Pular para o conteúdo principal

Piketty vs Tafnner et al.

O cálculo de segunda ordem dessa economia de 800bi não está muito ajustado às expectativas racionais dos agentes. Não se terá o mesmo incentivo à contribuição. Isso posto, é provável que a estratégia ótima de garantir a renda futura é mirar no salário mínimo, com 20 anos de contribuição e 65. Ou seja, contribuir apenas a partir dos 45 (se as regras não mudarem ainda mais após o segundo turno).

Assim sendo o debate acadêmico travado entre Piketty e uma turma boa de (Taffner, Fraga e Nery) fez com a que a réplica soasse mas como panfletagem. Pois o principal argumento é que a reforma destrava o desemprego (hein?!!?). Não vejo a causalidade direta entre previdência e emprego.

Mas com uma massa de 12.5 % de desocupados. Record histórico, diga-se. Qualquer política de combate ao desemprego irá funcionar no curto prazo. Isso é perigoso. Pois pode ser traduzido como fruto da reforma. Afinal, todos sabem que o início do regime é muito mais fácil. Difícil é manter-se firme.

Com isso em mente, a reforma que tinha como objetivo reduzir as desigualdades, conseguiu. Mas apenas no instante inicial. Pois os ajustes do Regime Geral são sempre historicamente descolados dos servidores do Regime Próprio. Com isso, os ganhos de hoje podem facilmente serem perdidos. Basta fazer o que foi feito com os militares. Economia de 100bi aqui e um aumento de 90bi acolá. Em fim, estamos muito fudidos, ainda.

seguem minhas considerações!

ps. se inscreva !!!! estamos crescendo e obrigado a todos.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a...

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co...

Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão...

Marcadores