Durante o primeiro mandato do Governo Dilma, os juros no Brasil tiveram um comportamento ímpar na história desde a estabilização da moeda. A presidente trocou a chefia do Banco Central, sai Meirelles e entra Tombini, e os juros partiram de 12,5% ao ano para 7,5% ao ano, e isso com uma inflação que sempre orbitou o teto da meta de 6,5%.
Na prática o país viveu um momento de juros baixíssimos que movimentou todos os setores que dependem fundamentalmente de financiamentos para serem estimulados, como o de bens duráveis - linha branca e carros - e, principalmente, imóveis. Nenhum outro setor cresceu tanto durante o período de 2011 à 2013. Crescimento este motivado como podemos observar no gráfico abaixo pelo simples fato de que, ficou mais barato comprar do que alugar um imóvel. Basta fazer a diferença entre o custo do financiamento (SELIC) e o custo do imóvel (geralmente 0,6% ao mês do valor do imóvel)
O gráfico acima faz um comparativo entre as taxas de retorno dos títulos públicos (SELIC) e os outros títulos disponíveis que utilizam a taxa do sistema especial de liquidação e custódia como referência, e a taxa de retorno do imóvel que é o aluguel (remuneração explícita) mais o condomínio e o iptu (remuneração implícita), pois quando se aluga, o inquilino fica responsável pelas duas taxas que, de todo modo, deverão ser pagas, estando o imóvel ocupado ou não.
Hoje em dia, podemos perceber um formato diferente, enquanto os juros estão subindo de forma acelerada, na mesma proporção a taxa de novos negócios (compra e venda) de imóveis está caindo, e com ela, ocorre primeiro o congelamento dos preços dos imóveis, e agora, a queda dos preços. Fenômeno o qual já acontece em todas as capitais, e que, agora, parece acachapar um mercado que não estava preparado para essa inflexão não só de juros, mas no nível de renda das famílias.
O desemprego é outro fator que pesa na questão da aquisição do imóvel, pois, além da incerteza com relação ao rendimento futuro, a maioria das famílias no Brasil já se encontrava endividada - não confundir com inadimplência - já em meados de 2014. E novas dívidas, com o orçamento comprometido e o fluxo de recebimentos incertos, com certeza, é uma péssima política orçamentária, seja para famílias, empresas e para o Governo.
Logo, com essa taxa de financiamento, a prestação do imóvel se situará bem acima do valor dos custos de se alugar o mesmo imóvel. Caso o indivíduo seja disciplinado, poderá alugar, economizar a diferença aplicando em títulos públicos, e quando os juros começarem a cair (seja Deus sabe quando), poderá ter uma boa quantia para dar de entrada no seu imóvel. Fica a dica.
Logo, com essa taxa de financiamento, a prestação do imóvel se situará bem acima do valor dos custos de se alugar o mesmo imóvel. Caso o indivíduo seja disciplinado, poderá alugar, economizar a diferença aplicando em títulos públicos, e quando os juros começarem a cair (seja Deus sabe quando), poderá ter uma boa quantia para dar de entrada no seu imóvel. Fica a dica.
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