Pular para o conteúdo principal

Postagens

Brasil: um laboratório do PDE

Analisando a guinada econômica promovida na era Mântega, com um esforço brutal do BNDES de incentivar o aumento da oferta via expansão do crédito, também com todas as políticas de incentivo à demanda, de redução do IPI até controle de preços e retenção da inflação, observamos que claramente a política econômica brasileira acredita no poder que a demanda tem de controlar o nível de atividade, tanto no curto prazo, quanto no longo prazo, uma vez que começam em 2008, e até hoje, 5 anos depois, ainda estamos apostando neste tipo de política. As críticas feitas pelo The Economist para a economia brasileira com altos custos, baixa produtividade, crescimento pífio e alta inflação, vão no encontro de sintomas causados pela política macroeconômica brasileira, que foi fortemente guiada pelo heterodoxia e pelo princípio da demanda efetiva. Desacreditando a lei de Say, e o modelo clássico, o Brasil deixou de dar importância a oferta, e passou a concentrar seus esforços na demanda. Ou seja, ao

Preconceito disfarçado

Tenho a seguinte opinião: a luta contra a desigualdade no limite beira ao preconceito irracional contra o pobre. Irei explicar o porquê. Já reparou nos argumentos pró uma redistribuição de renda mais justa? Todos vão ao encontro de dizer que a pobreza é o mal do mundo. Como se enquanto você é pobre se está doente. Argumentam que a pobreza te leva a roubar, matar, ter escolhas irracionais, etc etc etc. E o pior de tudo, quem ouve muitas das vezes não reflete sobre isso. Acham eles que estão sendo o mais cristão possível! como são bonzinhos com esse tipo de discurso! No limite, uma sociedade com esse pensamento jamais dará qualquer oportunidade de crescimento a uma pessoa pobre. Não! - Ele precisa de assistencialismo, mas não posso dar-lhe um emprego, ele é pobre, e provavelmente desonesto. Me irrito profundamente com a falta de fé na capacidade individual das pessoas. E pior,  E mais, julgar uma pessoa pela sua situação econômica é uma das mais funestas formas de querer se

A Lei anti drogas é boa para os ofertantes

Todo bem cuja elasticidade da demanda é inelástica, isto é, entre 0 e 1, faz com que um estranho fenômeno ocorra para o lado do ofertante, ou seja a firma. Se um ofertante opera de forma única no mercado, ou seja, um monopolista reduzir a quantidade oferta, ou aumentar o preço, terá seu lucro aumentado, caso a demanda seja inelástica. Funciona da seguinte forma: ao se reduzir a quantidade, o preço que o consumidor está disposto a pagar aumenta mais do que proporcionalmente a redução na quantidade, o que provoca um aumento na receita total (preço x quantidade) e reduz o custo, pois C´(q)>0.  Uma lei anti drogas por definição visa reduzir a quantidade ofertada de drogas. A medida que a repressão vá tirando paulatinamente os traficantes do mercado, os que restam, menos que precisem aumentar muito os preços, e reduzirem as quantidades, estarão aumentando seus lucros, pois operam na parte inelástica da demanda. Sendo assim, qualquer tipo de bem que tenha essa característica

A Prisão

A sanção que acomete os indivíduos transgressores de uma determinada lei já mudou bastante desde que os homens passaram a viver em sociedade. Já existiram e ainda existem sistemas jurídicos que aceitam a escravidão de presos, punições físicas como chicotadas e chibatadas, perda de direitos civis, confisco de bens e encarceramento. No Brasil a forma mais comum de sanção é a prisão, que significa privar alguém do convívio em sociedade. Contudo, cada vez mais as pessoas livres escolhem a exclusão do convívio social como forma de vida. Sendo assim, passei a questionar se a prisão, ou o encarceramento de um transgressor de fato atinge aos objetivos previstos. O objetivo número um de uma sanção não o de punir um transgressor, mas sim de evitar o crime através da coerção. Ou seja, o mero temor de ser punido, faz com que eu não transgrida. O segundo objetivo seria fazer com que o transgressor pague pelos crimes cometidos. Mas, e se essa punição de fato não inibe mais os crimes? E

Por um Federalismo de verdade

Bom.... os recentes acontecimentos e fatos mostram a dificuldade que é gerir um país como o Brasil de forma única, como se todos seus estados e entes federativos tivessem que aceitar o ponto de vista do outro. Ainda não percebi um movimento pró-federação, mas a inquietação cresce, e está na hora de colocar em prática o próprio nome de Republica Federativa do Brasil. Não dá mais para esperar que emendas constitucionais sejam cunhadas, em uma Constituição que mais parece uma colcha de retalhos de uma dinastia chinesa, cheio de emendas constitucionais sobreposta, e que, para pior, acaba fazendo com que tudo prevaleça menos a justiça. O sistema de proposta de uma emenda constitucional funciona assim:  a emenda deve ser proposta por no mínimo um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado ou pelo Presidente da República ou pela maioria absoluta das assembleias Legislativas das unidades da Federação , sendo que cada uma deve manifestar-se pela maioria relativa de s

Tarifação Ótima e Teorema de Rolle

Gostaria de ver mais matemáticos e economistas lidando com essa situação do que burocratas, advogados e, a pior das espécies, políticos de carreira, cuidando dessa árdua e nevrálgica tarefa de cuidar do sistema tributário brasileiro, um dos mais ineficientes e desiguais do mundo. Recentemente tivemos uma prova de que o fator político perpassa e transpassa toda e qualquer decisão no âmbito da administração pública. Não há como tecnicamente em um grupo de 11 pessoas, haver uma divisão de pensamento que gere um resultado do tipo 5 à 6, aonde os critérios técnicos foram seguidos à risca. A pesar de não ser uma ciência exata, me causa transtorno observar tamanha incoerência de um grupo que deveria ser, em tese, formado pelos melhores técnicos em direito do Brasil. Mas, como existe a nomeação, o fator político mais uma vez impera, tanto nas escolhas dos ministros quanto nas suas decisões. Matemáticos seriam mais parcimoniosos na sua tomada de decisão. Pensando sob o prisma de uma t

Porque não se deve chutar em uma prova do tipo certo e errado.

Alguns professores estão encorajando seus alunos em provas do tipo certo e errado aonde uma errada anula uma certa a chutarem questões que não possuem certeza utilizando um argumento que é de fato válido, mas esquecendo um outro detalhe. Sabendo que a distribuição de probabilidade da variável aleatória descrita pelo número de acertos de uma prova deste tipo é uma Binomial(n,p), eles afirmam que o chute é válido pois a esperança de acertos será np, ou seja, o número de chutes vezes a probabilidade de acertar cada chute, aonde um aluno que estudou razoavelmente o assunto teria uma probabilidade de acerto, p, maior do que 0.5. Sendo assim, haveria um ganho "líquido" em termos de chute, pois, digamos, se a probabilidade de acerto é de 0.7, ou seja, 70%, e um aluno chuta todas as questões de uma prova deste tipo com 120 questões, irá obter uma média de acertos de 84, descontando as questões que ele errou, ficaria com 48 pontos. O que sem dúvida alguma é uma ótima pontuação.

Marcadores