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À Normalidade

A despeito do coro e porque não falar em choro, desproporcional em várias medidas, dos defensores do governo da atual ex-presidente Dilma Vana Russef, de que o processo atual do seu impeachment se deu por um Golpe de Estado, se faz salutar lembrar a todos, primeiramente, o que seria e qual é a definição usual do fato: golpe se configura por uma ruptura institucional promovida pelo uso da força ou por pressão coercitiva que seja exercida, também, pelo poder da força. Logo, a primeira característica de um Golpe de Estado é a atuação de forças de fora do parlamento (senado e câmara) e, invariavelmente, um Golpe acaba por dissolver a formação antiga estas duas instituições, sendo assim, se configurando arbitral e promovendo uma ruptura completa. Nada mais distante do retrato atual do que a tese do Golpe. Há a possibilidade de ter se cometido uma injustiça, como acontece a todo momento a qualquer brasileiro, principalmente aqueles que são submetidos a um sistema jurídico que trata de man

UERJ, COI, OCUPAÇÃO E GREVE

Os grandes eventos escancararam para a sociedade brasileira a forma pela qual a lógica econômica (princípio da racionalidade e satisfação pessoal) explica a atuação de um gestor público que atua em um país, o qual, os controles internos são extremamente pessoais (lógica de um sistema patrimonialista desde a sua raiz), um legislativo com baixíssima aderência política aos seus eleitores (deputados de papel, literalmente, vide os santinhos em época de eleição), e um judiciário (tecno+cleptocrata) que tem uma preocupação dupla: ocupar um vácuo de poder, deixado pelo legislativo, totalmente incompetente, e aumentar seus próprios poderes constitucionais, seja no âmbito econômico, seja no direito. Não é de hoje que o modus operandis  dos políticos é: investir grande quantidade de dinheiro público em obras públicas (seja de qual demanda for, ou qual princípio administrativo defende). Nenhuma ação é tão comemorada por grupos políticos. E nem tão procurada ao mesmo tempo. Percebam um fato

Universidades Públicas, Sim! Fazem sentido econômico e social

Entenda o seguinte. Todo gasto público deve possuir alguma finalidade. As funções do Estado consagradas na literatura são: alocativas, distributivas e estabilizadoras. Irei aqui construir um argumento do porquê o investimento em universidades públicas pode ser uma aplicação do princípio da alocação/eficiência. Mas, pode não ser tbm! Quando o Estado paga a universidade de um indivíduo, ele tem como custo exatamente o valor que ele desembolsou para o indivíduo se graduar, mas qual é o retorno. Bom o nome de qualquer retorno social é só um, impostos! Isso mesmo, enquanto você possuir renda poderá ser tributado. No Brasil essa carga tributária gira em torno de 34% da renda. Logo, um indivíduo representativo que recebe 1000 reais por mês, paga ao erário, 340 reais mensais. E aí está a chave do porquê é eficiente para o Estado financiar um curso superior. Como um indivíduo formado possui renda maior, ele pagará mais tributos. Logo, a diferença entre a massa salarial que ele possui

Post tenebras spero lucem [x2]

Mais uma mensagem bíblica, e mais uma vez assuntos e conhecimentos já absorvidos pelo senso comum, são debatidos e polemizados como assuntos novos e extremamente complexos. Pois bem, se é para explicar de forma contundente, mesmo uma questão já altamente debatida, não irei me furtar a fazê-lo. A nova argumentação para criticar as medidas econômicas coerentes adotadas pelo novo governo é comentar os novos dados sobre o desempenho econômico. Um primeiro fato inegável, é que todos os dados são de um mês atrás, no mínimo. Mesmo a inflação calculada hoje, se refere ao mês de Abril. Mês ainda gerido pelo antigo governo. O segundo fato, é o componente inercial em todos os dados, e em todos os fenômenos econômicos que são observáveis, e que, nesse debate foram esquecidos. Entenda o seguinte, quando se tem um caminho ou trajetória sendo percorrido por uma variável ou uma realização, esse caminho tende a se perpetuar, caso tudo o mais fique constante. Não há motivos para justificar uma

O que há com o Brasil?

O Brasil possui uma peculiaridade. O Estado é amado pelo seu povo. Não sei quando começou esse processo de adoração ao Estado. Nem sei se é algo natural ao brasileiro, ou se foi importado em algum momento na história. Mas sei que tudo que é estatal é amado. Porém, pelo motivo errado. O que é estatal é amado pois, dentre outras coisas, pertence ao cidadão, e com essa noção de pertencimento, ele acredita que pode fazer o que quiser. Sendo assim, quanto mais público, mais leniente será o trato e o manuseio, e quem sabe, maior o amor. Um grande exemplo disso era o Maracanã. Por ser um estádio público, o maior do mundo era amado por todas as torcidas do rio. Porém, todos tratavam-o como se trata a maior das vagabundas dos contos de Nelson Rodrigues, era uma Jeni de Chico Buarque, banhos de mijos, depredação, pichação, brigas, mortes, o caso emblemático de 1992, que mesmo assim, não afugentou o amor dos brasileiros pela coisa pública. Esse amor bandido, só me faz pensar que o cidadão bra

Novos inimigos e amigos

Passado o dia histórico de ontem, se faz necessário desfazer alianças, apoios oportunos e políticos, e buscar reconstruir uma linha que seja consistente com o meu pensamento. Obviamente sou oposição a qualquer governo, contudo, um governo perdulário, inepto e pretenso eterno, sou também inimigo (minha definição açambarca 95% de todos os governos brasileiros da história). E nenhum governo foi mais ineficiente do que o governo Dilma, o Brasil historicamente dependeu de uma conjuntura externa favorável para crescer e se desenvolver, haja vista o pouco capital interno que o país dispõe para promover o investimento. Sem capital interno, o país sempre necessitou atrair investimento externo, o que coloca o país sempre em saia justa, quando o nível da liquidez internacional se retrai, como aconteceu na crise de 1929 e atualmente na crise de 2008. Contudo, não foi esse o cenário encontrado pelo governo Dilma 1 e início da Dilma 2.  Vivemos hoje em um cenário externo de extrema abundân

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

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