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O Capitalismo e o Campo Brasileiro

O agronegócio no Brasil vem cada vez mais ganhando importância na economia nacional, principalmente devido ao declínio da nossa indústria, que vem se tornando menos competitiva a cada dia. Essa queda na competição tem muito a ver com o modelo adotado de proteção desde 2007, com créditos subsidiados, políticas fiscais especiais apenas para alguns setores, o que reduz a eficiência no sistema econômico e principalmente altera a distribuição de renda em toda a economia, uma vez que esse subsídio fiscal é custeado por toda a sociedade. Além da sua importância econômica em termos de números, cada vez mais as áreas rurais brasileiras tem ganhado espaço na discussão sobre o meio ambiente e sobre justiça social. Essas discussões também são importantes no âmbito econômico pois afetam a eficiência do próprio sistema. Primeiro abordarei a questão ambiental. O campo brasileiro é o maior responsável pelas emissões de CO2 e, também, pelo desmatamento da amazônia. Tudo isso fere o antigo e o n

A política des´comercial brasileira

É impensável em um mundo repleto por ganhos de escala indivíduos sejam mais eficientes do que uma empresa especializada. Como uma única pessoa pode viajar, procurar um produto, comprar, embalar, trazer para o país de volta e, mesmo assim, tem um preço muito menor do que as importadoras que operam no mercado brasileiro, e que só fazem isso para viver! Na certa uma importadora teria pelo menos um desconto no atacado, poderia contratar um frete marítimo, poderia fazer em uma única viagem um estoque de 1 ano para as suas operações no Brasil. Contudo, ou esse mercado é extremamente ineficiente ou o Governo com sua política protecionista está acabando com qualquer chance desse mercado continuar a existir, ainda mais com o aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras. Observa-se uma discrepância enorme entre os preços vigorados internamente no Brasil, por produtos importados, principalmente os de alta tecnologia, e diga-se de passagem, não possuem concorrentes nacionais, e o

Ingressos do Flamengo e a irracionalidade econômica

Em 2004 eu estava na final do Flamengo com o Santo André, paguei 15 reais em um ingresso que eu comprei na hora. Hoje, eu teria que desembolsar um mínimo de 250 reais. Isso diria que ou o bem que eu estou comprando cresceu muito de qualidade ou houve uma tremenda inflação da ordem de 1666%, neste período. Todo time de futebol é monopolista no que tange a sua torcida. Sendo assim, dependendo do nível de elasticidade preço da demanda (quanto menor mais apaixonada será a torcida) poderemos, e quase sempre chegamos, a uma situação socialmente ineficiente. De uma olhada no gráfico abaixo: Esse caso, contudo, não se aplicará neste jogo, pois é provável que como qualquer bem de vício, uma final de campeonato esgote os ingressos. Contudo, o despendido do torcedor com certeza não estava previsto, sendo assim, o torcedor irá ficar de fora muitos outros jogos, pelo menos este ano por conta desse aumento dos preços. Logo, pensando em uma situação dinâmica, caso o Flamengo perca este jo

A economia e o desenvolvimento econômico

A teoria econômica se divide em suas inúmeras facetas. Contudo, o estudo da microeconomia parece mais propício para alguém que não queira tomar partido frente aos inúmeros "teoremas" e "leis" na macroeconomia que não foram provados e que também não se sustentam aos testes empíricos. A microeconomia é mais elegante, floresce dela alguns teoremas que são provados por uma lógica matemática elegante, e que nos fornece caminhos para a máxima eficiência dentro de um sistema estático. O primeiro e o segundo teorema do bem estar nos mostram a beleza de uma economia de mercado puro, sem a necessidade de um sistema de preços baseado em moeda, bastam apenas os preços relativos em um sistema puro de troca. Contudo, a lógica do desenvolvimento econômico é planejar e executar medidas e políticas públicas que encurtem o processo para o aumento da renda e da riqueza de um país, mas sem se descuidar da eficiência do sistema. Ou seja, predica uma intervenção em pontos aonde as prem

Keynes e pensamento Fordista

Para Keynes o princípio da demanda efetiva fazia com que os empresários com base nas suas expectativas traçassem suas estratégias de investimento com base na demanda futura, ou seja, contrariando a Lei de Say, a demanda seria, então, quem determinaria o nível de renda e emprego. Contudo, é de se esperar que o modus operandis  da economia, mais especificamente do setor industrial é que estaria por de trás dessa teoria e, portanto, da revolução keynesiana. A indústria se caracterizou no início do séc. XX por investimentos em capital físico que determinavam o nível de produção que ao não estar concatenado com a demanda, em um sistema de produção em série pré estipulado pelos empresários,  e acabava gerando flutuações nos preços provocando os chamados ciclos econômicos que nada tinha a ver com os ciclos de negócios e inovação destrutiva proposto por Schumpeter. A economia hoje não mais é determinada pelo setor industrial, uma vez que cada vez mais o peso dos serviços e seu dinami

Macroeconomia Des`complicada

Na macroeconomia existem três períodos: 1)curto prazo. 2)médio prazo. 3)longo prazo. No primeiro basta olharmos a demanda, uma vez que a oferta é horizontal, indicando que o nível de preços é fixo. No segundo, basta olharmos a oferta agregada, ela que irá indicar o nível de produção, enquanto que a demanda irá apenas elevar o nível de preços e no longo prazo o que determina o crescimento econômico é a inovação e ganhos de produtividade. Não adianta, no entanto, pensarmos de forma fechada para estes três conceitos. Um necessariamente irá se confundir com o outro em algum, ou vários momentos. Analisando por exemplo o seguinte gráfico: São dados de 95 até 2013, perceba que a diferença nos preços é de mais de 10 p.p. para uma diferença de 6 p.p. no desemprego, se analisarmos de 12% de desemprego em direção a 6%. Essa curva de Phillips indica, então, que o nível de preços para a economia brasileira não é fixo, portanto, podemos estar falando de médio e longo praz

Sem Controle Fiscal Brasil Pode Perder a Âncora Nominal

O tripé macroeconômico brasileiro de câmbio flutuante, metas de inflação e superávit fiscal possibilitou que o Brasil fosse paulatinamente melhorando seu rating  nas agências internacionais, fazendo com que investimentos e empresas passassem a apostar no Brasil. Houve, com isso, uma aposta internacional no crescimento e desenvolvimento brasileiro, que parecia ter deixado para trás sua condição de sempre a economia do futuro. Até 2008 por mais que se critique o governo do PT, a dupla Lula e Meirelles, mantiveram intactos os pilares dessa política macroeconômica. E mais, durante o governo Lula houve uma queda sem precedentes da trajetória da desigualdade de renda. Depois de 2008, com a entrada do país na crise econômica, houve uma guinada na trajetória econômica que passou a se descuidar do lado fiscal e sem ele, não há como fazer uma política monetária ativa e confiável. De lá para cá, apenas assistimos reprises. Um esforço do governo federal de tentar trazer de volta o cresci

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