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Uma crítica ao PDE

O Princípio da Demanda Efetiva que refuta a Lei de Say, mostrando que o que na verdade determina o nível de emprego e renda é a demanda, tem seus defensores teóricos que estão enraizados em todos os âmbito da administração pública brasileira, desde universidades ao Ministério da Fazenda e Banco Central.

A economia, segundo o PDE, funciona da seguinte forma: um empresário antecipa o nível de demanda do mercado, e este, caso seja favorável irá ditar a produção. É mais ou menos assim, você tem o que deseja ter. A economia seria um mundo aonde as expectativas seriam amplamente atendidas, e, graças a essas expectativas bem antecipadas pelos empresários, a demanda é que controla o nível de emprego e renda da economia.

Sendo assim, o governo tem um papel primordial, podendo inclusive estimular a economia apenas pelo lado da demanda. Incentivando o crédito, aumentando seus gastos e transferências, elevando assim os níveis de emprego e renda. What a wonderful world!

Bom, mas e se no mundo real não temos exatamente o que queremos. E mais, e se não houver uma antecipação perfeita entre empresários e consumidores. E, principalmente, e se o dinheiro do governo vier de algum lugar, e não de um mundo mágico? Como ficaria essa história? Será que estamos mesmos fadados a viver em um mundo horrível, aonde se tem mais emprego e renda, aumentando-se a produtividade ou trabalhando-se mais, e, além disso, aumentando o mercado consumidor, para a oferta, que não oferta o que o consumidor quer, mas o que ele pode consumir?

Muito triste viver nesse mundo, acho q prefiro voltar a estudar o PDE, é muito mais emocionante!

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