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O problema do continuísmo

Historicamente, quando um determinado grupo se perpetua no poder, seus vícios sobressaem-se sobre suas virtudes. Não como manter um mesmo modelo exitoso por muito tempo, ainda mais porque, as pessoas tendem a achar que seu método é o melhor que existe, o que dificulta a evolução institucional, caso um mesmo corpo toque o projeto de maneira ininterrupta.

No Brasil tem-se um mesmo grupo no poder há 14 anos. O que isso significa? Que todas as promessas e acordos firmados para que tal fato ocorresse (a manutenção do poder) apagam qualquer boa intenção de governo e de projeto que por ventura possa vir a existir. Na prática o Governo vira um fim e não um meio de melhoria na qualidade de vida da população. A democracia perde a eficácia, e uma minoria acaba suplantando uma maioria cooptada pelo status quo das coisas. Como ninguém quer ficar de fora, mesmo a contra gosto, acabam por se prender a uma situação que a despeito de ser incômoda, já se acostumaram a mesma.

O vício do poder deve ser combatido. A reeleição também, a despeito de alguns estudos que comprovam uma melhora na qualidade das administrações, tais estudos focaram especificamente as esferas municipais, cujos controles internos e participação popular, conseguem-se valer mais eficazmente, do que em um governo de esfera federal, cuja amplitude impede que poucas pessoas sejam ouvidas, mesmo com importantes opiniões a serem dadas.

Devemos, com isso, mesmo a contragosto impedir que o vício do poder chegue a tal instância, e para tal, o rodízio é fundamental. A troca de grupos no poder evidencia os erros passados, e cria uma sugestão de criar menos sujeira para o futuro, sob pena de que o poder nunca mais retorne. Além disso, gera competitividade entre os atores políticos. Desde que foi criada a reeleição, um presidente eleito jamais perdeu a corrida presidencial. Imagine vocês alguém com uma máquina de 40% do PIB, conseguir o feito de poder para um outro qualquer reles mortal.

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