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Ajuste do Imposto de Renda: necessário e correto

Uma proposta do PT para o ajuste da tabela do IR foi feita no dia 04 de Janeiro deste ano, e implica nas seguintes modificações: Proposta da Bancada do PT Até 3.390,00 - Isento 3.390,01 até 6.780 –  5% 6.780.01 até 10.170 - 10% 10.170,01 até 13.560 - 15% 13.560,01 até 27.120 -20% 27.120,01 até 108.480 - 30% A partir de 108.480,01 - 40% Cálculo vigente em 2015 Até 1.903,98 - Isento 1.903,99 até 2.826,65 - 7,5% 2.826,66 até 3751,05 - 15% 3.751,06 até 4.664,68 - 22,5% A partir de 4.664,68 - 27,5% Pode-se perceber que o aumento na faixa de renda isenta, que hoje é de apenas 1903,98 reais e passa a ser 3390 reais está totalmente coerente para corrigir o efeito tabela da inflação na arrecadação tributária. Ou seja, a inflação por corroer o poder de compra dos salários, provoca uma mudança no padrão de consumo, e portanto, torna cada vez mais perniciosa a cobrança do IR que não leva em conta as perdas inflacionárias. O padrão de subida da alíquota, qu

Licença TPM: feita por homens e prejudicará as mulheres.

A lei que permite que mulheres possam desfrutar de licença remunerada durante o seu período menstrual, ao que parece, está sendo celebrada de forma errada - na minha opinião - entre as mulheres que trabalham - inclusive- no setor privado. Meu argumento é um só. Como o salário entre indivíduos que possuem o mesmo cargo (diferente de exercerem a mesma função ou trabalharem igualmente) necessita ser igual por força da lei, as mulheres agora irão perceber uma remuneração maior por hora efetivamente trabalhada. Contudo, caso esse aumento percentual (que em um mês de 20 dias, onde 3 dias perfazem 15%) de 15% não venha acrescido de um aumento de produtividade na mesma ordem, provocará um descasamento entre produtividade e salário. E quando essa conta pesa para o lado do salário o resultado é um só. Demissão! Ou seja, mulheres que não elevarem sua produtividade média em 15%, ou que não ignorarem a nova lei, terão sérios problemas para manter seus empregos, dado que, seus contratos de

O porquê da desigualdade inflacionária

A inflação e o desemprego são os piores fenômenos econômicos. Estão atrelados e assolam principalmente os mais pobres, que por decorrência possuem as piores condições socioeconômicas e menor capacidade de gerar poupança e ficam, então, sempre no limiar entre a subsistência e a fome. O desemprego claramente acomete de forma mais viesada os mais pobres. Porém a inflação, que também o faz, não necessariamente é combatida como uma política que ajuda os mais pobres. Por exemplo, ao se subir os juros para arrefecer à inflação, geralmente a esquerda se levanta em coro para dizer que estão favorecendo os banqueiros e os rentistas, mas em nenhum momento refletem que a inflação é um fenômeno tão ou mais pernicioso que o desemprego. O primeiro ponto de ruptura com o pensamento da neutralidade da inflação na distribuição de renda é o formato no ajuste dos preços, que não é linear. A capacidade de repassar aumento de custos não se dá de forma unívoca da oferta para a demanda. Se dá de for

Tem algo de errado: parabéns aos envolvidos

Com custos por aluno acima da média das universidades particulares, as universidades públicas no Brasil não apresentam um desempenho acima da média. Obviamente, a finalidade das universidades federais antes de serem fábricas de diplomas é serem o bastião da pesquisa e desenvolvimento tecnológico do país. Porém, faz tempo que a gestão tem empurrado professores pesquisadores a assumirem atividades administrativas, mesmo sem a menor expertise para tal. A última medida do Governo Federal foi empurrar mais 100 mil alunos nas já sucateadas e, principalmente, mal administradas Universidades Federais. Tem-se, então, um quadro cada vez pior em se tratando do retorno por real gasto nas universidades. Soma-se a isso um perfil socieconômico mais carente, e um nível de conhecimento mais parco, na média dos alunos. Chega-se a um quadro em que a efetividade do ensino superior se perde, e, então, os custos sociais passam a superar os benefícios. Conclusão, está melhor hoje, fechar as universidade

Dilema dos Prisioneiros e a Delação Premiada

Nada tem tomado mais assunto na mídia esse ano do que o processo de delação premiada dos presos pela operação Lava-Jato. Começaram com alguns poucos presos, que no desenrolar do mesmo processo, começaram a arrastar membros do alto escalão da Petrobrás, do cenário político nacional e membros notórios do empresariado brasileiro. Escancarando uma verdade nua e crua, que no Brasil, o capitalismo de estado, que mistura a coisa pública, com o interesse privado dos comandantes, gestores de um lado, e empresários do outro, só gera uma simbiose perigosa e corrupta. Alguns juristas e partidários políticos começaram um movimento de tratar os materiais coletados via delação premiada como se fossem oriundos de um processo escuso e muitas das vezes, sem o mesmo valor de outros indícios, estes coletados pelos moldes canônicos. Logo, essa tese iria por abaixo toda a operação Lava-Jato, pois grande parte das prisões, e mesmo, devoluções de dinheiro desviado do erário público, tudo isso foram frut

Ceteris Paribus: Inflação irá arrefecer em 2016

A economia está paralisada. O lado da oferta de moeda seria o único componente potencializador da inflação, fora a indexação. A oferta de moeda cresceu menos de 5% esse ano. Como os preços indexados não somam 100%, e a demanda encolheu junto com o crédito - este foi dizimado, não haverá mais pressões futuras na inflação em 2016. Prevejo, então, um retorno ao intervalo superior da meta - 6,5% ou menos. A minha previsão deveria ser comemorada, se, o principal fator desse controle inflacionário não fosse a queda abrupta e assustadora do nível de atividade econômica. Além disso, caso a produção não se recupere, poderemos observar uma alta dos preços no futuro, devido a escassez de produtos - algo pouco provável, mas possível. Além disso, quando falamos de inflação, temos que pensar também nas formas de garantir um rendimento futuro sobre os recursos poupados. Os títulos públicos são ainda a melhor alternativa para tal. A recomendação, então, nesse cenário, seria apostar nos tít

O silêncio que precede...

O momento agora é de se calar, e aguardar pelo menos os próximos desdobramentos do processo de impeachment. Acredito que, com a euforia dos investidores, e da sinalização de que, para a economia voltar a investir, revertendo esse quadro perverso de baixa produção, consumo e elevada inflação, os desejos convergirão no sentido de entender que essa saída seja a mais viável para recolocar a economia brasileira nos rumos, senão certos, pelo menos, menos caóticos e mais previsíveis. A falta de previsibilidade do atual governo é um dos fatores principais para sua rejeição e falha na conduta econômica. É sabido que grande parte das medidas de ajuste fiscal não passam, simplesmente porque, grande parte da base do governo foi eleita repudiando as mesmas medidas, que agora necessitam defender. Seja, então, por uma coerência ideológica, ou mesmo por falta de bom senso, ainda acreditam no fundo que essas medidas não são o melhor caminho a ser adotado no país. Querem a manutenção do modelo des

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