a iniciativa pública e fazer novos concursos nas áreas carentes, como saúde e educação.
O tempo passou, e em menos de um ano os salários dos servidores já começavam a ser atrasados. Indicando, agora sem nenhuma capacidade de argumentação ideológica, que o problema não é a forma como é provido o serviço público, mas que a capacidade de provimento desse serviço por parte do Gov. do Estado do RJ estava em colapso.
O município do Rio de Janeiro, no entanto, mostrava ainda grande capacidade de absorver gastos públicos, recebendo no ano de 2015 e 2016 parte da rede pública de saúde do Estado, como forma de garantir a continuidade dos tratamentos prestados. Contudo, a variável política ficou de lado na hora de se fazer uma análise de sustentabilidade da gestão pública no Estado.
O ano de 2015 anunciou a crise fiscal estatal, uma vez que foi passada a eleição para governador, e nessa eleição os problemas fiscais foram mitigados do debate, e muito pouco era conhecido ainda do grande público sobre a situação financeira e a profunda crise que se abatia sobre as contas públicas do Rio de Janeiro. O mesmo mecanismo de estelionato eleitoral se formou no ano de 2015 e 2016 sob o pretexto das eleições municipais, e portanto, dizer que os municípios fluminenses enfrentavam uma crise sem precedentes, era dar um tiro no pé na corrida eleitoral, por parte dos grupos políticos dominantes. E de fato pouco se falou de crise econômica nos municípios.
Passadas as duas eleições, agora, os políticos demonstram toda sua capacidade teatral para solicitar recursos ao Governo Federal, evidenciando um desespero que só pode ser justificado frente ao inesperado. O que não é o caso. Todos sabiam, e tal teatro é digno de indignação total, e deveria ser provas ou de incompetência ou de corrupção, e levar à perda do mandato. Mas esqueço que falo de Brasil e mais especificamente de Rio de Janeiro.
Para se ter uma ideia do tamanho da crise, a arrecadação prevista para 2017 é de 40,9 bilhões de reais. A arrecadação de 2012 - no auge da especulação imobiliária e do boom da Nova Pol. Macroeconômica e do Setor Petroquímico - foi de 57,6 bilhões (em valores de 2017). Ou seja, houve uma queda de 16,7 bilhões de reais, indicando uma queda de 22% na arrecadação Fluminense. Proveniente de uma queda sem precedentes da estrutura produtiva do Estado, que depende fundamentalmente do setor de Petróleo e Gás, bem como Serviços e Turismo para fechar suas contas.
Com o agravamento da crise nacional, e da má gestão demonstrada durante o período da crise, o Gov. do Estado aprofundou os efeitos perniciosos, e grande parte das prefeitura - ou pseudoprefeituras - do Estado hoje estão em situação igual ou pior devendo mais de 3 meses de salários aos seus funcionários, sem falar em fornecedores e outras dívidas.
Em um âmbito nacional, a comparação é a seguinte, enquanto São Paulo contribuiu com 16% de todos os empregos gerados no país, o Rio de Janeiro promoveu 76% de todos a destruição de emprego. Fazendo uma comparação tem-se a seguinte configuração:
Quanto mais escura a cor, pior são os dados de destruição de emprego. Percebe-se que os dois Estados com pior desempenho no ano são Rio de Janeiro e Pernambuco - este com 23% da destruição total de empregos. Nada mais coerente, uma vez que PE recebeu importantes investimentos no mesmo setor de Petróleo e Gás, com a refinaria de Abreu e Lima. E hoje, padece dos mesmos males econômicos que assola o estado fluminense.
O recrudescimento da violência, a redução drástica no padrão de vida, aumento da desigualdade, perda de emprego, renda e condições de moradia, saúde e educação são hoje uma rotina das famílias fluminense. Relegar o debate econômico para segundo plano, enquanto se discutia se deveria ser demolido o Museu do Índio, impactos ambientais no Porto do Açu, a revitalização do Porto Maravilha, da entrada de famílias com mais renda nas favelas da Zona Sul, e etc, mostra o quão prejudicial pode ser a ideologia nas políticas públicas.
Demos voz e voto a quem assaltou prometendo tudo a todos. Agora nos resta corrigir esse erro. Destituindo os corruptos, fazendo políticas públicas e econômicas sérias. Sem esquecer um minuto do tamanho da crise. Os culpados são os gestores públicos e os cúmplices são os que elegeram. Ao apontarmos um dedo, temos 4 dedos apontados de volta.
