Para Keynes o princípio da demanda efetiva fazia com que os empresários com base nas suas expectativas traçassem suas estratégias de investimento com base na demanda futura, ou seja, contrariando a Lei de Say, a demanda seria, então, quem determinaria o nível de renda e emprego.
Contudo, é de se esperar que o modus operandis da economia, mais especificamente do setor industrial é que estaria por de trás dessa teoria e, portanto, da revolução keynesiana. A indústria se caracterizou no início do séc. XX por investimentos em capital físico que determinavam o nível de produção que ao não estar concatenado com a demanda, em um sistema de produção em série pré estipulado pelos empresários, e acabava gerando flutuações nos preços provocando os chamados ciclos econômicos que nada tinha a ver com os ciclos de negócios e inovação destrutiva proposto por Schumpeter.
A economia hoje não mais é determinada pelo setor industrial, uma vez que cada vez mais o peso dos serviços e seu dinamismo tem mostrado que a visão de desenvolvimento econômico focado em uma economia cada vez mais industrial é hoje equivocada. Para não ser anacrônico, na época de Keynes grande parte do valor agregado em uma economia era do setor industrial, uma vez que a inovação tecnológica ainda não tinha sido utilizada na agricultura e no serviço, talvez por que a terra e o capital humano ainda eram relativamente abundantes.
Porém, o Toyotismo, um sistema produtivo desenvolvido para operar com nível de estoque zero, em um sistema de just in time, aonde não mais se precisa prever a demanda, a demanda será atendida no momento que for efetuada a compra, e não mais no momento do investimento, evitando-se assim estoques desnecessários, depreciação e flutuações indesejáveis de preços. Voltando então, mesmo com a premissa de uma economia centrada na produção industrial, à Lei de Say.
Logo, com esse sistema, a oferta volta a determinar o nível de renda, uma vez que essa é instalada, mostrando a real capacidade produtiva da economia, e caso a demanda suba de mais, os preços serão a variável de ajusta da economia, que não mais flutuaram por expectativas errôneas, mas por um aumento da procura real.
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