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Um Moisés para muitos Aarões.

Calma, não quero dar nenhum ensinamento bíblico forçado ao leitor, quero apenas deixar uma reflexão sobre o papel do cientista e do comentarista de ciência. Ao que parece, no mundo de hoje, as subcelebridades científicas, ganham espaço e notoriedade, fazendo o que alguns acham erroneamente extremamente positivo. Comentar e interpretar os avanços científicos para o público em geral. E qual a parte negativa nisto? É porque muitos acabam dando uma interpretação pessoal e na maioria dos casos deturpando as conclusões científicas, que geralmente, são muito mais particulares, sui generis  e dependem de hipóteses que os divulgadores acabam não revelando, não sabendo, ou sequer sabem o que significam. Aarão foi o irmão mais velho de Moisés, e teve um papel fundamental na divulgação na doutrina da religião judaica. Moisés foi quem conversou com Deus e trouxe o conhecimento, Aarão foi quem falou a língua do povo, e soube divulgar as Leis/Mandamentos para o leigo. O cientista, atualmente, a

A covardia estatal

O ser humano é um bicho no mínimo engraçado. Os dados não conseguem refletir sua realidade. Mesmo tudo indo bem, poderá achar motivos para reclamar, e vice-versa. Analisar quantitativamente sua percepção de satisfação e felicidade é um caos para qualquer analista de microeconomia. Ao que parece se chega a uma conclusão de que a inveja é um sentimento mais forte do que a fraternidade, principalmente nos tempos atuais. Não é uma inveja cega, mas uma que nos diz o seguinte: a tristeza do meu irmão é menos triste do que a minha. Ou seja, mais vale estarmos menos tristes do que alguém do que menos felizes do que outros. Quando todos perdemos mas um perde menos, este consegue se sentir melhor do que em uma situação em que todos ganham, mas ele ganha menos. Esse é um paradoxo extramente complexo. Se a situação econômica melhorar, a melhora dos outros promove uma externalidade negativa àqueles que ou não melhoraram, mas melhoraram menos. Confuso e complexo. Por isso, nada mais prazeroso d

O futuro do emprego

Cada vez mais as relações de trabalho mudam. Na realidade, se tomarmos como base uma análise simplificada do que é trabalhar, significa ofertar sua força/capacidade de trabalho, o que envolve cada vez mais capital intelectual e humano para executar tarefas que possuem algum valor para alguém. Entender essa relação como um possível fruto de exploração é no mínimo anacrônico. Em primeiro lugar quando procuramos trabalho, estamos ofertando nossos serviços, e buscando alguém que tenha interesse e capacidade para pagar o valor que pedimos. É um modelo de oferta e demanda, se não é tão simples, é pelo seu comportamento dinâmico. Então os equilíbrios desse modelo podem se alterar com a mudança na dinâmica do mercado. A principal mudança no equilíbrio nas relações de trabalho são a perda da hegemonia do vínculo de trabalho estável, entre trabalhador e empregador, executando tarefas pré acordadas e sendo remuneradas mensalmente. Ou seja,o vínculo de trabalho formal, conforme prescreve

Conjuntura Econômica

A atual situação econômica do país é incerta. Obviamente começar um texto econômico com essa frase é de descabelar qualquer leitor acostumado como o economês nosso de cada dia. No entanto, quando se fala em incerteza é dizer que além da costumeira incerteza habitual de quem vive em uma economia tupiniquim, existe nova(s) chegando. A nova incerteza é o cenário político e econômico do país. Em via de regra, a política tende a atrapalhar a economia, pois busca sempre soluções mirabolantes que tentam tornar o remédio menos amargo. É como colocar adoçante na insípida novalgina. O efeito dessa tentativa é tirar o gosto amargo e também o efeito benéfico do remédio. Mas não foi o caso da atual gestão. A gestão política promovida pelo Governo do presidente Michel Temer foi de longe a melhor gestão dos últimos 10 anos. Comparável apenas a promovida pelo presidente Lula em 2002 que se encerrou no escândalo do mensalão, com a saída de Palocci e sua equipe do ministério da fazenda. Essa nova g

Uma crise anunciada e longe do fim.

Em 2015 o Estado do Rio de Janeiro na véspera de sediar os jogos olímpicos de 2016 anunciava seus problemas financeiros de forma pública. Começava a não pagar fornecedores, e honrar contratos com prestadores de serviços. Alguns anunciavam que tais medidas mostravam que a terceirização dos serviços estatais era a grande responsável pela questão financeira, pois o Estado não conseguia mais pagar os seus fornecedores. Solução - apontada por alguns - delegar tudo a iniciativa pública e fazer novos concursos nas áreas carentes, como saúde e educação. O tempo passou, e em menos de um ano os salários dos servidores já começavam a ser atrasados. Indicando, agora sem nenhuma capacidade de argumentação ideológica, que o problema não é a forma como é provido o serviço público, mas que a capacidade de provimento desse serviço por parte do Gov. do Estado do RJ estava em colapso. O município do Rio de Janeiro, no entanto, mostrava ainda grande capacidade de absorver gastos públicos, recebendo n

A previdência como uma família

O conceito familiar hoje está se expandindo de tal forma, que já li definições de casais, que moram separados, não tem filhos e formam uma família. Bom, esquecem que a ideia de expandir um conceito ao invés de fortalecer, apenas o enfraquece. Digressões a parte, o assunto que gostaria de abordar é o sistema previdenciário. Ao contrário do que parece, é uma invenção recente, data do final do século XIX início do século XX. No Brasil surgiu em 1888 para os funcionários dos correios - estes mesmos cujo fundo de pensão atualmente está virtualmente falido graças a gestão à brasileira costumaz de cada dia. Utilizando este conceito, a previdência surge na intenção de que os idosos não dependam da bondade dos filhos. Ou seja, se criou uma lei que os idosos terão vencimentos garantidos pelos que agora trabalham. É como se em um família com 2 avós, 7 filhos e 5 netos. Os filhos pagassem uma pensão para os pais. Note que os filhos terão, também, que dispor de recursos para garantir educação

Avaliando os 6 meses do Gov. Temer

A sensação de que Temer está no poder há bastante tempo é notória. Todos esperavam logo que se deu o processo de impeachment da ex presidente Dilma, que a economia iria entrar nos eixos, seguindo padrões internacionais de crescimento, com juros baixo e inflação sob controle. Contudo, tal fato não se verificou de maneira imediata, gerando expectativas frustradas na população, o que traz uma certa pressão sobre a necessária agenda ainda a ser implementada pelo Gov. Temer. A agenda necessária de controle dos gastos públicos, ou seja uma reforma fiscal, teve início com a PEC que limita os gastos públicos futuros. Portanto, criou-se algo que o orçamento público brasileiro ainda não tinha se dado conta, a escassez dos recursos. Isso, per se, já gera uma expectativa de redução na inflação futura, pois o seu principal componente, que é a emissão monetária (déficit público) teria sua trajetória controlada. Mais uma vez, tal trajetória esbarra na necessidade de fazer reformas que tornem o orç

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