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Desafios Econômicos

O Brasil possui inúmeras questões a serem sanadas para que se possa pensar em um modelo de desenvolvimento econômico sustentável. O primeiro deles, e mais importante, é qual modelo econômico se almeja desenvolver. Um que dependa primordialmente do Estado enquanto motor econômico de desenvolvimento. Ou um que dependa dos atores econômicos privados. Historicamente, o Brasil optou e opta pelo primeiro modelo. Ou seja, sem o Estado, nos dias de hoje, o Brasil para, como aconteceu nos últimos 3 anos. O desenvolvimento que depende do Estado tem como primazia a ojeriza ao capital e iniciativa privada. Uma vez que o lucro é sempre visto como algo extremamente injusto, dado que na visão de muitos, se origina da exploração de uma massa em serviço de poucos. Esse debate, ao que parece, ainda não está sanado, mesmo tendo sido originado há mais 150 anos atrás. Além disso, a maioria dos países que depende do Estado como mola mestra, degringolaram. A exceção é a China, cuja economia planificada, s

Judiciário e seus 70%

Sem contar os benefícios, o aumento de 70% ao salário dos integrantes do judiciário coloca em cheque um plano de governo que começou o ano com a palavra austeridade. O judiciário abocanha 1,5% do PIB, aproximadamente, e a maior parte se destina a cargos e salários. Esse número vem aumentando ao longo do tempo, e, se nada for feito, estar-se-á na beira de um montante explosivo, um verdadeiro esquema Ponzi . Como nas decisões políticas existe sim racionalidade, a questão principal é qualificar que racionalidade é essa. Primeiro, poderia haver um aumento de salários promovido pelo aumento da produtividade. Não há álea nessa questão. Contudo, em comparação com sua contrapartida americana, o tempo médio de espera de um processo legal no Brasil, apenas para os casos fiscais é de mais de 8 anos (IPEA, 2011). Segundo estimativas para os EUA, o tempo médio de resolução de um processo é de 2 anos e 6 meses. Além da clara falta de eficiência, comparando-se a remuneração média percebida

Incentivo vs. Extrativismo

Quando compara-se  a administração dos recursos humanos na esfera pública, buscar inovação, dinamismo, pro-atividade, empreendedorismo, esforço, ética e moral, na minha opinião, é algo ligado à atividade extrativa. Como nas economias primárias do homem pré-histórico, tudo que lhe era provido, não era fruto do seu esforço ou investimento. Não havia uma preocupação hoje com a oferta futura de bens/serviços. O mesmo acontece hoje no funcionalismo público. A preocupação é em se ter uma voz política uníssona, do que ter funcionários comprometidos e bem engajados nos seus respectivos trabalhos - evitando-se com isso a politicagem dos meios públicos, simbiose esta perigosíssima. O exemplo de tal questão se reflete na recente discussão dos salários do funcionalismo do executivo, acachapados pelo recrudescimento inflacionários - ou seja, os salários perderam seu poder de compra, graças a uma inflação promovida pelo gasto público desmedido. A iniciativa privada tem formas de trabalhar a ge

Inflação e seu caminho para o bolso do pobre

A inflação ainda não é ponto pacífico na literatura econômica heterodoxa. Contudo, há muito já foi debatida a relação perigosa entre déficit fiscal e emissão monetária e suas implicações sobre a dinâmica inflacionária. O modelo de Cagan (1956) mostra as possíveis consequências para uma economia que visa combater o déficit fiscal através do imposto inflacionário e, principalmente, se este não é capaz de sustentar aquele o resultado é uma hiperinflação. O Brasil, hoje, vive novamente o cenário do recrudescimento hiperinflacionário, com uma taxa anualizada passando 8%, beirando os dois dígitos anuais. Alguns ainda preconizam que o ajuste fiscal pode piorar esta questão, pois feito de qualquer modo, pode reduzir ainda mais a arrecadação do governo, que sem o devido ajuste dos gastos, promove um aumento do déficit fiscal. A consequência deste descontrole repousa nas altas da taxa da inflação e, o caminho de transmissão da taxa de juros consegue controlar parte desse problema. Segu

GREVE

Eu pessoalmente vivi dois momentos de mobilização grandes nas universidades federais, um em 2012, e novamente agora, em 2015. O que mudou de lá para cá? Pouca coisa, inclusive o governo, a ideologia do movimento e os grupos de interesse continuam exatamente os mesmos. Se há algo que pode ser traduzido como mudança significativa é que, em 2012 o país atravessa um momento de euforia social, apostando todas as fichas em um modelo nacional desenvolvimentista, puxado por Estatais e grandes e eventos, descontrole fiscal, onde cada grupo queria mais um pouquinho no seu pires. Foi feito, em 2012 a greve conseguiu que se extingui-se a antiga separação entre a carreira dos professores titulares e os demais. Essa separação, antes de status , era também remuneratória. O que foi feito foi simplesmente acabar com a carreira do professor titular, e, após isso, subir um pouquinho os salários dos professores. Contudo, como quem possui mais experiência possui mais influência política, esse grupo a

Liberdade total não é a resposta

Com o atual surto de violência, grupos reivindicam o direito legítimo da auto-defesa. Afinal de contas, ninguém deve esperar a ação do Estado para se defender quando sofre um atentado contra sua vida ou dignidade pessoal. Os indivíduos precisam ter a faculdade da auto-defesa, que é legítima e louvável moralmente.  O Estado brasileiro é negligente em relação aos seus cidadãos. Não consegue proteger minimamente aqueles os quais respeitam a constituição. Na prática, o cidadão de bem se vê refém entre uma polícia corrupta e bandidos cada vez mais cruéis e jovens, uma vez que o mundo do crime rapidamente extirpa esses indivíduos ou pela morte ou pela cadeia, sendo a primeira muito mais eficiente do que a segunda. Além da conhecida inépcia dos atores do Estado, e os policiais ali se encontram. Profissionais que arriscam a vida para proteger a vida de desconhecidos, e fazem da sua ética a defesa da lei e da ordem. Contudo, gostaria de desconstruir essa definição. Em nenhum lugar do

Brasil e sua economia em guerra constante

A teoria econômica clássica não admitia a hipótese de inflação com recessão. Ou seja, preços subindo com atividade econômica em queda. Nada mais obvio. Como poderiam os preços subir se a renda está diminuindo. Em um modelo de oferta e demanda, uma das pontas da tesoura é a oferta, a outra é a demanda, se qualquer uma das duas está em queda, assim também será nos preços e nas quantidades negociadas. Contudo, as economias do pós-primeira guerra mundial passaram a conviver com esse fenômeno de estagflação, fenômeno o qual não se coadunava em um cenário internacional baseado no padrão ouro. Aos países da tríplice aliança, perdedores da primeira guerra, foram impostos aos tratado de Versalles (Alemanhã) e tratado de Saint Germain (Império    Austro-Húngaro), o que muitos consideraram a semente principal da 2 Guerra Mundial, uma vez que foram impostas multas e reformas pesadas e humilhantes para os países derrotados e suas economias. A forma pelo qual Alemanha e Áustria encontram de

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