Pular para o conteúdo principal

Casamento e Ganho de Escala

Em economia, escala se refere a um sistema produtivo. Geralmente se fala em escala quando se mensura a utilização de insumos no sentido de produzir um determinado nível. Quando se utiliza menos insumos por cada unidade de produto, se tem uma situação de ganhos de escala. Em uma família esse produto é mensurado pelo nível de satisfação dos participantes, seja essa satisfação obtida com a vida conjugal, ou seja, com trocas que não são feitas por bens de mercado, como também com consumo, seja com bens materiais e experiências, como viagens e realizações em conjunto.

O casamento proporciona uma vantagem aos participantes, pois, como dividem um mesmo teto, podem entender seu orçamento como de uma empresa, mesmo que haja fontes diversas de renda. O balanço patrimonial familiar continuará o mesmo. Inclusive se acharem que a felicidade é algo que não pode ser contabilizado, se enganam, pois o GOODWILL contábil se aplica exatamente a felicidade conjunta ao compartilhar um seio familiar. O que na contabilidade empresarial é o quanto vale o ativo intangível, na contabilidade esse GOODWILL refletirá a felicidade - e essa pode inclusive ter sinal negativo, o que ocorre em diversos momentos de crise familiar.


A família é o alicerce da sociedade humana em todas as suas fases evolutivas, desde o período em que éramos caçadores e coletores. As vantagens desse arranjo são inegáveis, mas o mundo moderno parece querer deixar parte dessas mitigadas pelo fato de se privilegiar a liberdade individual. O qual, sem sombra de dúvidas, é muito menor depois de casado.

Fazer os planos, escolhas, errar e acertar, antes de casado se faz sozinho, e passa a ser em comum após o matrimônio. Os erros e os acertos serão partilhados. O casamento é o socialismo em força de lei. Por isso não entendo certos socialistas com aversão ao casamento ou a vida conjugal. Uma vez que, apenas em família a verdadeira comunhão ocorre. O melhor seguro social que já inventaram se chama família. Viver sozinho é comprar risco. Os mais aventureiros que me perdoem, mas compartilhar as aventuras é muito melhor!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a...

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co...

Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão...

Marcadores