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Brasil: um laboratório do PDE

Analisando a guinada econômica promovida na era Mântega, com um esforço brutal do BNDES de incentivar o aumento da oferta via expansão do crédito, também com todas as políticas de incentivo à demanda, de redução do IPI até controle de preços e retenção da inflação, observamos que claramente a política econômica brasileira acredita no poder que a demanda tem de controlar o nível de atividade, tanto no curto prazo, quanto no longo prazo, uma vez que começam em 2008, e até hoje, 5 anos depois, ainda estamos apostando neste tipo de política.

As críticas feitas pelo The Economist para a economia brasileira com altos custos, baixa produtividade, crescimento pífio e alta inflação, vão no encontro de sintomas causados pela política macroeconômica brasileira, que foi fortemente guiada pelo heterodoxia e pelo princípio da demanda efetiva.

Desacreditando a lei de Say, e o modelo clássico, o Brasil deixou de dar importância a oferta, e passou a concentrar seus esforços na demanda. Ou seja, ao invés de aumentar a produtividade dos fatores de produção, via investimento em infra-estrutura, redução de impostos de forma horizontal e atração de novos mercados consumidores, o Brasil focou sua política na demanda, como já foi dito acima, e pior, diminui sua produtividade e também ficou mais fechado de 2008 para agora.

Claramente, temos um embate ideológico no Brasil guiado pelas universidades públicas, que, de forma uníssona abraçam essa corrente do pensamento, mas não aceitam as suas consequências, que quando são permissivas, a culpa é do mercado e do cenário macroeconômico ruim em que está a economia global.

Além disso, ao abraçar a heterodoxia, parte do austeridade monetária se perde, pois dado o multiplicador keynesiano, qualquer gasto é bem vindo para estimular a economia, e mais, cada dinheiro gasto pelo governo tem um impacto maior do que o mesmo montante arrecadado, sendo assim, aumenta-se o tamanho do estado, sem sequer um critério mínimo de eficiência. Basta olharmos os dados de gastos públicos e do déficit público.

Contudo, grande parte deste gasto está focado no pagamento de dívidas (50%) anteriores que foram geradas e imbuídas no mesmo pensamento, a outra parte (30%) é para o gasto com a previdência. Ou seja, sobra muito pouco para gastos com investimento e formação de capital físico. Logo, temos uma péssima qualidade de gasto público, e, pior, um dos sistemas de tributação mais desiguais.

Parece que estamos lidando com a panaceia do estado grande, aonde, a demanda se dará conta de resolver tudo. Só se for resolver de terminar de enterrar nossa economia. Apesar dos dados recentes de queda no desemprego e melhora da inflação, grande parte desses resultados veio com uma piora do lado fiscal, e que não poderá ser sustentado por muito tempo. Em breve essa conta irá chegar.

Não estou aqui torcendo contra. Mas, a postura do ministério da fazenda deve mudar no sentido de fazer uma reflexão, será que é esse o modelo que o Brasil deve adotar? Não foi o mesmo modelo adotado na década de 70? As consequências foram funestas para os mais pobres! E, detalhe, o índice de Gini ficou estacionado em 0.50, muito longe das taxas civilizadas dos países europeus de 0,30. Estamos assistindo a volta da desigualdade, promovida exatamente por quem deveria buscar a distribuição mais justa de riqueza.

Fica meu alerta!


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