Passado o dia histórico de ontem, se faz necessário desfazer alianças, apoios oportunos e políticos, e buscar reconstruir uma linha que seja consistente com o meu pensamento. Obviamente sou oposição a qualquer governo, contudo, um governo perdulário, inepto e pretenso eterno, sou também inimigo (minha definição açambarca 95% de todos os governos brasileiros da história).
E nenhum governo foi mais ineficiente do que o governo Dilma, o Brasil historicamente dependeu de uma conjuntura externa favorável para crescer e se desenvolver, haja vista o pouco capital interno que o país dispõe para promover o investimento. Sem capital interno, o país sempre necessitou atrair investimento externo, o que coloca o país sempre em saia justa, quando o nível da liquidez internacional se retrai, como aconteceu na crise de 1929 e atualmente na crise de 2008. Contudo, não foi esse o cenário encontrado pelo governo Dilma 1 e início da Dilma 2.
Vivemos hoje em um cenário externo de extrema abundância de capitais, o que favorece qualquer política econômica que vise atrair investimentos. E por que a política da Dilma não deu certo? A discricionariedade do seu padrão de tomada de decisão. Dilma concedeu isenções fiscais e alívios creditícios a setores sem nenhum padrão pré-definido, o que inclusive gerou dúvidas sobre a legalidade e licitude dos seus atos. Dilma, anunciou também, cortes de tarifas de energia, modificou artificialmente a política de preços de insumos como gasolina e óleo diesel, bem como represou preços administrados de forma a controlar a inflação na marra, enquanto que, o déficit fiscal foi maquiado via operações de crédito fraudulentas - motivo pelo qual foi impichada.
Sem essa constância e credibilidade, nenhum investidor possui a capacidade de traçar um cenário futuro, sendo assim, não consegue hoje prever as receitas e despesas amanhã, o que inviabilizará qualquer investimento de um agente racional.
O Governo que foi deposto, sede o lugar a um velho jeito de se fazer política no país, jeito este que deixa qualquer indivíduo com uma gota de moral e ética que seja, totalmente avesso ao modo como a política é feita no Brasil. Os principais atores do cenário hoje, são políticos que não carregam em si nenhuma virtude moral, e por isso, podem facilmente serem extremamente nocivos a uma nação que possui instituições morosas e lenientes. Eduardo Cunha merece ser deposto, e não carrega nenhuma qualidade louvável a um agente público, fora sua astúcia e frieza que se assemelha a de um psicopata. Temer não traduz nenhuma credibilidade em termos de gestão, apenas de articulador político, nunca participou do executivo em nenhuma esfera de maneira ativa. Logo, não carrega no seu currículo experiência necessária para atuar como chefe máximo do executivo. Mas torço que consiga se cercar dos melhores agentes técnicos para cada cargo ministerial, ministérios estes que deverão ser revistos e diminuídos ao número máximo de 18 ministérios.
Para finalizar, deve-se ter em mente que o que aconteceu ontem foi a melhor solução possível (factível, alcançável) no curto prazo. O PT fará um melhor papel na oposição, e espero que consiga destituir Eduardo Cunha, incriminar todos os políticos da lista da Odebrecht que circula pela Operação Lava-Jato, e seja um agente que promova uma devassa na velha política do país, inclusive cortando na própria carne, pois a maioria dos seus quadros de liderança estão envolvidos nos mesmos crimes.
E, em termos de análise econômica, a mudança prometida ontem, já gera repercussões hoje na economia, através das antecipações das expectativas dos agentes racionais. Ou seja, prevejo uma queda do dólar para um patamar de médio prazo de R$3,00, e uma queda abrupta nos contratos de juros de curto prazo, o que indica que os títulos públicos pré-fixados serão mais vantajosos. Além disso, haverá uma retomada do investimento, e possivelmente, no final do ano, fazendo todas as contas certas, e errando o mínimo possível, o mercado possa finalmente colocar fim a essa trajetória de aumento do desemprego.
Dica ao Temer:
Ministro da Fazenda: Henrique Meirelles
Presidente do Banco Central: Armínio Fraga
Ministro da Saúde: José Serra
Ministro da Educação: Ricardo Paes de Barros
Ministro da Previdencia Social: Fábio Giambiagi
deixem suas dicas também.
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