O agronegócio no Brasil vem cada vez mais ganhando importância na economia nacional, principalmente devido ao declínio da nossa indústria, que vem se tornando menos competitiva a cada dia. Essa queda na competição tem muito a ver com o modelo adotado de proteção desde 2007, com créditos subsidiados, políticas fiscais especiais apenas para alguns setores, o que reduz a eficiência no sistema econômico e principalmente altera a distribuição de renda em toda a economia, uma vez que esse subsídio fiscal é custeado por toda a sociedade.
Além da sua importância econômica em termos de números, cada vez mais as áreas rurais brasileiras tem ganhado espaço na discussão sobre o meio ambiente e sobre justiça social. Essas discussões também são importantes no âmbito econômico pois afetam a eficiência do próprio sistema.
Primeiro abordarei a questão ambiental. O campo brasileiro é o maior responsável pelas emissões de CO2 e, também, pelo desmatamento da amazônia. Tudo isso fere o antigo e o novo código ambiental brasileiro, o de 1934 e o de 2012. Não há o menor respeito pelas leis nesse sentido na maioria das propriedades rurais. Uma das premissas do capitalismo é o respeito aos contratos. Não se pode associar a prática brasileira de desrespeito às leis vigentes, incluindo aí o jeitinho, com o sistema capitalista. Pois este preconiza o respeito e obediência unívoca aos contratos estabelecidos e leis vigentes. Qualquer situação contrária e criticada por todos, seria melhor resolvida se as instituições jurídicas cumprissem seu papel de forma correta. Um dos grandes problemas do Brasil.
Contudo, associar essa distorção e geralmente um viés que facilita a vida de quem tem mais dinheiro e/ou influência política ao Capitalismo é distorcer a própria síntese do sistema, inclusive uma das suas premissas que é a democracia ou o sistema democrático. As leis emanadas dentro de um sistema democrático, em tese, são uma demanda da própria sociedade. Portanto, o fato de não haver um respeito as leis e isso gerar distorções ambientais e criticado por muitos ambientalistas é um argumento pró-capitalista.
O segundo tema a questão da justiça social no campo brasileiro, onde os grandes proprietários de terras expulsam os pequenos agricultores via coação direta, utilizando a força. E tal fato quase sempre é remetido ao capitalismo. Nada mais obtuso! Uma vez que a premissa central do sistema é o respeito à propriedade privada. Sem isso não há capitalismo.
Concluo então que o grande problema no campo brasileiro é a falta do sistema capitalista. Não há nenhuma forma de se resolver esta questão sem o respeito aos contratos e à propriedade privada. Sendo assim, comunismo não poderia ser a resposta, uma vez que não predica nem uma coisa nem outra.
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