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A importância de uma reforma da previdência que defina direitos e deveres

O sistema de previdência pública é algo recente nas economias mundiais. Seu primeiro programa tem menos de um século de vida. Nos Estados Unidos foi inaugurado no início do ano de 1940, reflexo, dentre outros, da Grande Depressão de 1929, e suas consequências para a população empregada, principalmente, aqueles com idade mais avançada. No Brasil, a implementação da aposentadoria como conhecemos foi gradual, a primeira a vigorar ocorreu em 1888, e era exclusividade para os trabalhadores dos correios. Paulatinamente o sistema de aposentadoria pública passou a se tornar mais amplo, e seu modelo passou a açambarcar os trabalhadores urbanos em 1960, os trabalhadores rurais em 1963, e em 1988 passou a se tornar o principal mecanismo de redistribuição de renda no país, contemplando inclusive pessoas de baixa renda, deficientes físicos, e idosos que não haviam contribuído de maneira formal.  Ou seja, em 1988 houve uma desvinculação total entre a contribuição e a contrapartida de venciment

Explicando a volatilidade do Dólar e, porque não tem-se outra alternativa para resolver essa questão do que uma política de gastos públicos austera e previsível

Friedman foi um dos principais defensores teóricos do sistema de câmbio flutuante. não porque gostava de operar no mercado de câmbio futuro, mas porque sabia que com um sistema de câmbio flutuante se amarravam as outras políticas discricionárias. Uma vez que, dado escolhas ruins de políticas fiscais e monetárias, o câmbio responde, revelando o caráter ineficiente das políticas implementadas. Logo, se o câmbio deprecia é sinal de que as políticas adotadas no país estão em rumo contrário ao que deveria ser feito. Do contrário, quem apostar na depreciação irá perder dinheiro. E se tem uma coisa que é universal é que sendo de direita ou esquerda, ninguém quer perder dinheiro . Logo, nenhum investidor aposta na alta do dólar simplesmente por implicância das políticas do PT. Mas porque sabe que um desajuste fiscal irá promover ou inflação, ou aumento da dívida, o que torna a necessidade de financiamento maior, e com isso, o risco dos títulos da dívida aumentam, reduzindo sua atrativida

Dinheiro do Governo?

Quando se pensa em orçamento público, e principalmente, quando se comenta sobre, deve-se ter muito cuidado com a escolha de palavras, que levam o ignorante concluir coisas que não existem, como por exemplo a existência de dinheiro do governo. Primeiro, o Governo é uma estrutura política que visa três princípios: alocar, redistribuir e estabilizar. Não se incluem aí a produção de riquezas, bens ou serviços. Contudo, é facultado o Governo entrar na parte produtiva, desde que essa decisão seja guiada por um dos 3 princípios aludidos. Para a produção o Governo cria empresas estatais, e desvincula suas operações, caixa e patrimônio ao do Executivo, mais uma vez, porque este último não gera riqueza. Se ele não gera, como consegue promover investimentos, pagar funcionários e financiar o gasto público. Através de impostos . Portanto, o orçamento do Governo é exatamente parte da poupança da população que foi extraída através da coerção para promover as políticas que ele assim determin

Judiciário falar em igualdade?! Socorro!

Me deu um embrulho no estômago observar o recente e crescente avanço do Judiciário no que tange a promoção de igualdades no Brasil. Igualdades essas tão negligenciadas por este mesmo poder no Brasil. A mais recente medida foi a proibição à PM de proceder prisões ilegais nos ônibus oriundos da zona norte/oeste em direção às praias da Zona Sul.  Até aí ok, pensarão muitos. Contudo, as prisões ilegais não precisam ser proibidas, o nome já diz tudo, são ilegais. E ilegalidades cometidas por agentes com poderes conferidos pelo Estado é um sintoma de um judiciário doente e confuso em relação às suas responsabilidades. Ademais, não há no Brasil um poder que gere mais inequidades do que o judiciário, justamente por, em termos positivos, observarmos a prática de dois tipos de leis. Uma para quem é de uma elite e outra para os demais. Essa elite, promovida pelo judiciário, não é aquela que possui bens e recursos privados. Basta olhar o que o judiciário fez no caso do Eike Batista, onde

Lá vem o Brasil descendo a ladeira [x2]

No dia 30 de Junho de 2013 eu escrevi: Analisando o período atual, de 2010 e 2011, observa-se que o Brasil simplesmente, após 2010, declinou sua economia. Perdemos, em termos de crescimento, para a média internacional, para os países do BRIC´s e também, surpreendentemente, para a média da América Latina.  A "nova" desculpa para o fraco rendimento do PIB brasileiro são os reflexos da crise mundial. O governo insiste em afirmar que a culpa do fraco crescimento brasileiro é do cenário internacional, justamente ele, que em 2008 foi capaz de alavancar o Brasil no posto de grande player do mundo, sobretudo, no área de commodities agrícolas e minerais. Bom, ao que parece pouca coisa mudou no discurso econômico. Apenas que a crise internacional atingiu em cheio a economia brasileira. Pouco se fala, no entanto, das causas da crise interna, apenas que é um reflexo do cenário internacional. Algo que não dá nenhum alento aos agentes, uma vez que, se o país pode mergulhar

Soluções Micro: Transporte Público

As grandes cidades necessitam serem pensadas em cima do deslocamento de pessoas. Sua economia e manutenção depende, dentre outras coisas, do fluxo em massa de indivíduos que trabalham, moram, consomem lazer e diversão dentro do seu espaço físico. Logo, o crescimento sustentável de qualquer cidade passa por mobilidade urbana. As pessoas necessitam se deslocar. Caso essa preocupação fosse secundária, estaríamos no universo das pequenas cidades, onde muitos trabalham por conta própria, ou em propriedades rurais de terceiros, mas acabam residindo no seu local de trabalho. Logo, o desenvolvimento econômico, e até mesmo a mobilidade social dependem da mobilidade pois permite aos detentores do trabalho possuam bens que não se confundam com os bens dos seus patrões. Soluções, então, de dormitórios nas empresas, bem como qualquer coisa que ajudaria os trabalhadores a permanecerem no local de trabalho, reduziria o incentivo à acumulação de bens, o que reduz sua liberdade e poder ec

CPMF, Inflação e Imposto de Renda

No texto do dia, 23 de agosto de 2013, expus alguns argumentos á favor da CPMF. Mostrando que, devido ao agravamento do déficit público seriam necessários a criação de outros instrumentos de arrecadação para sanar as contas do governo. Dentre eles, o menos danoso seria o aludido imposto. O argumento de que a CPMF é um imposto progressivo, no entanto, ficou incompleto, deixando margens a algumas questões. Com isso quero fazer um contraponto da CPMF com o único imposto que conhecemos que apregoamos como progressivo que é o Imposto de Renda. Primeiro, o imposto de renda é progressivo pois aumenta sua alíquota em proporção da renda. Contudo, existem mecanismos de desconto em cima da contribuição. Esses mecanismos são a peça fundamental que retira a qualidade da progressividade do imposto - fora a defasagem das suas alíquotas gerando inequidade e aumento da arrecadação via efeito tabela. Conforme a renda aumenta e a contribuição do imposto também, eleva-se as possibilidades do

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