Pular para o conteúdo principal

Postagens

A previdência como uma família

O conceito familiar hoje está se expandindo de tal forma, que já li definições de casais, que moram separados, não tem filhos e formam uma família. Bom, esquecem que a ideia de expandir um conceito ao invés de fortalecer, apenas o enfraquece. Digressões a parte, o assunto que gostaria de abordar é o sistema previdenciário. Ao contrário do que parece, é uma invenção recente, data do final do século XIX início do século XX. No Brasil surgiu em 1888 para os funcionários dos correios - estes mesmos cujo fundo de pensão atualmente está virtualmente falido graças a gestão à brasileira costumaz de cada dia. Utilizando este conceito, a previdência surge na intenção de que os idosos não dependam da bondade dos filhos. Ou seja, se criou uma lei que os idosos terão vencimentos garantidos pelos que agora trabalham. É como se em um família com 2 avós, 7 filhos e 5 netos. Os filhos pagassem uma pensão para os pais. Note que os filhos terão, também, que dispor de recursos para garantir educação

Avaliando os 6 meses do Gov. Temer

A sensação de que Temer está no poder há bastante tempo é notória. Todos esperavam logo que se deu o processo de impeachment da ex presidente Dilma, que a economia iria entrar nos eixos, seguindo padrões internacionais de crescimento, com juros baixo e inflação sob controle. Contudo, tal fato não se verificou de maneira imediata, gerando expectativas frustradas na população, o que traz uma certa pressão sobre a necessária agenda ainda a ser implementada pelo Gov. Temer. A agenda necessária de controle dos gastos públicos, ou seja uma reforma fiscal, teve início com a PEC que limita os gastos públicos futuros. Portanto, criou-se algo que o orçamento público brasileiro ainda não tinha se dado conta, a escassez dos recursos. Isso, per se, já gera uma expectativa de redução na inflação futura, pois o seu principal componente, que é a emissão monetária (déficit público) teria sua trajetória controlada. Mais uma vez, tal trajetória esbarra na necessidade de fazer reformas que tornem o orç

A previsão nossa de cada dia não faz(erá) milagre.

Em entrevista marcada por um tom de desconfiança por parte da repórter do canal Globo News, uma das maiores audiências do país,  ao gestor de Carnaval da Riotur, que dispondo de dados sobre a demanda dos foliões no Carnaval passado, mostrou que as expectativas da secretaria de turismo do Rio de Janeiro foram quase todas superadas esse ano. Ao invés de se comemorar o sucesso de público, a tônica da entrevista foi sobre como pode a RioTur errar em quase todas as previsões do número de pessoas que frequentaram os blocos, problema este que leva a uma estrutura a quem, gerando filas demoradas para o banheiro, congestionamento humano, e desconforto para os foliões. O que parece um erro imperdoável da RioTur se torna uma caricatura de como o indivíduo representativo acredita que a previsão é algo exato (determinístico) e tendo fé nisso, basear todas suas decisões em tal previsão. Primeiramente é preciso entender que a previsão é um processo de natureza incerta. Ela é feita quase no escur

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

O RJ é o Brasil amanhã (sem reformas)

Colapso fiscal. Foi o que aconteceu no E.RJ. Como pensar em responsabilidade e responsabilização de um sistema em que o administrador não possui nenhuma responsabilidade direta pelos seus atos. Uma vez homem público, qualquer decisão sua, boa ou má, não tem nenhum reflexo sobre o seu patrimônio. De certa maneira, pensarão alguns, isso faz com que a política não atraia o tipo que quer ficar rico fazendo gestão do patrimônio público. Bom alguns donos de companhias multi-bilionárias e transnacionais contratam gestores altamente capacitados para fazer a gestão de suas próprias empresas, pagando-lhes uma boa quantia que representa uma parcela dos lucros auferidos durante sua gestão. Mas a coisa pública não funciona assim. Na verdade o lucro, ou contabilmente dinheiro em caixa, é nada mais nada menos do que uma dotação orçamentária a esperar pelo próximo comandante da coisa pública.  Esse comandante novo pode inclusive ser da oposição do antigo. Logo, em se tratando de política

Titanic

Você já se pegou numa posição em que investiu em algo e não deu certo? Lembre-se o quão doloroso foi perceber que seu viés de confirmação indicava que cada evidência de falha era apenas algo passageiro, e que cada pequeno fato positivo, mas irrisório, era uma mensagem divina que você deveria continuar esse caminho. O exemplo mais típico desses, é esperar um determinado ônibus. Pegar dois daria mais trabalho. Então, passam-se 4 ônibus da dupla viagem, mas você segue esperando aquele ônibus. E quando percebe, perdeu um tempo precioso, e teve que se render ao tal do ônibus da baldeação, que agora veio cheio. É basicamente isso que acontece com quase todo mundo. Penso até no comandante do Titanic que acreditava que acelerando seu portentoso transatlântico, iria chegar mais cedo. E vendo as evidências de que teria que desacelerar por perigos de iceberg's, preferiu ignorá-los, afinal, o viés de confirmação nas nossas cabeças fazem com quem achemos que temos mais bom senso do

Não existe liberalismo sem Estado

Prezados, um grupo proeminente de ditos liberais, vem tentando incutir a ideia de que o Estado é um estorvo ao verdadeiro liberalismo. Dirijo esse pensamento a esse grupo. Obviamente, ideias contrárias serão bem vindas. No princípio não havia escassez de terra. Logo não havia a necessidade de racionalizar o seu uso, nem definir propriedade. Afinal sem escassez não há a palavra propriedade. Dialeticamente só possuo algo, como meu, se existe disputa. A palavra meu, deriva da pergunta: "de quem é?" que deriva ultimamente da escassez. Logo, houve um processo de formaçao entre grupos que definiram os direitos de propriedades, garantidos pelo Estado, monopolista da força garantidora da harmonia entre os pares. Uma vez que a força é distribuida de maneira desigual entre os pares. Nao haveria propriedade alguma, se nao houvesse uma força coletiva que impedisse assimetrias. Logo, não há propriedade privada sem Estado. Posto isso, a própria nocao de propriedade privada é ampla m

Marcadores