Sem querer dar uma de Oráculo de Delfos, conhecedor do presente, passado e mormente o futuro, o fato aludido no título deste artigo irá de fato ocorrer com grande probabilidade se os fatos elencados agora ocorrerem:
Fato n1: Troca do comando do executivo. O desgaste do PT e seus aliados é latente. Contudo, ainda não está muito claro qual será o caminho percorrido pelos, outrora, militantes e apoiadores da gestão do PT, e daqueles que, mesmo se identificando ideologicamente, votam contrariamente a legenda, mas, optam por candidatos de outras legendas como PSOL, PSTU, PCdoB, principalmente a primeira. Se a opção majoritária for para a oposição, o turn over será um fenômeno que per se poderá levar a venda da estatal, dado a sujeira que será exposta quando o tapete for levantado.
Fato n2: A iminente bancarrota da Estatal. Os investimentos chaves da petroleira durante o período do Governo Lula 1 e Dilma 2, foram projetados em cenários totalmente avessos aos que hoje vigoram na economia. Na cabeça dos tomadores de decisão o patamar de estado estacionário do dólar era de R$2,00 e o preço do barril de petróleo orbitava um limite inferior de $100,00 por barril. Com a escalada do primeiro e o derretimento do segundo, quase todas as decisões da petroleira se tornaram inviáveis. Tal fato levaria, em tese, uma falta de capacidade de gerar caixa durante algumas décadas. Mas essa possibilidade não foi suscitada na hora da criação de leis que rezam sobre a partilha dos royalties e das decisões de investimento em capital físico dentro do país para fins políticos e não econômicos.
Fato n3: A prisão dos gestores e a ingerência. A corrupção na estatal não vem de hoje, e mesmo com uma brutal reforma, sempre irá existir, mas não em uma escala tão assustadora. Sendo assim, fica evidente a conivência de vários setores da empresa com tal situação. Não se faz corrupção sozinho. Logo, a culpa não é exclusiva do PT ou de seus apadrinhados políticos. A culpa é de toda uma estrutura de filosofia corporativa que privilegia o corporativismo, a corrupção e a ineficiência - para não falar de fraude, crimes e quadrilha. Com a prisão dos cabeças pensantes da empresa, apoiados por muitos - dado que as denúncias não partiram de dentro da petroleira - ficará evidente a falta de accountability que se sucede na empresa, e cada vez ficará mais difícil defender junto ao público a importância dessa empresa para os verdadeiros interesses nacionais.
Fato n4 (último): A crise econômica no país até 2018. Com os desdobramentos da crise, e no caso me refiro às medidas utilizadas para se sair dessa crise de predominância fiscal e ética, percebe-se a falta de aptidão dessa matriz econômica para gerir medidas contracíclicas. Se existe uma crise fiscal devida a falta de eficiência, o melhor a ser feito é reduzir o gasto público - porém, penso que o capital político da legenda não permite que tal coisa seja feita - e não aumentar os tributos. Mas é a medida que vem sendo escolhida, e ao que parecem, será a tônica desses próximos 3 anos, com tributos elevados e queda no produto e renda. Logo, o país não terá caixa para suportar os déficits da estatal, que, faz hoje políticas de desinvestimento que pensam apenas no curto prazo, tornando o médio e longo prazos sombrios para seus acionistas - fato este já precificado, basta saber que o preço da ação hoje vale menos do que 1/4 de 4 anos atrás.
Sendo assim, esses 4 fatos somados levam a uma conclusão: privatização da Petrobrás. Se tal será boa ou ruim, penso eu que depende dos moldes a serem escolhidos. Se pensar em criar concorrência, pedra angular da eficiência e da competitividade, será extremamente positivo para o país.
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