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A Panaceia do Ensino Superior

Os resultados do ENADE 2012 são bem claros, pelo menos 30% dos cursos de graduação oferecidos, entre particulares e públicas, não estão ofertando um mínimo de qualidade exigida para que seus alunos aprendam ao menos o currículo mínimo.

Na minha área economia, o percentual sobe para 50% no universo de faculdades do estado do Rio de Janeiro, são elas:





















Isso só pode ser explicado por demandantes que não estão utilizando como critério a qualidade do ensino. Mas, segundo a teoria do capital humano de Becker, educação eleva a produtividade, estudar é um investimento, só que em capital humano. Para esse investimento é necessário tempo e capital, contudo, ao que parece, nem todos os investimentos estão dando qualquer tipo de resultado.

A explicação desse fenômeno não deve ser tão simples como eu penso, mas para mim é uma única coisa: alunos compram diploma e não educação. Em sua grande maioria acreditam que o diploma de ensino superior irá garantir, ex post, uma colocação no mercado de trabalho que valha a pena o investimento de tempo e dinheiro apenas para conseguir o diploma.

Contudo, quando chegam no mercado de trabalho muitos percebem duas coisas, que essa colocação é difícil e, principalmente, em um mercado como o brasileiro marcado pelos QI´s, contatos valem mais do que competência técnica, e a segunda é a de que sem a bagagem devida, a manutenção do seu posto de trabalho está nas mãos da sua habilidade comportamental, de agradar a todos, pois não tem competência para garantir seu emprego, pois não sabem fazer um bom trabalho.

Logo, para quem tem vários contatos e pessoas influentes que possam lhe abrir portas, a estratégia vencedora parece ser a que o ENADE está apontando, uma crescente dos cursos com baixa qualidade, mas que continua atraindo jovens estudantes. Mas, como nosso crescimento voltado para dentro chegou ao seu limite, para crescermos precisaremos buscar novos mercados, contudo, para tal é preciso abrir mais a economia, o que elevará a competição. As empresas passaram a dar menos valor ao QI e mais valor a competência técnica sob pena de falirem. Nesse ponto, apenas um diploma preso na parede, mas sem valor em termos de capital humano não salvará o emprego de ninguém.

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