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A Panaceia do Ensino Superior

Os resultados do ENADE 2012 são bem claros, pelo menos 30% dos cursos de graduação oferecidos, entre particulares e públicas, não estão ofertando um mínimo de qualidade exigida para que seus alunos aprendam ao menos o currículo mínimo. Na minha área economia, o percentual sobe para 50% no universo de faculdades do estado do Rio de Janeiro, são elas: Isso só pode ser explicado por demandantes que não estão utilizando como critério a qualidade do ensino. Mas, segundo a teoria do capital humano de Becker, educação eleva a produtividade, estudar é um investimento, só que em capital humano. Para esse investimento é necessário tempo e capital, contudo, ao que parece, nem todos os investimentos estão dando qualquer tipo de resultado. A explicação desse fenômeno não deve ser tão simples como eu penso, mas para mim é uma única coisa: alunos compram diploma e não educação. Em sua grande maioria acreditam que o diploma de ensino superior irá garantir, ex post , uma colocação no

A CEPAL e o Brasil, e seus desdobramentos na economia e no desenvolvimento

O Brasil desde a extinta CMBEU, criada em 1951, que havia proposto 41 projetos, principalmente de infraestrutura, e cujo valor chegava a cifra de 387 milhões de dólares (em valores da época), tem como principal aliado econômico no que tange ao pensamento econômico e padrão de desenvolvimento, a CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe). A CEPAL na déc. de 50 do séc. XX, influenciou a política econômica brasileira, principalmente a política externa, ajudando o Brasil a se tornar uma das mais fechadas economias do planeta. Contraditoriamente, essa influência deve seu auge no surgimento do Plano de Metas (1956-1960), cuja racionalidade do plano estava baseada nos estudos do grupo BNDE-CEPAL, aonde o BNDE foi um dos 41 projetos da extinta CMBEU. O fechamento econômico brasileiro se deu, no Plano de Metas, devido ao incentivo à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital, fato que até hoje vem sendo feito, vide indústria automotiva, aonde quase todas as m

Uma crítica ao PDE

O Princípio da Demanda Efetiva que refuta a Lei de Say, mostrando que o que na verdade determina o nível de emprego e renda é a demanda, tem seus defensores teóricos que estão enraizados em todos os âmbito da administração pública brasileira, desde universidades ao Ministério da Fazenda e Banco Central. A economia, segundo o PDE, funciona da seguinte forma: um empresário antecipa o nível de demanda do mercado, e este, caso seja favorável irá ditar a produção. É mais ou menos assim, você tem o que deseja ter. A economia seria um mundo aonde as expectativas seriam amplamente atendidas, e, graças a essas expectativas bem antecipadas pelos empresários, a demanda é que controla o nível de emprego e renda da economia. Sendo assim, o governo tem um papel primordial, podendo inclusive estimular a economia apenas pelo lado da demanda. Incentivando o crédito, aumentando seus gastos e transferências, elevando assim os níveis de emprego e renda. What a wonderful world! Bom, mas e se no mund

Brasil: um laboratório do PDE

Analisando a guinada econômica promovida na era Mântega, com um esforço brutal do BNDES de incentivar o aumento da oferta via expansão do crédito, também com todas as políticas de incentivo à demanda, de redução do IPI até controle de preços e retenção da inflação, observamos que claramente a política econômica brasileira acredita no poder que a demanda tem de controlar o nível de atividade, tanto no curto prazo, quanto no longo prazo, uma vez que começam em 2008, e até hoje, 5 anos depois, ainda estamos apostando neste tipo de política. As críticas feitas pelo The Economist para a economia brasileira com altos custos, baixa produtividade, crescimento pífio e alta inflação, vão no encontro de sintomas causados pela política macroeconômica brasileira, que foi fortemente guiada pelo heterodoxia e pelo princípio da demanda efetiva. Desacreditando a lei de Say, e o modelo clássico, o Brasil deixou de dar importância a oferta, e passou a concentrar seus esforços na demanda. Ou seja, ao

Preconceito disfarçado

Tenho a seguinte opinião: a luta contra a desigualdade no limite beira ao preconceito irracional contra o pobre. Irei explicar o porquê. Já reparou nos argumentos pró uma redistribuição de renda mais justa? Todos vão ao encontro de dizer que a pobreza é o mal do mundo. Como se enquanto você é pobre se está doente. Argumentam que a pobreza te leva a roubar, matar, ter escolhas irracionais, etc etc etc. E o pior de tudo, quem ouve muitas das vezes não reflete sobre isso. Acham eles que estão sendo o mais cristão possível! como são bonzinhos com esse tipo de discurso! No limite, uma sociedade com esse pensamento jamais dará qualquer oportunidade de crescimento a uma pessoa pobre. Não! - Ele precisa de assistencialismo, mas não posso dar-lhe um emprego, ele é pobre, e provavelmente desonesto. Me irrito profundamente com a falta de fé na capacidade individual das pessoas. E pior,  E mais, julgar uma pessoa pela sua situação econômica é uma das mais funestas formas de querer se

A Lei anti drogas é boa para os ofertantes

Todo bem cuja elasticidade da demanda é inelástica, isto é, entre 0 e 1, faz com que um estranho fenômeno ocorra para o lado do ofertante, ou seja a firma. Se um ofertante opera de forma única no mercado, ou seja, um monopolista reduzir a quantidade oferta, ou aumentar o preço, terá seu lucro aumentado, caso a demanda seja inelástica. Funciona da seguinte forma: ao se reduzir a quantidade, o preço que o consumidor está disposto a pagar aumenta mais do que proporcionalmente a redução na quantidade, o que provoca um aumento na receita total (preço x quantidade) e reduz o custo, pois C´(q)>0.  Uma lei anti drogas por definição visa reduzir a quantidade ofertada de drogas. A medida que a repressão vá tirando paulatinamente os traficantes do mercado, os que restam, menos que precisem aumentar muito os preços, e reduzirem as quantidades, estarão aumentando seus lucros, pois operam na parte inelástica da demanda. Sendo assim, qualquer tipo de bem que tenha essa característica

A Prisão

A sanção que acomete os indivíduos transgressores de uma determinada lei já mudou bastante desde que os homens passaram a viver em sociedade. Já existiram e ainda existem sistemas jurídicos que aceitam a escravidão de presos, punições físicas como chicotadas e chibatadas, perda de direitos civis, confisco de bens e encarceramento. No Brasil a forma mais comum de sanção é a prisão, que significa privar alguém do convívio em sociedade. Contudo, cada vez mais as pessoas livres escolhem a exclusão do convívio social como forma de vida. Sendo assim, passei a questionar se a prisão, ou o encarceramento de um transgressor de fato atinge aos objetivos previstos. O objetivo número um de uma sanção não o de punir um transgressor, mas sim de evitar o crime através da coerção. Ou seja, o mero temor de ser punido, faz com que eu não transgrida. O segundo objetivo seria fazer com que o transgressor pague pelos crimes cometidos. Mas, e se essa punição de fato não inibe mais os crimes? E

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