O tempo passou, e em menos de um ano os salários dos servidores já começavam a ser atrasados. Indicando, agora sem nenhuma capacidade de argumentação ideológica, que o problema não é a forma como é provido o serviço público, mas que a capacidade de provimento desse serviço por parte do Gov. do Estado do RJ estava em colapso.
O município do Rio de Janeiro, no entanto, mostrava ainda grande capacidade de absorver gastos públicos, recebendo no ano de 2015 e 2016 parte da rede pública de saúde do Estado, como forma de garantir a continuidade dos tratamentos prestados. Contudo, a variável política ficou de lado na hora de se fazer uma análise de sustentabilidade da gestão pública no Estado.
O ano de 2015 anunciou a crise fiscal estatal, uma vez que foi passada a eleição para governador, e nessa eleição os problemas fiscais foram mitigados do debate, e muito pouco era conhecido ainda do grande público sobre a situação financeira e a profunda crise que se abatia sobre as contas públicas do Rio de Janeiro. O mesmo mecanismo de estelionato eleitoral se formou no ano de 2015 e 2016 sob o pretexto das eleições municipais, e portanto, dizer que os municípios fluminenses enfrentavam uma crise sem precedentes, era dar um tiro no pé na corrida eleitoral, por parte dos grupos políticos dominantes. E de fato pouco se falou de crise econômica nos municípios.
Passadas as duas eleições, agora, os políticos demonstram toda sua capacidade teatral para solicitar recursos ao Governo Federal, evidenciando um desespero que só pode ser justificado frente ao inesperado. O que não é o caso. Todos sabiam, e tal teatro é digno de indignação total, e deveria ser provas ou de incompetência ou de corrupção, e levar à perda do mandato. Mas esqueço que falo de Brasil e mais especificamente de Rio de Janeiro.
Para se ter uma ideia do tamanho da crise, a arrecadação prevista para 2017 é de 40,9 bilhões de reais. A arrecadação de 2012 - no auge da especulação imobiliária e do boom da Nova Pol. Macroeconômica e do Setor Petroquímico - foi de 57,6 bilhões (em valores de 2017). Ou seja, houve uma queda de 16,7 bilhões de reais, indicando uma queda de 22% na arrecadação Fluminense. Proveniente de uma queda sem precedentes da estrutura produtiva do Estado, que depende fundamentalmente do setor de Petróleo e Gás, bem como Serviços e Turismo para fechar suas contas.
Com o agravamento da crise nacional, e da má gestão demonstrada durante o período da crise, o Gov. do Estado aprofundou os efeitos perniciosos, e grande parte das prefeitura - ou pseudoprefeituras - do Estado hoje estão em situação igual ou pior devendo mais de 3 meses de salários aos seus funcionários, sem falar em fornecedores e outras dívidas.
Em um âmbito nacional, a comparação é a seguinte, enquanto São Paulo contribuiu com 16% de todos os empregos gerados no país, o Rio de Janeiro promoveu 76% de todos a destruição de emprego. Fazendo uma comparação tem-se a seguinte configuração:
Quanto mais escura a cor, pior são os dados de destruição de emprego. Percebe-se que os dois Estados com pior desempenho no ano são Rio de Janeiro e Pernambuco - este com 23% da destruição total de empregos. Nada mais coerente, uma vez que PE recebeu importantes investimentos no mesmo setor de Petróleo e Gás, com a refinaria de Abreu e Lima. E hoje, padece dos mesmos males econômicos que assola o estado fluminense.
O recrudescimento da violência, a redução drástica no padrão de vida, aumento da desigualdade, perda de emprego, renda e condições de moradia, saúde e educação são hoje uma rotina das famílias fluminense. Relegar o debate econômico para segundo plano, enquanto se discutia se deveria ser demolido o Museu do Índio, impactos ambientais no Porto do Açu, a revitalização do Porto Maravilha, da entrada de famílias com mais renda nas favelas da Zona Sul, e etc, mostra o quão prejudicial pode ser a ideologia nas políticas públicas.
Demos voz e voto a quem assaltou prometendo tudo a todos. Agora nos resta corrigir esse erro. Destituindo os corruptos, fazendo políticas públicas e econômicas sérias. Sem esquecer um minuto do tamanho da crise. Os culpados são os gestores públicos e os cúmplices são os que elegeram. Ao apontarmos um dedo, temos 4 dedos apontados de volta.
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