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Dicas de economia na viagem para Cuba

Conversando com pessoas que me viram postando sobre a realidade social e econômica de Cuba, a primeira pergunta era sobre valores e gastos e como aproveitar ao máximo a viagem. Começo então um texto totalmente diferente do perfil do blog, que nem de longe deve servir como referência para o assunto, mas vamos em frente:

1ª Dica: Não leve dólar!

Por sofrer uma sansão econômica dos EUA há mais de 5 décadas, a ilha prepara uma surpresa para os turistas desavisados. É comum países do Caribe aceitarem dólares diretamente em pequenos estabelecimentos, e a divisa circular livremente, principalmente em setores ligados ao turismo. Em Cuba é diferente. Provavelmente é crime no país fazer qualquer transação econômica que não em sua moeda turística CUC, que é o chamado peso (cubano) convertível, moeda utilizada pelo turismo. A moeda corrente no país para os residentes é o peso cubano (CUP) e vale 1/25 do CUC.

A surpresa é que toda transação em dólar é sobretaxada em 15%. Levar $100 lhe proporciona um poder de compra apenas de $85. O ideal é levar Euro, uma vez que não existe essa sobretaxa, e grande parte do turismo endinheirado em Cuba é de países europeus, principalmente dos RUSSOS. Isso mesmo, nunca vi tantos russos em outro lugar que não na rússia (aliás nunca vi russos em lugar algum). E eles movimentam grande parte da economia turística de Cuba, que possivelmente em menos de 5 anos, será o maior motor de crescimento da ilha.

2ª Dica: Hospede-se em casas de famílias (em breve a condição de não arbitragem mudará isso)

Como o serviço em Cuba é muito barato, todos os setores que possuem trabalho intensivo tem custos reduzidos, dado que a renda média cubana é de 729 cups. Ou seja, ASSUSTADORES 29 DÓLARES! Logo, o setor hoteleiro tem seus custos mais significativos com licenças e manutenção, boa parte também com itens de limpeza e alimentação. Os cubanos com o advento da internet, mesmo não tendo uma boa infraestrutura, caíram de cabeça no AIRBNB e alugam quartos com preços bem mais acessíveis do que os dos hotéis, cujos preços rivalizam com qualquer capital cosmopolita mundial como é Havana e sua cidade hoteleira e turística Varadero.

3ª Dica: Cuidado aonde comer e com os simpáticos cubanos!

Conversar com os nativos é muito interessante. Principalmente se você tem alguma noção de espanhol, que é uma língua muito próxima a nossa, e que com um breve curso, e uma leve ingestão de álcool, passamos a dominar o "hablar" como ninguém. "Entonces" nos deparamos com pessoas visivelmente humildes mas educadas e de boa conversa. Porém acabam nos levando a lugares voltadas para o público que não irá retornar uma segunda vez. Logo, não há a preocupação de cativar a clientela, e o serviço deixa a desejar.

A melhor opção que eu conheci se chama Los Nardos, que fica em frente ao Capitólio que é uma cópia do Capitólio dos EUA e foi construído ainda quando os países mantinham uma forte relação em meados da década de 20 do séc. passado. Os pratos são facilmente divididos por um casal, as opções incluem frutos do mar como camarões e lagostas, e os preços variam entre 5 e 10 cucs, o que dá no máximo 40 reais. Não provei, mas dizem que a limonada é sensacional, mas no dia faltou limão.

4ª Dica: Não invista pesado no transporte regular!

O passeio dos carros antigos é um luxo facilmente dispensável. Tirar algumas fotos já vale o passeio. Alguns motoristas sabem trabalhar e valer o preço que em média é de 40 cucs por hora, ou seja, 160 reais. Mas convenhamos, ficar dentro de um carro não deve ser o forte de viagem alguma. Se escolher fazer um passeio, faça uma vez, curta ao máximo e divida com o máximo de pessoas que conseguir. De resto, é muito comum em Cuba conseguir caronas com particulares, dado a grande receptividade do povo cubano e sua baixíssima taxa de criminalidade, o que acaba favorecendo a cooperação entre pessoas totalmente desconhecidas. Além disso, como o turismo é uma importante fonte de renda, somos tratados como "visitas" sempre.


5ª Dica: Vá ao Tropicana

Boa comida, diversão, bebida, mulheres bonitas no palco. Em suma, é como se estivéssemos na área vip do Sambódromo. O preço é 85 dólares, você pode comprar antecipadamente, mas não terá nenhum desconto, fora a comodidade de garantir a compra ainda antes de pisar em Cuba. A diversão é garantida, e o jantar é requintado e melhora qualquer mau humor ou má impressão da visita. Minha dica é que vá já no seu primeiro dia. 

6ª Dica: Vá à Fábrica de Arte Cubana (FAC)

Esqueça Buena Vista Social Club, se quiser diversão para adultos com menos de 60 anos, e não quiser se divertir com a saída dos red necks vindo dos EUA, vá aonde a vida noturna de fato ferve. FAC é uma espécie de Rio Scenarium melhorado e mais cultural. Sem a apelação da vida noturna, é um programa para casais e solteiros. O show do dia foi muito bom, um barbudo mal encarado e que arrebentava no violão no melhor estilo mariachi cubano e provavelmente nas empanadas. A cerveja mais famosa de Havana é a cristal, que em nada tem a ver com sua prima pobre aqui do Brasil. Contudo, ainda prefiro a boa e velha skol da raba do famoso anexo do Bar do Ernesto que acabou faz tempo! rs (quem frequentou esse anexo na Lapa dos bons tempos pode deixar sua saudade aí nos comentários)

7ª Dica: Faça amizades e seu próprio caminho

Por ser um país seguro e com uma simpatia que é bem próxima dos tempos áureos do Brasil, sempre existe a possibilidade de você se aventurar, esticar até Varadero, mesmo sem hospedagem garantida. Conhecendo outros lugares e fazendo caminhos que não estão entre os mais badalados do tripadvisor.
Gaste pelo menos de 5 a 7 dias no país, com certeza será uma viagem bastante diferente, e terá vontade de regressar todo ano. (Melhor que dar uma de sem infância e ir em Orlando todo ano rs)

Ps. Curta um charuto cubano e entre no clima. Sem peso na consciência!


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