Pular para o conteúdo principal

Ceteris Paribus: Inflação irá arrefecer em 2016

A economia está paralisada. O lado da oferta de moeda seria o único componente potencializador da inflação, fora a indexação. A oferta de moeda cresceu menos de 5% esse ano. Como os preços indexados não somam 100%, e a demanda encolheu junto com o crédito - este foi dizimado, não haverá mais pressões futuras na inflação em 2016. Prevejo, então, um retorno ao intervalo superior da meta - 6,5% ou menos.

A minha previsão deveria ser comemorada, se, o principal fator desse controle inflacionário não fosse a queda abrupta e assustadora do nível de atividade econômica. Além disso, caso a produção não se recupere, poderemos observar uma alta dos preços no futuro, devido a escassez de produtos - algo pouco provável, mas possível.

Além disso, quando falamos de inflação, temos que pensar também nas formas de garantir um rendimento futuro sobre os recursos poupados. Os títulos públicos são ainda a melhor alternativa para tal. A recomendação, então, nesse cenário, seria apostar nos títulos pré-fixados.

Por fim, quero deixar claro que, meu cenário e minha previsão, não leva em conta possíveis riscos e volatilidades oriundos do aumento dos juros do FED. A despeito de que já foram antecipados pelo mercado essa condição. Ainda podem haver consequências perniciosas para a economia brasileira com uma redução da liquidez internacional.

Ps. Com a inflação arrefecendo, também haverá menos pressão no câmbio, o que promoverá um ajuste na cotação do dólar, beirando em um limite superior 3,50 reais por dólar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a...

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co...

Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão...

Marcadores