Quando contratamos alguém para trabalhar para nós, pagamos-lhe o que pensamos ser justo. Esse valor "justo" advém do preço que o mercado paga, ou seja, o que as outras pessoas entendem como um valor justo para o tipo de serviço. Esse grupo de pessoas que contrata os serviços diariamente fazem negócios com um outro grupo de pessoas que oferta o serviço, formando assim o preço e quantidade a serem disponibilizadas naquele momento. Essa é a beleza do livre mercado, ofertantes e demandantes de forma livre de coerção fazendo negócios e melhorando sua situação.
Quando pensamos em políticos, que podem ser divididos entre administradores e legisladores públicos, além do serviço de ambos serem completamente diferentes do ponto de vista prático, não se tem uma ideia clara de como se definir o valor justo. Penso eu que um chefe executivo de maneira geral deveria perceber uma remuneração bem acima de qualquer legislador, uma vez que, suas ações são positivas e podem ser quantificadas, já o legislador possui ações negativas, no sentido de que deliberam mas não tem o poder de executar. São mais espectadores com opinião do que gerenciadores. Logo sua remuneração deveria ser menor.
Além da remuneração explícita, existe algo em economia que chamamos de remuneração implícita, ou seja, benefícios que não são quantificados em termos de remuneração - e não me refiro a plano de saúde. Me refiro, então, a coisas como prestígio. A profissão política possui essa característica. Logo, não é só o salário que deve ser levado em conta.
Pois bem, em um ano de ajuste fiscal, se faz necessário entender quais foram as ações positivas ou negativas que fizeram eclodir esse cenário. E, a partir daí, passar a castigar em termos de remuneração os profissionais que tomaram as péssimas decisões. Logo, o salário dos políticos deveria ser o primeiro a ser contingenciado em momentos de crise econômica. E quando me refiro a salário, quero incluir todos os benefícios extras, que no Brasil, de tão consubstanciais, tornam esses profissionais quase médio empresários de suas próprias carreiras políticas.
Porém não é isso que vem acontecendo. Continuam sendo aprovados por eles mesmo, aumentos nos benefícios explícitos, como passagem executiva para viagens internacionais, renovação da frota de carros do senado, aumento do auxílio moradia, entre outros descalabros que não são tão divulgados, mas que, de tão numerosos, já viraram padrão na rotina das notícias políticas do país. Então eu pergunto, até quando iremos aturar isso?
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