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Soluções Micro: Transporte Público

As grandes cidades necessitam serem pensadas em cima do deslocamento de pessoas. Sua economia e manutenção depende, dentre outras coisas, do fluxo em massa de indivíduos que trabalham, moram, consomem lazer e diversão dentro do seu espaço físico. Logo, o crescimento sustentável de qualquer cidade passa por mobilidade urbana. As pessoas necessitam se deslocar.


Caso essa preocupação fosse secundária, estaríamos no universo das pequenas cidades, onde muitos trabalham por conta própria, ou em propriedades rurais de terceiros, mas acabam residindo no seu local de trabalho.


Logo, o desenvolvimento econômico, e até mesmo a mobilidade social dependem da mobilidade pois permite aos detentores do trabalho possuam bens que não se confundam com os bens dos seus patrões. Soluções, então, de dormitórios nas empresas, bem como qualquer coisa que ajudaria os trabalhadores a permanecerem no local de trabalho, reduziria o incentivo à acumulação de bens, o que reduz sua liberdade e poder econômico.


Sendo, então, como se vê, condição peremptória para o desenvolvimento social, econômico e da própria liberdade do indivíduo a faculdade de se locomover. Dessarte, é de interesse coletivo e individual essa garantia. Como fazê-lo é a questão primordial.

As cidades no mundo vem mudando sua visão sobre como garantir tal mobilidade. É mais do que notório que o modelo baseado em carros individuais não mais atende essa garantia. Se todos colocarem seus carros nas ruas, não haverá a tão almejada mobilidade - sem levar em conta os custos de todos terem carros, e se de fato todos tem essa condição.

Especificamente na cidade do Rio de Janeiro, o modelo adotado de concessão pública para o transporte urbano via ônibus, metrôs e trens, apresenta algumas falhas, mas existem soluções que podem ser implementadas. Além disso, existe um debate sobre como sustentar esse sistema, e o número de gratuidades está crescendo continuamente, pondo em cheque a sustentabilidade do mesmo.

A qualidade do serviço, também, é outra questão nevrálgica. Como controlar o que as pessoas estão dispostas a aceitar como qualidade, se, nesse caso, não existe concorrência. Logo, as pessoas não possuem a liberdade de optarem por melhores serviços pagando mais por isso. Algumas empresas começaram a gerar produtos diferenciados para atender a questão do transporte público. Mas a diferença nos preços é assustadora, da ordem de mais de 400%, e seu modelo de cobrança de forma alguma parece estar correlacionado com alguma eficiência.




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