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Keynes e pensamento Fordista

Para Keynes o princípio da demanda efetiva fazia com que os empresários com base nas suas expectativas traçassem suas estratégias de investimento com base na demanda futura, ou seja, contrariando a Lei de Say, a demanda seria, então, quem determinaria o nível de renda e emprego. Contudo, é de se esperar que o modus operandis  da economia, mais especificamente do setor industrial é que estaria por de trás dessa teoria e, portanto, da revolução keynesiana. A indústria se caracterizou no início do séc. XX por investimentos em capital físico que determinavam o nível de produção que ao não estar concatenado com a demanda, em um sistema de produção em série pré estipulado pelos empresários,  e acabava gerando flutuações nos preços provocando os chamados ciclos econômicos que nada tinha a ver com os ciclos de negócios e inovação destrutiva proposto por Schumpeter. A economia hoje não mais é determinada pelo setor industrial, uma vez que cada vez mais o peso dos serviços e seu dinami

Macroeconomia Des`complicada

Na macroeconomia existem três períodos: 1)curto prazo. 2)médio prazo. 3)longo prazo. No primeiro basta olharmos a demanda, uma vez que a oferta é horizontal, indicando que o nível de preços é fixo. No segundo, basta olharmos a oferta agregada, ela que irá indicar o nível de produção, enquanto que a demanda irá apenas elevar o nível de preços e no longo prazo o que determina o crescimento econômico é a inovação e ganhos de produtividade. Não adianta, no entanto, pensarmos de forma fechada para estes três conceitos. Um necessariamente irá se confundir com o outro em algum, ou vários momentos. Analisando por exemplo o seguinte gráfico: São dados de 95 até 2013, perceba que a diferença nos preços é de mais de 10 p.p. para uma diferença de 6 p.p. no desemprego, se analisarmos de 12% de desemprego em direção a 6%. Essa curva de Phillips indica, então, que o nível de preços para a economia brasileira não é fixo, portanto, podemos estar falando de médio e longo praz

Sem Controle Fiscal Brasil Pode Perder a Âncora Nominal

O tripé macroeconômico brasileiro de câmbio flutuante, metas de inflação e superávit fiscal possibilitou que o Brasil fosse paulatinamente melhorando seu rating  nas agências internacionais, fazendo com que investimentos e empresas passassem a apostar no Brasil. Houve, com isso, uma aposta internacional no crescimento e desenvolvimento brasileiro, que parecia ter deixado para trás sua condição de sempre a economia do futuro. Até 2008 por mais que se critique o governo do PT, a dupla Lula e Meirelles, mantiveram intactos os pilares dessa política macroeconômica. E mais, durante o governo Lula houve uma queda sem precedentes da trajetória da desigualdade de renda. Depois de 2008, com a entrada do país na crise econômica, houve uma guinada na trajetória econômica que passou a se descuidar do lado fiscal e sem ele, não há como fazer uma política monetária ativa e confiável. De lá para cá, apenas assistimos reprises. Um esforço do governo federal de tentar trazer de volta o cresci

A Panaceia do Ensino Superior

Os resultados do ENADE 2012 são bem claros, pelo menos 30% dos cursos de graduação oferecidos, entre particulares e públicas, não estão ofertando um mínimo de qualidade exigida para que seus alunos aprendam ao menos o currículo mínimo. Na minha área economia, o percentual sobe para 50% no universo de faculdades do estado do Rio de Janeiro, são elas: Isso só pode ser explicado por demandantes que não estão utilizando como critério a qualidade do ensino. Mas, segundo a teoria do capital humano de Becker, educação eleva a produtividade, estudar é um investimento, só que em capital humano. Para esse investimento é necessário tempo e capital, contudo, ao que parece, nem todos os investimentos estão dando qualquer tipo de resultado. A explicação desse fenômeno não deve ser tão simples como eu penso, mas para mim é uma única coisa: alunos compram diploma e não educação. Em sua grande maioria acreditam que o diploma de ensino superior irá garantir, ex post , uma colocação no

A CEPAL e o Brasil, e seus desdobramentos na economia e no desenvolvimento

O Brasil desde a extinta CMBEU, criada em 1951, que havia proposto 41 projetos, principalmente de infraestrutura, e cujo valor chegava a cifra de 387 milhões de dólares (em valores da época), tem como principal aliado econômico no que tange ao pensamento econômico e padrão de desenvolvimento, a CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe). A CEPAL na déc. de 50 do séc. XX, influenciou a política econômica brasileira, principalmente a política externa, ajudando o Brasil a se tornar uma das mais fechadas economias do planeta. Contraditoriamente, essa influência deve seu auge no surgimento do Plano de Metas (1956-1960), cuja racionalidade do plano estava baseada nos estudos do grupo BNDE-CEPAL, aonde o BNDE foi um dos 41 projetos da extinta CMBEU. O fechamento econômico brasileiro se deu, no Plano de Metas, devido ao incentivo à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital, fato que até hoje vem sendo feito, vide indústria automotiva, aonde quase todas as m

Uma crítica ao PDE

O Princípio da Demanda Efetiva que refuta a Lei de Say, mostrando que o que na verdade determina o nível de emprego e renda é a demanda, tem seus defensores teóricos que estão enraizados em todos os âmbito da administração pública brasileira, desde universidades ao Ministério da Fazenda e Banco Central. A economia, segundo o PDE, funciona da seguinte forma: um empresário antecipa o nível de demanda do mercado, e este, caso seja favorável irá ditar a produção. É mais ou menos assim, você tem o que deseja ter. A economia seria um mundo aonde as expectativas seriam amplamente atendidas, e, graças a essas expectativas bem antecipadas pelos empresários, a demanda é que controla o nível de emprego e renda da economia. Sendo assim, o governo tem um papel primordial, podendo inclusive estimular a economia apenas pelo lado da demanda. Incentivando o crédito, aumentando seus gastos e transferências, elevando assim os níveis de emprego e renda. What a wonderful world! Bom, mas e se no mund

Brasil: um laboratório do PDE

Analisando a guinada econômica promovida na era Mântega, com um esforço brutal do BNDES de incentivar o aumento da oferta via expansão do crédito, também com todas as políticas de incentivo à demanda, de redução do IPI até controle de preços e retenção da inflação, observamos que claramente a política econômica brasileira acredita no poder que a demanda tem de controlar o nível de atividade, tanto no curto prazo, quanto no longo prazo, uma vez que começam em 2008, e até hoje, 5 anos depois, ainda estamos apostando neste tipo de política. As críticas feitas pelo The Economist para a economia brasileira com altos custos, baixa produtividade, crescimento pífio e alta inflação, vão no encontro de sintomas causados pela política macroeconômica brasileira, que foi fortemente guiada pelo heterodoxia e pelo princípio da demanda efetiva. Desacreditando a lei de Say, e o modelo clássico, o Brasil deixou de dar importância a oferta, e passou a concentrar seus esforços na demanda. Ou seja, ao

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