As reservas internacionais remetem a um tempo em que as trocas entre países não aconteciam em moeda nacional. Uma vez que a conversão de uma grande soma de moedas estrangeiras (dependendo da moeda e país) não era uma tarefa fácil. Como as trocas entre países tendem a aumentar ao longo do tempo (junto com a economia), seu gerenciamento é vital para que uma economia possa se relacionar com o mundo.
Países que tem uma perspectiva de sublimarem seu papel no fluxo internacional de bens e serviços, têm eu seu gerenciamento, um papel fundamental. Haja visto que, os países que possuem o maior volume de reservas são: China, Arábia Saudita e Japão.
A segunda posição revela uma economia extremamente dolarizada e cujo principal item de comércio - por ser demandado por quase todos os países - exige a escolha de um meio de troca de fácil aceitação.
Contudo, o sistema cambial é um fator primordial sobre o manejo ótimo das reservas internacionais. E, engana-se que em regime de câmbio fixo ou flutuante o papel das reservas é muito diferente. Uma vez que a variável que iguala a cotação cambial (câmbio fixo) são os juros. Que quando sobem tendem a valorizar a divisa nacional uma vez que eleva-se o fluxo de capital estrangeiro para aproveitar o excesso de retorno dos títulos do país em questão.
Não é a toa que a China que possui câmbio fixo, têm 36% do total das reservas internacionais do mundo inteiro. Como possui um sistema financeiro complexo e com restrições de investimento internacional, têm em suas reservas uma garantia do seu regime cambial. Porém seu papel é bem diferente ao que vemos no Brasil. A China possui um câmbio depreciado artificialmente, o que implica que o país, para manter seu câmbio, precisa enxugar o excesso de oferta de dólares, e com isso, elevar sistematicamente suas reservas internacionais. Sendo então o principal credor em dólares do mundo.
No Brasil, o nível das reservas internacionais, possui uma dupla função, garantir a estabilidade cambial (mesmo em câmbio flutuante), pois o Banco Central atua para eliminar os excessos de volatilidade no mercado de câmbio, e, também, tem atuado para controlar a escalada da divisa, como uma forma de segurar a inflação (sem ser pelos meios usuais da taxa de juros). Além disso, como o Banco Central não possui recursos, ele eleva suas reservas internacionais utilizando recursos do tesouro nacional, e que para tal, necessita emitir títulos para capitar tais recursos.
Com isso, o BaCen ao escolher elevar as reservas internacionais, escolhe, também, em elevar a dívida interna do país. E foi isso que aconteceu durante o período de 2002 até hoje. Um aumento expressivo da dívida interna, em relação à dívida externa.
Em momentos como esse, de depressão econômica, e de déficit fiscal descontrolado. Uma saída para evitar uma trajetória explosiva da dívida, é utilizar as reservas internacionais. Porém, no mesmo momento, devem ser tomadas medidas que corrijam a trajetória da dívida púbica. Utilizar as reservas internacionais sem pudor, ou preocupação com as contas públicas, só irá agravar ainda mais o problema. E talvez seja essa a preocupação de muitos.
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