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A cirurgia de amídala e as medidas econômicas

Quando eu era criança, sofria muito com inflamações na garganta. Os médicos dizem que se um indivíduo possuir mais de 3 crises por ano, é recomendável a cirurgia. Contudo, como uma cirurgia é um processo complicado, e incluí um risco de morte (mesmo que pequeno), a despeito das suas benesses futuras, sempre se optam por medidas paliativas. No meu caso, vivi mais de 23 anos da minha existência consumindo antibióticos, para combater as minhas eternas crises de garganta, que me deixavam acamado, e me fizeram perder inúmeros compromissos, provas, festas, jantares e etc. Perdi muito por causa dessa doença. Mas perdi porque meus pais, e eu também, não tivemos a coragem de enfrentar o problema como se deve. O mesmo fenômeno acontece hoje em termos de políticas públicas para combater nossa grave crise econômica. As medidas corretas, que seriam, privatizações, reduções de custo, simplificação tributária - inserindo um imposto único sobre valor agregado, fim das desonerações verticais,

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O Super Concurso...

O sonho do brasileiro mediano é passar em um concurso público. O sonho das mulheres medianas é, além de passar também, casar com um concursado. Os filhos se pudessem escolher, optariam por nascerem no berço dos servidores públicos. Quem não quer algo chamado: estabilidade. Nem todos! Imagina ser estável porém com baixa remuneração? É o caso dos médicos, que podem dizer que sua remuneração é baixa, pois o mercado (que paga em média igual a produtividade marginal) paga melhor que a média dos empregos públicos para a área. Logo, os médicos não tem interesse nos concursos. O que mostra que os piores médicos é que estão indo em direção ao serviço público, e, mesmos estes, provavelmente apresentarão um baixo comprometimento com o cargo ocupado, dado o baixo custo de perder este emprego. O concurso atual, no entanto, revela uma característica diametralmente oposta. O senado federal está abrindo vagas para técnicos administrativos, cujo requisito para investidura no cargo é possuir o seg

O homem super da esquerda caiu...

Não existe uma viva-alma que não saiba que Lula mentiu e escondeu informações sobre os inúmeros casos de corrupção que assolaram seu governo. E não, não penso que não existia corrupção antes. No entanto crimes sem culpado, não inocentam os futuros e pretéritos meliantes. Logo, algo necessita ser feito para começar a punir os verdadeiros culpados. E, em termos de punição, a operação Lava-Jato não possui precedentes na história brasileira. Contudo, a despeito do seu viés de investigação, há quem proclame que a operação possui um caráter político e não técnico. Porém, se pararmos para analisar os valores envolvidos nos recentes escândalos, não há como pensar que esses montantes não envolveram toda a cúpula governamental e empresarial do país. A quem diga também que um dos culpados, ou o principal, da crise e da depressão atual em que vive a economia brasileira, é também a operação Lava-Jato. Como se a calvície de quem é submetido ao tratamento do câncer é culpa primeira do médico. Ou

O aedes e o PNA

O direito à propriedade privada é algo essencial para o funcionamento da sociedade como hoje a temos. Há aqueles que se opõe a esse princípio, indicando que, entre outras coisas, a propriedade privada gera toda a desigualdade, e se torna, então, uma panaceia às avessas, ou seja, uma verdadeira caixa de pandora. Obviamente, me oponho a qualquer pensamento que induza no direito da propriedade privada, qualquer mal que acometa outra pessoa, fora a inveja. Contudo, o direito à propriedade privada não pode ser pleno. Pois, nem o direito à vida é pleno - caso você tente assassinar alguém, você pode ser morto em legitima defesa. E, sendo assim, como conciliar o princípio da não agressão, com os casos de zica, chicungunha e dengue que estão acometendo os brasileiros? Em um equilíbrio de bem rival, mas não excludente, chegamos à tragédia dos comuns. Como o bem comum precisa de cuidados, e não se pode excluir ninguém de consumi-lo, e sem nenhuma regulação, o consumo desenfreado provoca

O Banco Central pode se preocupar com o crescimento?

Essa é uma ótima pergunta, e deve ser direcionada ao atual presidente. Este mesmo que responderá de forma afirmativo, dado sua última declaração. Entendo, no entanto, que a principal função do BACEN é zelar pela estabilidade da moeda, ou seja, combater à inflação, que em 2015 estourou a casa dos dois dígitos, contrariando uma tendência global de arrefecimento inflacionário, e andando junto com economias bastante fragilizadas da América Latina como a Argentina e Venezuela. Além disso, o crescimento econômico é uma variável que dita o retorno sobre o investimento. Se houve crescimento, então, é sinal de que os investimentos foram profícuos. No entanto, ao se subir os juros, se provoca uma queda no investimento, o que compromete o crescimento futuro.  Todavia, a preocupação dos impactos da subida dos juros no crescimento econômico se dá no âmbito fiscal. No lado monetário, a autoridade monetária necessita trazer ao equilíbrio a demanda por moeda junto com a oferta. E se existe m

Sistema de Contra-Pesos?

Não sou um perito e nem um entendido, e bem longe de ser, sobre direito constitucional. Porém, observando de longe o modus operandis  da constituinte de 88, é de se salutar que, não pode ter havido uma participação popular na sua formulação. Além disso, também, não era factível perceber os desdobramentos, que aquele pedaço de papel, teria sobre o tecido social que foi moldado a partir da década de 1990. Uma coisa, no entanto, me chama a atenção. O peso do Poder Judiciário sobre as práticas dos outros dois. Além disso, o sobre-poder do Executivo sobre o Legislativo. E, para finalizar, a inépcia do Legislativo em fazer valer suas ideias, porém, sua extrema acurácia em conseguir favores escusos. De forma leiga, consigo enxergar - rudemente - o seguinte. O executivo necessita de um judiciário extremamente contente. Pois a legalidade de qualquer ação do executivo pode ser questionada pelo judiciário a qualquer momento. O legislativo bem que tentou, em um passado próximo, remoldar

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